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Histórias do cemitério Greyfiars Kirkyard e do Harry Potter em Edimburgo

Se leram o meu último post sobre a viagem à Escócia, sabem que era a publicação de um post exclusivamente sobre o Greyfiars Kirkyard era inevitável. E eu bem vos avisei que o próximo relato da Escócia seria um pouco creepy, não avisei? Mas não se assustem e fiquem por aqui, vão ver que vai valer a pena. 😉

Antes de mais, falo-vos um pouco acerca do Greyfiars Kirkyard, mas sem me alongar muito que isto aqui também não é nenhuma página da Wikipedia, local esse onde podem ler muito mais acerca deste cemitério de Edimburgo.
Só para vos localizar temporalmente, saliento apenas que o terreno onde se situa o Greyfiars foi decretado como terreno de sepulcro pela rainha Mary (Queen of Scots) em 1562. Portanto, é fácil adivinhar que em tanto tempo de história muita coisa se terá passado.
E é verdade, em tantos séculos, o Greyfiars Kirkyard acumulou inúmeras histórias.

A história do Greyfiars Bobby, o Skye Terrier

A mais conhecida história do Greyfiars é a história de Bobby, um cão extremamente fiel que faz lembrar a lenda japonesa de Hachiko e que, à semelhança deste, teve a sua lenda adaptada pela Disney ao grande ecrã em 1961 com o filme “Greyfiars Bobby”.
Após esta adaptação, surgiram mais algumas, tanto literárias como televisivas. Se não me engano, a mais recente é a The Adventures of Greyfiars Bobby (2006).

Bobby era um Skye terrier (raça de cães oriunda da ilha de Skye, na Escócia) que, algures no séc. XIX, acompanhava o dono durante os seus turnos enquanto guardião do Greyfiars Kirkyard. Após a morte do dono, Bobby continuou a acompanhá-lo junto ao túmulo, durante 14 anos, até à sua própria morte em 1872.

Um ano após a morte do Bobby, uma senhora de nome e título Lady Burdett-Coutts, mandou erguer uma fonte e uma estátua em sua homenagem. Hoje em dia diz-se que esfregar o nariz da estátua do Greyfiars Bobby dá sorte, mas recentemente os turistas têm sido avisados para apenas tocar no nariz em vez de esfregar, uma vez que este gesto contínuo tem vindo a danificar a estátua.

Mas existem muitas outras histórias. Quase tantas como as pessoas aqui enterradas. E se houve alguém que soube tirar partido disso foi a escritora J.K. Rowling, que usou alguns nomes de pessoas aqui sepultadas para criar algumas das personagens dos livros de Harry Potter.
Exemplos? Querem quantos?

  • Sirius Black
  • Amos Diggory
  • Thomas Riddle (you know, He Who Shall Not Be Named? Tom Riddle? Voldemort? ahhhhh)
  • William McGonagall

É engraçado e curioso o facto da sepultura do poeta William McGonagall (que deu o último nome à Professora Minerva McGonagall) se situar junto ao portão que separa o Greyfiars Kirkyard da George Heriot’s School, que dizem que foi onde J.K. Rowling se inspirou para criar Hogwarts, a Escola de Magia e Feitiçaria onde Harry Potter e os amigos estudavam.

Como podem ver, algumas das sepulturas têm os nomes escritos à mão, uma vez que as lápides foram roubadas. O roubo de pedras e lápides – e a certa altura da História, de cadáveres – do Greyfiars é um problema sério, segundo me contou um senhor amoroso que me fez a visita guiada pelo cemitério.

Não podia escrever este post sem mencioná-lo. Ou melhor, não podia escrever este post sem ele, porque há lendas que não estão escritas na internet e que se sobrevivem apenas pela tradição oral.

Não me lembro do nome do senhor, mas a verdade é que apareceu literalmente do nada, nem o vi chegar. Quando dei por ele estava a falar-nos de História, de Edimburgo e do cemitério. E então perguntou:

“Are any of you Harry Potter fans?”

Pronto, captou a minha atenção. E então contou-me todas estas coisas de que vos falei até agora e muitas, muitas mais.
Falou-nos sobre ele também; que serviu na Força Aérea, que esteve sediado na Flórida (EUA), que ia fazer 50 anos de casado este ano, que ia também fazer 70 anos em 2015 e que se mantinha activo e saudável fazendo voluntariado como guia do Greyfiars, ao contrários dos amigos da mesma idade que tinham todos já falecido porque, após a reforma, se entregaram a uma vida regada de Whiskey em excesso.

Falta-me a memória para vos contar todas as outras histórias que o senhor me contou, mas muitas delas passavam por Cristães vs. Protestantes na época dos Tudors, pela história da capela amarela do Greyfiars, que viu toda uma revolta contra o rei James e a morte de centenas (ou milhares?) de rebeldes, postumamente enterrados também no Greyfiars.
Uma das histórias – que tantos habitantes como turistas juram ser verdadeira – é a do ‘Bloody’ Sir George Mckenzie, um poltergeist que dizem que causa várias nódoas negras e pequenos cortes (para além de sustos de morte) a quem o encontra no Greyfiars Kirkyard.

Outra, da qual gostei muito, foi a de um cirurgião que era contra o actual rei na altura em que estava prestes a falecer e mandou construir a sua lápide com um esqueleto a dançar em cima da Coroa (foto acima). Revolta até na morte!

Fiquei mega fã do “meu” guia, para ser sincera. O senhor era simplesmente amoroso, super simpático e narrava as histórias com tanto cuidado e entusiasmo que cativava qualquer pessoa. Bem, desde que entendessem o seu maravilhoso sotaque escocês. 😉

E foi aqui que me caiu a ficha de que “bolas, os escoceses são os melhores contadores de histórias!”

Então, e agora? Já acabou o relato da viagem à Escócia? Nope. Ainda agora começou.
Sorry!

Mas vá, já chega de Edimburgo, não?

Viajam comigo às Highlands a seguir? Prometo que vão apaixonar-se. 😉

Outros posts sobre a Escócia:

  1. 9 amazing things to do and see in Edinburgh in just 48 hours
  2. Epiphanies on the way to Arthur’s Seat, Edinburgh

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8 Comments

  • Reply
    Ana Garcês
    29/05/2015 at 4:15 PM

    Ai Cat que vontade que me deste de ir a Greyfiars! Adorei tudo o que partilhaste connosco, mas eu sou suspeita porque apesar de ser uma medricas do pior adoro estas histórias meio macabras!

    A história do Bobby deixou-me triste e feliz ao mesmo tempo. É extraordinário o que os animais fazem pelos seus donos mas ao mesmo tempo que me aquece o coração também me dá um aperto.

    Mal posso esperar pelas Highlands, lass ♥

  • Reply
    Analog Girl
    02/06/2015 at 5:26 PM

    Estou a adorar estes relatos. Mais por favor! 🙂
    E cheira-me que vou ter de ir à Escócia em breve…

    • Reply
      joan of july
      09/06/2015 at 2:38 PM

      Obrigada, Joana!! 😀
      Tens mesmo, mete na tua bucket list! 😉

  • Reply
    A Girl in Mint Green
    07/06/2015 at 7:00 PM

    Sou super fã de Harry Potter! Adorei este teu post e adorava ir ai 😀

    • Reply
      joan of july
      09/06/2015 at 1:33 PM

      Obrigada, querida, ainda bem que gostaste! 😀
      Ouvir estas histórias pessoalmente impressiona, acredita! Tens que visitar Edimburgo (e o Greyfiars) se gostas de Harry Potter, é uma visita imperdível para fãs. 😉

  • Reply
    Joana Sousa
    10/08/2016 at 4:44 PM

    Oh my! E eu que ainda não tinha lido este post?! Tenho uma cena com cemitérios meios cinematográficos. Juntas isso a Harry Potter and you’ve got me hooked! E belas fotos, btw!

    Jiji

    • Reply
      joan of july
      11/08/2016 at 12:12 PM

      Sameeee!! 😀 Adoro cemitérios (não num sentido mórbido), mas sim com o Harry Potter é ainda mais mágico!

  • Reply
    10 coisas que aprendi na minha segunda visita à Escócia - Joan of July
    25/08/2023 at 12:42 PM

    […] que visitei durante as minhas duas viagens. Edimburgo tem vários e tem os mais conhecidos (como o Greyfiars Kirkyard), mas adorei o que vi em Stirling e em Inverness. Para mim, este tipo de cemitérios está cheio de […]

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