Como prometido no Facebook, os posts desta semana serão dedicados ao Halloween. Se não são fãs de temáticas um bocadinho mais dark, talvez o melhor seja evitarem este blog nos próximos dias (don’t goooooo!).
Reparei que já algum tempo que não falo de séries aqui no blog, o que quer dizer que chegou a altura para pôr um fim a este período de abstinência.
Nem consigo quantificar os meses durante os quais tenho ansiado loucamente pelo regresso do American Horror Story. Sim, sou daquelas fãs de AHS que gosta de todas as temporadas e que, por mais falhas que possam ter, aprende a gostar delas. O amor incondicional é assim.
A primeira vez que vi AHS ainda vivia sozinha no meu antigo apartamento alugado e vi o primeiro episódio da primeira season sozinha, à noite, numa das últimas que lá passei. Sinceramente, apesar do “Horror” no título, não estava à espera de me assustar tanto. Ou melhor, não é assustar, mas ficar com algum medo.
Sou uma mariquinhas com filmes e séries de terror, mas não o suficiente para não procurar activamente este sentimento.
Mas não vos venho falar de Murder House (season 1), de Asylum (season 2) ou de Coven (season 3). Este post é todo ele para esta season intitulada Freakshow. Já agora, para quem nunca viu AHS, se começarem agora não têm muito para apanhar. Cada season é individual, tem uma história e uma temática totalmente diferente. As personagens também são outras, embora haja muitos actores “residentes”.
Enquadramento histórico
Parece-me que Ryan Murphy anda a cruzar semelhanças entre a 1ª e a 3ª temporada, tal como entre a 2ª e esta 4ª. Quero com isto dizer que esta temporada é mais parecida com a 2ª, uma vez que está a assumir contornos cada vez mais mórbidos e é também passada numa época mais distante.
Freakshow passa-se nos anos 50 (1952, se não me engano) e o núcleo de personagens centrais compõe um grupo de artistas de circo com… particularidades. Os seus talentos são, basicamente, mostrar as suas diferenças físicas. Até aqui, tudo isto é bem real; no passado não muito distante, existiram Freakshows que consistiam nisto mesmo: exibir criaturas “deformadas” e com aspecto diferente dos humanos considerados normais. E isto leva-nos às personagens.
Personagens
Antes de vos apresentar algumas das personagens mais marcantes (até agora) desta temporada, deixem-me apenas dizer-vos que estão tão bem construídas que se torna incrivelmente fácil desenvolvermos sentimentos genuínos relativamente às mesmas. Quer seja raiva, admiração, receio, pena, ou outra qualquer reacção, a verdade é que não há nenhuma que nos deixe indiferentes. Temos então:
Elsa Mars (Jessica Lange)
Jessica Lange é, juntamente com Evan Peters, a veterana das séries do AHS. Está presente desde a primeira temporada (sempre com personagens diferentes) e é sempre a manda-chuva (à excepção da 1ª season) lá do sítio. Em Freakshow, Elsa é a proprietária do circo de aberrações que acolhe os freaks de Jupiter, Florida. No incício faz-se passar por senhora boazinha que os vê como pessoas totalmente normais e recrimina as injustiças da sociedade para com aquelas pessoas tão especiais.
Ainda só vamos no episódio 3 e já Elsa começa a revelar as suas true colors… Parece que a Fiona (season 3) ainda não abandonou o American Horror Story. Cheira-me a vilã all over again. Claro que, interpretada pela Jessica Lange, a personagem é terrivelmente interessante. Ah, e arrepiei-me ao ouvi-la cantar Life on Mars do David Bowie e Gods and Monsters da Lana del Rey no circo. Esta mulher é uma rainha.
Jimmy Darling (Evan Peters)
Nesta temporada, Evan Peters é Jimmy Darling, o filho de Ethel, a mulher barbuda do circo de aberrações. Jimmy é também uma atracção do circo, uma vez que nasceu com mãos em forma de pinça.
Logo de início, Jimmy mostra-se revoltado com a forma como ele e os seus amigos do circo são tratados pelas pessoas “normais”. É um bom rapaz, sensível e preocupado com a mãe e os amigos, mas a revolta crescente que sente começa a apoderar-se e a levá-lo a tomar medidas drásticas para proteger os seus.
Ethel Darling (Kathy Bates)
Todos os circos de aberrações têm uma mulher barbura e no Fräulein Elsa’s Cabonet of Curiosities, é a Ethel que assume esse papel. Tendo-se envolvido com Dell no passado – união da qual nasceu Jimmy -, Ethel é uma outrora estrela do circo que agora caiu em desgraça. A bebida e os demónios do seu passado atormentam-na e ameaçam seriamente a sua vida.
Bette and Dot Tattler (Sarah Paulson)
A mulher das duas-cabeças ou as mulheres com um corpo, como quiserem. Um dos freaks mais requisitados do circo da Fräulein Elsa, descobertas pela mesma num hospital local após uma delas ter assassinado a mãe. São duas personagens totalmente diferentes, apesar de partilharem um corpo. Uma delas é a “boazinha”, a outra a “gémea má”, que está mortinha por encontrar um médico que arrisque levar a cabo a operação para as separar, mesmo sabendo que uma delas não irá sobreviver.
Twisty, the Clown
Nem me façam começar… Para alguém que NUNCA gostou de palhaços na vida, tem sido difícil ver AHS sem ter pesadelos na mesma noite. Twisty é tudo aquilo que é errado e associado aos palhaços, ou seja, é um assassino sem causa. Bem, digo sem causa, pois ainda não se descobriu a história do Twisty. Para já, deu para ver que é um twisted (pun intended) motherf*cker com uma cara desfigurada (por baixo da máscara).
Dandy Mott (Finn Wittrock)
Um menino riquinho e insuportável com sérios problemas mentais e igualmente sérios mommy issues. Eternamente aborrecido com a sua vida priveligiada, implora a Jimmy para o deixar juntar-se ao circo de aberrações (apesar de ser totalmente normal, fisicamente, pelo menos). Em circunstâncias para lá de bizarras conhece o Twisty, the Clown e fica completamente fascinado, adoptando-o como role model. Isto só pode correr mal…
Edward Mordrake (Wes Bentley)
Interpretado por Wes Bentley, um caloiro neste Universo do AHS, Mordrake é o espírito (??) de um aristocrata do séc. XIX que vivia atormentado com a sua deformidade: possuía uma cara na parte de trás da cabeça. Essa cara era, segundo vários relatos, maléfica e feia como o demónio. Não falava nem fazia qualquer som, mas conseguia sorrir, rir e chorar, e tinha a particularidade de sorrir enquanto Edward sofria. Diz-se que seguia as pessoas com os olhos cheios de madade. Diz-se também que, apesar de não fazer qualquer som, Edward conseguia ouvir os seus sussurros à noite, que lhe diziam coisas “saídas do inferno”. Quando eu digo “diz-se” refiro-me ao facto de ser uma história supostamente real. Pesquisem no Google por Edward Mordrake e encontrarão a história completa.
Em AHS, Edward Mordrake é um espírito que é convocado na noite de Halloween se for feita uma actuação num circo de aberrações nessa noite. Segundo a lenda – na série, não na realidade, Edward matou todos os membros do circo a que pertencia numa noite de Halloween por influência do seu “gémeo malvado”.
Até agora, é a personagem mais interessante, mas ainda só vamos no 3º episódio.
Claro que faltam aqui muitos outros, mas para já estes são os que já foram, de alguma forma, influentes nos 3 primeiros episódios desta season.
Pontos a favor de Freakshow (ou coisas de que gosto muito)
- Gosto do facto de usarem muitos actores “diferentes”, alguns dos quais pertencem ao Guiness World Book of Records.
- Adoro o uso dos mitos urbanos, misturados com casos bizarros e reais, juntamente com figuras do imaginário que mais nos assustam. A constante brincadeira sádica com os receios mais básicos do ser humano é deliciosa.
- A história do Edward Mordrake parece escrita por Edgar Allen Poe. <3
- A complexidade emocional das personagens.
- A beleza dos cenários, das cores e dos mais pequenos pormenores.
- As músicas cantadas pela Elsa Mars e pela Dottie/Bette, super actuais (Lana del Rey, Fiona Apple), mas ao mesmo tempo tão adequadas às suas personagens.
- A banda sonora!! Omg…
Sigam esta playlist. Acho que vão perceber. 😉
Nem vos consigo dizer o quão entusiasmada estou para o 4º episódio que sairá meeeesmo a tempo do Halloween. 😉
Alguém por aí vê American Horror Story? Gostam? Contem-me tudo, digam-me o que estão a achar desta temporada!
2 Comments
Clenia Daniel
29/10/2014 at 9:27 AMSinto o mesmo e consegui rever-me em cada palavra tua Catarina! Sou uma medricas mas, não resisto à AHS, é sem dúvida um fascínio que sinto e assim como você, lembro de não conseguir dormir porque lembrava-me do 1º episódio com aquele demônio vestido de preto, que era interpretado pelo Evan Peters. Acho que me sinto mais curiosa do que assustada quando o assunto é AHS.
Adoro de todo esta temporada também e estou sempre ansiosa por ver os episódios seguintes, passo a semana a falar no mesmo e sempre que alguém me pergunta algo do gênero eu dou o exemplo desta série. Estamos juntas! Quanto ao Twisty, partilho do mesmo sentimento por ele e no último episódio fiquei ainda mais horrorizada por ver que ele tem um buraco na cara, não fala uma palavra, mas interpreta tão bem aquele papel aquele ator…ohhh pá! Por isso, foi o meu escolhido para a maquiagem do Halloween como viste no vídeo que eu fiz. Adoro!
É muito freak gostar de algo assim? Não sei…mas as vezes o normal é aborrecido, por isso gosto de vez em quando de ser um bocadinho freak.
Beijos lindona! Adorei o post!
http://cleniadaniel.blogspot.pt
joan of july
01/11/2014 at 5:51 PMÉ tão bom ter outra “maluca” por aqui que sente o mesmo que eu em relação a AHS e, em especial, ao Freakshow!! 😀
Eu vi a maquilhagem, adorei!! Aliás, tu tens imenso jeito.
Adoro o Twisty. <3
Obrigada, querida Clênia!*