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Tentei pensar em 8 coisas boas em ser mulher, mas não me lembrei de nenhuma

Não sou muito de embarcar neste tipo de posts criados para datas especiais e efemérides, mas não sou de ferro e, por vezes, até eu me deixo contagiar pela onda de criatividade e – arrisco – alegria que esses dias trazem à blogosfera. Então, para hoje – Dia Mundial da Mulher – tinha pensado em algo nada a ver com feminismo (já que tantos outros blogs estão a falar sobre isso e eu queria ver se fazia algo diferente) e mais na onda de “8 coisas que adoro no facto de ser mulher”. A verdade surpreendente? Não me lembrei de nenhuma.

Não estou particularmente desinspirada hoje, não pensem. Até me lembrei de muita coisa que adoro fazer. Lembrei-me dos momentos em que estou sozinha em casa, do que faço, de quando estou só com uma ou mais amigas e da liberdade que sinto em vários momentos da minha vida, mas depois apercebi-me de que nenhum está minimamente ligado ao facto de ser mulher. Numa segunda análise, constatei que as coisas que gosto de ser e de fazer não são exclusivas a nenhum sexo.

Podia dizer que gosto de não pagar para entrar em discotecas, quando os homens pagam sempre, mas não só (já) não gosto de discotecas, como não me sinto bem por isso. Não acho que a Mulher mereça mais ou menos que o Homem como muitas “Feministas” parecem alegar hoje em dia, porque acredito e quero igualdade. Sendo assim, não existe nada de que me lembre que me faça (ou não) gostar de ser mulher. Gosto de ser mulher porque sim, porque eu sou assim e porque nunca conheci mais nada.

Percebi recentemente que não vejo género em muitas esferas da minha vida (relações do foro amoroso não incluídas, obviamente). Não posso entrar muito em detalhes, mas já tive que fazer escolhas entre um homem e uma mulher (de novo, nada a ver com relações) e escolhi o homem, apesar de estar a pensar escolher “uma” mulher. Mas somos todos diferentes e não há como apregoar que Homens > Mulheres ou Mulheres > Homens. Simplesmente há pessoas melhores e piores, com quem criamos mais ou menos empatia, sejam elas do mesmo ou do sexo oposto ao nosso.

No meu dia a dia e vida em geral, não me sinto desfavorecida em nenhuma situação por ser mulher. Isto quer dizer uma de duas coisas: ou realmente não o sou, ou sou demasiado despassarada para me aperceber, o que é altamente improvável e fora de carácter (para mim que sou uma “gaja” atenta).

Historicamente, o Dia Internacional da Mulher foi criado neste dia no final do séc. XIX e início do séc. XX no contexto das lutas femininas por melhores condições de vida e trabalho, de direito de voto. Nesse sentido, continuo a achar que este dia faz sentido, principalmente no que fiz respeito à (ainda) relevante luta pela igualdade de salários.

Posto isto, a minha conclusão é a seguinte: não gosto nem desgosto de ser mulher; ser mulher não me define, é apenas o meu género. Diz-se muitas vezes “adoro ser mulher”, mas eu não sinto isso; o que eu adoro é ser quem e como sou. Acontece, por acaso, que sou mulher. Apenas isso. Eu não quero mais nada por ser mulher, quero o mesmo e por isso estou disposta a lutar, se bem que essa palavra tem sido amplamente utilizada nos últimos tempos. E se o feminismo é isto, então eu sou feminista, mas uma das que não bate o pé pela libertação do mamilo no nas redes sociais e sim uma que quer igualdade de salários, não só para mim mas para todas. Mas isso sou eu; vivam a vossa identidade e o vosso feminismo da forma que quiserem. Lutem por aquilo em que acreditam e sejam felizes. Não dêem nada por garantido, mas também não pensem que merecem mais na vida com base no vosso género, seja ele qual for.

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10 Comments

  • Reply
    Sandra
    08/03/2017 at 5:08 PM

    Não tiro nem ponho nada naquilo que disseste. Concordo plenamente. Aliás, este dia não me diz nada tirando o seu simbolismo histórico. Também não posso dizer “adoro ser mulher”, calhou assim, é o que sou. Apenas desejo igualdade para homens e mulheres e se há muitas coisas em que os homens são beneficiados, há outro tanto em que as mulheres também o são. Bjs ***

    • Reply
      joan of july
      21/03/2017 at 1:06 PM

      Estamos tão na mesma onda, Sandra! Beijinho grande*

  • Reply
    Marta Chan
    08/03/2017 at 10:05 PM

    Não vou comentar o texto porque já sabes que concordo plenamente (eu sei boriiing haha) mas gostava de dizer que as fotos que tens tirado a ti ultimamente estão com uma qualidade enorme, incluindo poses e tecnica. Continua Cat*

    • Reply
      joan of july
      21/03/2017 at 1:06 PM

      Não é nada boring! É sempre bom saber que alguém concorda connosco; significa que não somos maluquinhas. 😛
      A sério, achas mesmo? 😀 Dão muito trabalhinho, mas também estou a gostar do resultado. Obrigada, Marta! :*

  • Reply
    Daniela Oliveira Soares
    09/03/2017 at 10:44 AM

    Cat, eu não diria melhor! 😀

    Another Lovely Blog!, http://letrad.blogspot.pt/

    • Reply
      joan of july
      21/03/2017 at 1:02 PM

      Ohh obrigada, Daniela! <3

  • Reply
    Sofs
    09/03/2017 at 1:07 PM

    Sou da mesma opinião! E gostei imenso do blog, parabéns ^^

    • Reply
      joan of july
      21/03/2017 at 1:01 PM

      Muito obrigada, Sofs! 😀

  • Reply
    Alice Souza
    15/01/2018 at 11:12 PM

    Gostei do post, tb adoro ser o que sou e ñ desse rótulo sexual. Parabéns pela ousadia.

  • Reply
    Dia da Mulher: a luta (ainda) não acabou - Joan of July
    08/03/2022 at 6:40 PM

    […] Tentei pensar em 8 coisas boas em ser mulher, mas não me lembrei de nenhuma […]

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