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10 In personal

10 coisas que gostaria de ter dito a mim mesma antes de entrar na faculdade

A entrada na faculdade é sinónimo de mudança de vida. É-o em todas as circunstâncias, mas nunca tanto como quando se vai morar para fora, a centenas de quilómetros de casa. Cada pessoa tem uma experiência muito diferente, muito própria, como sei que a minha o foi. Hoje em dia, se conseguisse voltar atrás faria algumas coisas de maneira diferente, mas não muitas. De qualquer forma, gostaria que o meu eu recém-universitário soubesse estas 10 coisas.

1. Não te preocupes demasiado com as notas

Acho muito bem que estudes, que sejas aplicada e que tentes aprender o máximo que conseguires, mas não stresses demasiado com as notas. Nestes 10 anos que nos separam, acredita que nunca me perguntaram a média do secundário ou da licenciatura uma única vez. O que te estou a tentar dizer é: saboreia tudo sem te deixares pressionar demasiado. Tira tempo para aprenderes tudo o que quiseres e aquilo que te interessar sem depender apenas do que é suposto aprenderes na faculdade. Nunca percas a tua curiosidade natural e vontade de aprender.

2. Não, não vais ter dificuldades em fazer amigos se decidires não ser praxada

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Isso é um mito que espalham para incentivar a submissão dos caloiros. Há quem goste de praxar e ser praxado – nada de mal nisso – , mas não é para ti e tu sabes. Não te sintas mal com isso que não é por isso que não vais fazer amigos na faculdade. É que nem penses nisso! Não só vais fazer amigos, como alguns deles serão os melhores que já fizeste até hoje. E não, não conheceste nenhum deles na praxe.

Ah, mas a praxe da residência de estudantes para onde vais morar daqui a nada não conta. É só uma noite e não conheces mais ninguém, por isso, porque não fazer o esforço? Acredita, não vai doer nada e vais divertir-te para caraças!

praxe

Algo que escrevi sobre a praxe da residência em Novembro de 2005. 😛

3. Deixa o italiano estar quietinho!

italiano

Eu sei que vais sentir uma enorme liberdade quando te vires com a tarefa de escolher cadeiras. Vais ver a opção de aprender línguas que nunca pensaste aprender na vida e… vais optar por italiano… Ei, eu entendo, italiano é uma língua gira, romântica e até sabes de cor algumas músicas da Laura Pausini que ouvias quando eras criança, mas… não. Catarina, a sério, esquece o italiano. Vais ter uma professora horrível e – pensa bem -, achas mesmo que te vai dar jeito saber falar italiano? Não. E esquece, nem Erasmos vais fazer a Itália. Se lá fores (que ainda não foste nos próximos 10 anos), só precisas de um guia de conversação e estás pronta.

Eu sei que vais ignorar este conselho, mas para que conste, preferia que tivesses optado por continuar com o Alemão.
Pena que tenha tido que vir Bolonha para deixares o italiano de lado… Pena também que não tenhas continuado a estudar Alemão na mesma.

4. Vais perder amigos

Não vão ser muitos e não vai ser para já, mas vai acontecer e vais ficar furiosa durante muito tempo, mas depois vais perceber que a(s) pessoa(s) em questão não fazem falta nenhuma na tua vida e que estás bem melhor assim. Só estou a mencionar isto, porque é engraçado ver o quão improvável era esta situação há 10 anos atrás. Mas não te preocupes com isso, nem sequer te vai afectar muito.

Por outro lado, há pessoas que gostarias de recuperar e voltar a ter na tua vida. Algumas, nem tens ideia de como recuperar; outras… bem… tu tentaste. Moving on…

5. Quando fores ao Porto, passa mais tempo com a tua família

Parece um conselho lógico, mas isso é porque sei a quantidade de tempo que vais perder. Vais ter muitos dias não, vais sentir muita revolta (até porque é típica da tua – ainda – adolescência) e vais-te isolar. Eu preferia que não o fizesses, embora saiba que não podes mudar nada. Devias passar mais tempo com a avó e sei que o farias se soubesses que só tens mais dois anos com ela.
Por um lado mais positivo, és muito inovadora! Perdes imenso tempo a tirar fotos a ti própria aka. a documentar a tua face em várias alturas da vida (obrigada por isso, btw), de tal forma que hoje em dia é raro fazê-lo. Sabias que hoje em dia isso tem um nome próprio e muito trendy? As “auto-fotos” chamam-se ‘selfies’. Ah! Ao pé da tua extensa colecção, o livro de selfies da Kim Kardashian não passa de um panfleto.

6. Pára de cortar o cabelo em casa, especialmente em vésperas de apresentações de trabalhos!

Isso, ignora o meu conselho. Até és capaz de ter sorte durante os dois primeiros anos de faculdade, mas vai haver ume vento no 3º ano que vai mudar a tua opinião para sempre. Por alguma razão ainda me lembro dele, não achas? Aceita que não tens nem nunca vais ter jeito para cortar a tua própria franja (ou nada, para ser sincera).

7. Tenta arranjar alguma experiência profissional ANTES do estágio do 3º ano

Vou ser muito sincera contigo: o teu 3º ano vai ser uma bola de stresses com a porcaria do estágio. Vais decidir procurar um estágio sozinha, porque meteste na cabeça que queres trabalhar como jornalista em revistas femininas e a faculdade não tem protocolos com revistas deste género (ou nenhumas, se não me engano). Vais ganhar imensa experiência a fazer candidaturas por email e vais ser chamada para uma entrevista. Vais encher-te de esperança, vais conseguir o lugar e vais iludir-te. Vai correr muito mal e vais ter que remediar com outro estágio arranjado à pressa e feito à distância, ou seja, não vais ter grande experiência de trabalho com isto, mas a culpa não é tua.

Tenho estado a dar-te na cabeça este tempo todo, mas neste caso a culpa não é mesmo tua.
Agora, não mudaria a situação porque realmente aprendeste imenso com ela, mas aconselhar-te-ia a, nos dois anos anteriores, tentares arranjar estágios (não remunerados, porque nesta altura fazia sentido) em revistas de que gostes. Isso sim teria sido de valor.

8. Aproveita o momento e não descarregues a tua frustração nas outras pessoas

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Especialmente no teu namorado.
Eu sei que não estás feliz muitas vezes e sentes-te insegura outras tantas, mas se não deres a volta à situação, estes anos vão passar tão rápido que, anos mais tarde, te vais arrepender. Sei que te sentes sozinha na residência muitas vezes, mas garanto-te que vais sentir falta dela e só vais dar-lhe valor muito mais tarde.
E por falar em estar sozinha, tu sabes o que eu daria hoje em dia para ter tantas horas livres para poder pôr a leitura em dia? Sim, eu sei que tu lês imenso, mas estou com inveja (disso e das horas que passas a jogar Neverwinter Nights). Daqui a pouco tempo, o Pedro vai começar a oferecer-te uma colecção de livros que vais amar e recordar para sempre. Ainda hoje tens esses livros, que leste quase todos durante a faculdade, precisamente na residência. Sorte a tua!

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Detalhe da minha ‘decoração’ do quarto da residência, se assim se pode chamar-lhe.

9. NÃO ponhas garrafas de água na prateleira acima da tua secretária!

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Que mal poderá acontecer ao colocares uma garrafa de água aberta na prateleira imóvel por cima do portátil?

  1. A prateleira vai cair;
  2. Tu vais bater com a cabeça nela e a água vai derramar sobre o teclado do teu portátil.
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O “falecido” portátil antes do derrame da água e no meu primeiro quarto da residência

Pois, aconteceu a segunda hipótese e ficar sem um portátil perfeitamente funcional tornou a tua vida muito mais difícil, já para não falar do sentimento de culpa que sentiste ao “obrigar” a mãe a comprar-te um novo portátil. As boas notícias são que, esse mesmo portátil, durou e foi usado por ti até 2014. Ele ainda existe e, às vezes, a mãe ainda o usa em casa. Tu agora tens um Macbook Air. Ah, pois é!

(Sim, tenho noção de que este conselho pode ser interpretado como “há males que vêm por bem”, mas ter o Mac nada teve a ver com o derrame da água, por isso não te ponhas com ideias).

10. Vai parecer-te que não durante muitos anos, mas fizeste uma boa escolha

Vais chorar, lamentar-te e questionar muitas vezes a tua escolha de teres vindo estudar e morar para Lisboa. Vais invejar a vida fácil que muitos amigos teus do Porto têm, mas acho que podes confiar em mim que escrevo estas linhas 10 anos depois, quando digo que nunca foste tão feliz. Não sei se tem a ver com o facto de teres vindo para Lisboa no momento em que vieste, nem sei se teres sido igualmente feliz no Porto estes anos todos, mas a verdade é que, neste momento, tens tudo. Tens trabalho, tens o Pedro, amigos maravilhosos, uma casa que adoras e uns gatinhos de quem gostas ainda mais. Continuas a ir ao Porto regularmente e não dispensarias esses visitas por nada do mundo.Tens carta, mas só conduzes no Porto, já fizeste umas quantas viagens inesquecíveis (e vais fazer outras tantas).

Mas o mais importante, é que já não te sentes tão revoltada o tempo todo (agora é só de vez em quando). As coisas melhoram e o esforço que aplicas na tua vida, nas tuas relações, nos teus estudos e no teu trabalho reflecte-se no futuro, mesmo que agora não consigas vê-lo nem colher os frutos numa fase inicial. Mas vais lá chegar, vai por mim. 😉

faculdade

Post que fiz num blog meu antigo um dia depois (ou terá sido no próprio dia) em que soube que entrei na faculdade no curso que escolhi.

Alguém por aí que se revê em alguns ensinamentos ao seu eu universitário? E quem vai entrar este ano? 🙂

 

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10 Comments

  • Reply
    Catarina
    10/09/2015 at 11:23 AM

    O número 9: ri-me!

    • Reply
      joan of july
      10/09/2015 at 3:19 PM

      Na altura é que não teve piadinha nenhuma. Agora também já me posso rir. 😛

  • Reply
    Daniela
    10/09/2015 at 2:35 PM

    Ahaha, Eu também gostava de ter percebido algumas dessas coisas antes de ido para univerdidade. Principalmente o ponto 7 e 4.
    Só não concordo com o ponto 1, acho que te deves preocupar bastante, mas acho que isso também depende muito do curso.

    Ficaram aqui boas ideias para quem esta a chegar à universidade agora.

    *

    • Reply
      joan of july
      10/09/2015 at 3:21 PM

      Dava jeito, né? 😉

      Depende do curso e das notas naturais (aka. sem estudo) de cada pessoa, claro. No meu curso não é minimamente importante, já que – como expliquei – nunca ninguém durante o meu percurso profissional me perguntou notas ou médias. Nunca mesmo. 😛

  • Reply
    Catarina
    10/09/2015 at 3:40 PM

    Adorei este post! É tão reconfortante saber (para quem entra agora na faculdade) que mesmo os momentos difíceis passarão e abrirão espaço para coisas tão boas, para pessoas tão maravilhosas e para vidas com as quais nos sentimos realizadas. E tu fizeste esse trabalho na perfeição aqui! Ia adorar ler isto se entrasse agora na faculdade 🙂 não evitava que sofresse o que sofri (não foi assim tanto ahahaha), mas ia mostrar-me que, no futuro, há muito mais luz e coisas boas que ‘trevas’ 🙂

    • Reply
      joan of july
      13/09/2015 at 6:07 PM

      Obrigada, Cat! 😀 😀

  • Reply
    Jéssica
    10/09/2015 at 3:45 PM

    ainda não acabei o curso e já penso no que nao aproveitei para trás compensar agora antes que me arrependa ahah concordo plenamente com a maior parte (que não os que ja vivi eheh).
    Excelente post
    Jess 😀
    http://girlygirlsthinkpink.blogspot.com/

    • Reply
      joan of july
      13/09/2015 at 6:07 PM

      Oh, não penses muito nisso! Vive a tua vida nesta fase como achares melhor. A introspecção vem depois. 😉

  • Reply
    Raquel
    11/09/2015 at 4:35 PM

    Já ando a pensar fazer uma publicação destas há algum tempo, mas acho que vou deixá-la para o segundo semestre da faculdade, quando estiver quase no fim da licenciatura.

    À parte isso, concordo plenamente com o nr.1, uma vez que considero que o ideal é darmos o nosso melhor (e isso pode significar um 17 a Marketing e um 10 a Sociologia) e aproveitarmos para construir não só uma boa rede de contactos, mas também um excelente currículo – e isso passa muito por experiências fora da faculdade, como voluntariado, de preferência na nossa área de interesse, por estágios curriculares, outros cursos e envolvimento em projectos enriquecedores.

    No que diz respeito ao nr.2, fui praxada e já praxo desde o 2º ano. Nunca fiz nada que não quisesse, até porque sou naturalmente resmungona. Claro que tenho uma caderneta de caloira com imensos sinais de menos, mas isso para mim representa o que sou e que passa muito por não me submeter a merdas no geral. De resto, diverti-me imenso. O meu ano de caloira foi uma rambóia! No 2º ano comecei a perder o espírito, porque percebi que é mais fixe ser praxado do que praxar. De qualquer forma, tenho três afilhadas oficiais, cujos primeiros nomes começam todos por M, o que é engraçadíssimo. Quanto à praxe de residência, também fiz e gostei um bocadinho menos que a da faculdade, mas ainda assim diverti-me à brava (e acho que apanhei uma piela de caixão à cova… ou isso foi no rally da residência?).

    De resto, as nossas experiências são ainda assim um bocadinho diferentes. Mas eu hei-de fazer algo deste género para partilhar a minha perspectiva.

    • Reply
      joan of july
      13/09/2015 at 6:06 PM

      Ainda bem que te divertiste na praxe, Raquel, e acho que ela deve ser vivida assim mesmo: até quando tiver piada, até quando se quiser. No meu caso, não quis mesmo, não é algo de que toda a gente goste, mas para quem gosta (dizem que) é uma experiência fantástica.

      Gostava muito de ler o teu post sobre este assunto quando o publicares! 🙂

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