A gravidez é um período de alegria, expectativa e, naturalmente, de muitas incertezas. Quando iniciamos essa viagem, esperamos ser acompanhados por profissionais que nos guiam com empatia e conhecimento. No entanto, o inverso aconteceu comigo, pois tive um acompanhamento obstétrico que foi menos do que ideal, marcado por dificuldades de comunicação e uma falta de suporte emocional gritante.
A lição que tirei dessa experiência é a relevância de escolher um profissional de saúde com quem se estabeleça uma relação de confiança e conforto. A comunicação eficaz e o apoio emocional são tão vitais quanto o cuidado físico neste momento. Partilho aqui a minha história para encorajar outras futuras mães a priorizar esses aspetos na escolha dos seus profissionais de saúde.
A maternidade é uma viagem extraordinária e merece ser acompanhada por alguém que respeite e valorize cada passo dela.
Decidi deixar uma review muito semelhante à que estás a ler aqui no blog num tópico super antigo em fóruns de maternidade, mas como continua a aparecer nos resultados do Google para a pesquisa sobre opiniões acerca da médica em questão, achei por bem deixar lá a minha opinião.
Deixei passar duas semanas para poder escrever de cabeça fria e lógica, pois a minha experiência com esta obstetra não é nada positiva.
Mudei-me para Torres Vedras há um ano e não conheço muita gente cá, muito menos pessoas com recomendações de obstetras, pelo que arrisquei com esta médica sem conhecer qualquer opinião prévia.
Estando na minha primeira gravidez e tendo sido seguida – até agora – pela Dra. em questão -, vou mudar de obstetra às 28 semanas e isso diz muito. Até agora, tive três consultas com ela. A primeira, aquela em que ouvi e vi o feto pela primeira vez, foi terrível. Senti-me perdida, sem qualquer apoio e percebi que a Dra. me tratou como se fosse suposto eu saber tudo aquilo que tinha que fazer, nunca tendo estado grávida na vida.
A segunda consulta foi um bocadinho mais positiva e mais demorada, respondeu às minhas dúvidas, embora não tenha dado muita confiança ou sequer facultado algum tipo de contacto para onde contactá-la se surgisse alguma dúvida ou urgência, como ouço falar que acontece com outras gestantes. Isso (ter o contacto do obstetra) para mim e na minha experiência, é um mito. Adorava, mas não aconteceu comigo…
A terceira consulta foi a gota de água. Apressada, com uma forma de falar que talvez tenha tentado ser engraçada, mas só aparentou rudeza e falta de humanidade.
Fez-me a eco da consulta para ver e ouvir rapidamente o bebé, mas nem o monitor virou para mim…
Chegando ao fim, perguntou-me se tinha dúvidas, ao que respondi que sim. Às 25 semanas (quase 26) – choquem-se – quis tirar dúvidas sobre tipos de parto. Recusou-se a falar disso, alegando que era demasiado cedo.
Respondi que eu tinha que ter uma preferência de parto, mesmo sabendo que essa preferência pode ter que se alterar na hora H. A resposta da Dra? “Ai tem”, enquanto me olhava impávida e sem pestanejar.
Foi nesse momento que eu soube que não ia voltar a pôr os pés naquele gabinete. Acabou a minha paciência para médicos, em especial obstetras nesta fase tão única da minha vida, que não têm nem humanidade nem profissionalismo.
Se não me vou informar sobre os partos com a médica que me segue, é suposto ir consultar à internet? E 25 semanas é demasiado cedo para me informar sobre riscos, pros e contras dos diferentes tipos de parto desde quando?! Isso é algo que muita gente pesquisa até antes de engravidar.
Enfim. Saí de lá a chorar, super nervosa e revoltada. Toda a gente sabe que esta fase é muito delicada e que estamos com as emoções à flor da pele, mas neste caso, as emoções seriam as mesmas caso não estivesse grávida, dado ter sido tão mal tratada por esta senhora.
Agora, às 28 semanas, experimentei outra médica (ontem, à data de publicação deste post). Gostei muito mais da nova médica em termos de atendimento, conversa e filosofia. Foi muito pronta a responder a todas as minhas dúvidas, a falar sobre tipos de parto e respondeu sem rodeios a perguntas que poderiam ser menos politicamente corretas, dando a sua opinião sincera. Tranquilizou-me e reafirmou que está tudo ótimo comigo e com o bebé, que não há qualquer motivo para preocupação nesse aspeto e que faço bem em informar-me.
Era só isso que queria. Custava muita ter tido esta conversa com a primeira obstetra?
Estou a ter uma gravidez mega tranquila, com zero complicações ou chatices do foro clínico, por isso não preciso do/a médico/a mais conceituado do mundo, só quero alguém que me ajude a sentir bem, tranquila e positiva enquanto esclarece dúvidas e acompanha esta minha jornada e me aconselha quando é/se for preciso alguma coisa.
Obstetra ou não, médico/a ou não, não permitas que alguém que estás a consultar ou que está a prestar-vos um serviço te trate mal de forma alguma. Se te sentes mal ou menosprezado/a de alguma forma por alguém, abandona, sai da situação.
A vida é demasiado curta para permitirmos que nos façam sentir mal ou que nos roubem a alegria inerente uma fase tão única como a gravidez.
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