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7 In photography/ sessões fotográficas

A lente não mente: como fotografar a mesma pessoa pode dizer-nos muito sobre ela

A primeira vez que fotografei a Ana foi terrível. Achei que, por ela ser gira que se farta, seria facílimo fotografá-la. Enganei-me. A miúda não parava quieta um momento. Antes dessa vez já tinha estado com a Ana imensas vezes e consegui com sucesso ter várias conversas e momentos chill com ela, mas assim que lhe apontei a objectiva, transformou-se numa espécie de Gremlin a quem acidentalmente demos de comer depois da meia noite. Resultado: uma foto que se aproveitou + dezenas de fotos estranhas, desfocadas ou com ângulos estranhos. Ainda tenho uma espécie de trauma dessa sessão (sorry, Ana).
Portanto, sempre que agora a Ana me pede para a fotografar tenho que me preparar mentalmente para um desafio no mínimo intenso.

No mês passado fui fotografar a Ana ao LX Factory, mas apesar do historial da nossa primeira vez, esta sessão correu de forma muito diferente.

Antes desta sessão, a Ana tinha confessado não estar a sentir-se muito ela. Foram meses intensos e complicados para ela, com os primeiros estágios em Enfermagem (com os turnos e horários esquizofrénicos que isso implica). Percebi que estava meia em baixo, ainda que mantivesse a imagem de sempre à superfície.

Então, lá fui eu de câmara na mão encontrar-me com ela depois do trabalho naquele que já se tornou um dos meus locais favoritos para fotografar em Lisboa, com a maravilhosa luz dourada de final do dia a brindar-nos.
Desta vez foi diferente fotografar a Ana. Continua um poço de energia, é certo, mas esta é agora uma energia diferente. Apesar de parecer igual por fora, algo nela mudou e é por isso que adoro fotografar as mesmas pessoas em diferentes intervalos de tempo. Tanto a energia como o olhar da Ana oferecem pistas de que algo mudou e que esse “algo” está ligado intimamente ao seu crescimento e processo de amadurecimento.

Se durante as nossas conversas e brincadeiras é, por vezes, difícil de reconhecê-lo (nós conseguimos ser mesmo muito parvinhas, especialmente a falar de Game of Thrones), durante uma sessão fotográfica é impossível não reparar nas mudanças internas da Ana. A lente não mente. Inventei agora, mas gostei e vou passar a usar essa frase, porque é muito verdade.

Eu confesso que estou a gostar de conhecer esta nova Ana, que é a mesma de sempre mas com outros temperos à mistura. São as nossas experiências de vida, por mais difíceis que sejam, que nos conferem profundidade e que nos tornam seres humanos ainda mais interessantes.

A própria Ana sabe que mudou e reconheceu também que se encontrava num momento de menor auto-estima. De fora, vi-a lindíssima, mas quantas pessoas bonitas vemos e que mais tarde vimos a saber que lutam contra pensamentos menos positivos em relação à sua imagem? Felizmente, a Ana fez este exercício de amor-próprio (que vos aconselho vivamente a lerem) e lidou com a questão à sua maneira. Fases menos boas, todos as temos, mas só depende de nós conseguirmos ir buscar em nós a força para as ultrapassar.

A Ana tem-na e eu nunca duvidei disso.

  

Espero que tenham gostado desta sessão fotográfica tanto quanto eu e que passem no blog da Ana para lerem – pelo menos – o post sobre o exercício de amor-próprio que mencionei mais acima.
Da minha parte, estou a aceitar marcações de sessões fotográficas! Se estiverem interessados passem no meu portfolio (vai ser actualizado com estas e outras fotos novas em breve) e mandem-me uma mensagem ou email para hello@joanofjuly.com 🙂

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7 Comments

  • Reply
    Joana Sousa
    09/08/2017 at 12:27 PM

    Esta miúda tem luz própria – mesmo quando não a vê. Todos temos esses dias. Fases! E muitas vezes vermo-nos pelos olhos dos outros ajuda a resolver isso 🙂

    • Reply
      Catarina Alves de Sousa
      09/08/2017 at 12:29 PM

      É verdade, Jiji! Também “been there”. Apesar de achar que temos que encontrar a força em nós, também devemos saber reconhecer quando precisamos de uma mãozinha, seja sob que forma for. 🙂 E às vezes uma sessão fotográfica ajuda. :*

  • Reply
    Joana
    09/08/2017 at 8:32 PM

    Gostei mesmo muito desta publicação e de ler palavras tão reais e cheias de uma verdade indiscutível. Por muito que vejamos as pessoas belas e reluzentes como são, não significa que não estejam a lidar com algo gigantesco interiormente.
    A Ana está muito bem em todas as fotos e transmite muito no olhar aquilo que nos descreve no seu exercício, que já tivera eu oportunidade de ler anteriormente.
    Um beijinho fofinho, Catarina, e parabéns por mais uma excelente sessão fotográfica 🙂

  • Reply
    Inês Matos
    09/08/2017 at 10:36 PM

    Ela tem um estilo muito próprio. Único.

  • Reply
    LucieLu
    09/08/2017 at 11:47 PM

    Tão bonitas as fotografias e as palavras!
    Temos que combinar a tal sessão que falámos há uns tempos. 😉
    (E eu acabar de editar as fotografias do BC2017 – até ao fim de agosto consigo!)

  • Reply
    JU VIBES
    15/08/2017 at 12:09 PM

    Partilho da mesma experiência que a Ana.
    À frente da Câmara protejo-me com palhaçadas e energia a duplicar!

    E sim, uma lente não mente quando a sabemos usar! Os parabéns pelo dom e sensibilidade que esta publicação transparece!

    ❥ Biju da Ju,
    juvibes.blogspot.pt

  • Reply
    De regresso aos retratos com uma sessão especial entre livros e a 'golden light' - Joan of July
    15/11/2021 at 11:31 AM

    […] me seguem há algum tempo, já sabem que já fotografei a Ana bastantes vezes e isto se de se fotografar alguém que se conhece em fases diferentes da vida tem muito que se lhe […]

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