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10 In personal/ writing

Como decidi o tema do meu próximo livro

Cada vez que compro uma revista Oh Comely, sinto uma onda de inspiração poderosíssima apoderar-se de mim. Às vezes dá-me para me convidar para um encontro comigo mesmo em sítios mágicos no Porto em que me dedico exclusivamente à leitura da revista que tenho em mãos, outras vezes mesmo antes de a começar a ler, começo a escrever. Neste último caso a inspiração da revista dá-se por osmose, não consigo explicá-lo de outra forma.
Quando estou no Porto e sei que há uma nova edição da Oh Comely, desço a pé até à Rua de Cedofeita e compro-a na Princesinha. Aqui em Lisboa, comecei a comprá-la no Lx Factory, mas em Agosto do ano passado comecei a comprá-la na Under The Cover Shop, em frente à Gulbenkian. Cada vez que lá vou sinto que que vivo numa pequena vila em que toda a gente se conhece, como na clássica cena de A Bela e o Monstro em que a Belle canta do meio da vila. Isto porque, para além de me enviarem um email sempre que a minha revista chega e tem uma nova edição, quando a vou efectivamente comprar, metem-na num saquinho de papel acompanhada por um marcador de livro com o nome da loja. Este miminho é absolutamente amoroso e parece que adivinharam que eu adoro marcar as revistas quando as estou a ler.

Na segunda-feira ao fim da tarde, já com a minha nova Oh Comely debaixo do braço, comecei a dirigir-me a pé até à Avenida da República, o sol dourado de fim da tarde já a iluminar daquela forma romântica que só ele sabe todos os edifícios, ruas, carros e árvores pelo caminho.

Pelo caminho até ao autocarro, vem a primeira epifania do dia: preciso de ouvir a Waterfalls das TLC. Mudo de música no Spotify. Canto na minha cabeça para não parecer mais maluca ainda por já estar a sorrir sem motivo aparente e aí vem a segunda epifania do dia: um nome para um capítulo do próximo livro que quero escrever.

É isso; enquanto aguardo pelo feedback do livro que já escrevi este ano, andava numa ânsia se começar a escrever outro. Gostei do processo e do ritmo de escrever um livro, pelo que não queria ficar parada muito tempo de forma a perder o hábito.

Mais tarde, já à noite, comecei a escrever no papel – no caderno que anda sempre comigo – os nomes para os capítulos em que já tinha pensado e que já começavam a ganhar forma na minha mente e então surgiu a terceira epifania do dia: o tema do livro.

É por isso que escrever no papel é tão mágico: faz-nos pensar, demorar-nos nos nossos pensamentos, nas coisas que escrevemos. Faz-nos lê-las e relê-las e avaliar a sua forma. E ao ver aquilo que tinha escrito decidi que o livro iria ser sobre uma coisa e não sobre outra que tinha pensado inicialmente. Fez-me todo o sentido. Este momento foi tão mágico que me apeteceu dar pulos de alegria.

Ver os nomes dos capítulos no papel fez-me decidir instintivamente sobre o que será o meu próximo livro. É esta a grande conclusão. Escrever no papel, sempre. Não necessariamente todo o conteúdo do livro, mas as ideias soltas? Sempre.

Este vai ser muito diferente do outro que escrevi, mas caso se concretize como eu quero e caso seja publicado (daqui a sei lá quanto tempo), sei que muitos e vocês gostarão de o ler. Sei-o mesmo. Sei-o da forma como soube da primeira vez que tinha que escrever o livro que já escrevi.

E se isso não é Big Magic, o que é então?

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10 Comments

  • Reply
    somebodyelsa
    27/04/2017 at 11:38 AM

    quer dizer que sabias os capítulos do livro ainda antes de saberes o tema? Parece estranho e interessante.
    Escrever (no blog) é bastante difícil para mim. Quando recomecei ha pouco a escrever em papel, percebi que consigo ser muito mais pessoal do que quando escrevo no computador, que é um dos meus maiores problemas.
    Escrever no papel parece mágico, sim!

    • Reply
      joan of july
      27/04/2017 at 11:48 AM

      Sim! Quando comecei a listar os nomes dos capítulos estava a lembrar-me de episódios e histórias da vida real sobre as quais vou escrever. O problema é que parecia tudo muito disperso e o livro não parecia ter tema, mas depois fez-se luz. 🙂
      Sim, o papel tem essa magia de nos fazer escrever de forma mais pessoal. Será pelas recordações dos diários da nossa infância? 😛 Não sei se tinhas algum diário, mas eu escrevi três e isso ajudou-me imenso a expressar-me através da escrita. 🙂

      • Reply
        somebodyelsa
        27/04/2017 at 6:03 PM

        que interessante!
        E adoro que já estejas a trabalhar no próximo livro! Aposto que, mesmo sem saberes, estás a inspirar uma serie de gente!

        • Reply
          joan of july
          27/04/2017 at 9:43 PM

          Ohhh obrigada, Elsa. <3
          Se for para escrever mais e escrever coisas boas, espero que sim, que inspire alguém! Quem me dera. 😀

  • Reply
    Natália Rodrigues
    27/04/2017 at 7:54 PM

    Parece-me um processo muito interessante, começar pelo nome dos capítulos… Nunca fiz um curso de escrita, mas ás tantas até é uma boa forma de não perder o fio…( coisa que me acontece com frequência).

    • Reply
      joan of july
      27/04/2017 at 9:40 PM

      Obrigada, Natália. 😀
      Bem, eu não aprendi isto na escrita criativa; na verdade, não aprendi em lado nenhum, aconteceu! Não sei se fiz alguma coisa considerada um disparate pelos “peritos”, por isso não me leves muito a sério. Eheheheh
      Simplesmente tive sorte que funcionou. 😉
      Mas olha, já que falaste de um curso, porque não? Eu fiz o de Escrita Criativa (e outros) da Escrever Escrever e só posso recomendar! 😀

  • Reply
    Francisca B.
    30/04/2017 at 10:03 PM

    Super curiosa para dar uma olha nessa revista!
    Btw, estive a ler o teu about e nós somos tão parecidas ahah

  • Reply
    Renata Santos
    18/05/2017 at 11:33 PM

    Muito interessante o seu método… Eu particularmente ADORO ler e escrever, mas, ainda não desenvolvi um método para facilitar esse processo.

    O seu Blog é muito bonito =)

  • Reply
    Ana Comendinha
    06/09/2017 at 1:25 PM

    Já ouvi maravilhas sobre essa revista mas ainda nunca a encontrei nas bancas 🙁

    • Reply
      Catarina Alves de Sousa
      06/09/2017 at 2:43 PM

      Ela não está à venda nas bancas “normais”, mas podes encontrá-la no quiosque de revistas do Lx Factory e na Under the Cover Shop (em frente à Gulbenkian). No Porto há na Princesinha, na Rua de Cedofeita. 🙂

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