Diz-se que o Outono chegou esta semana, apesar de ainda não se fazer sentir. Às vezes, a mudança de estação dá-se primeiro em nós e, só depois, no ambiente. Acredito que sentimos a chegada do Outono quase ao mesmo tempo que as folhas que começam gradualmente a mudar de cor.
E com a chegada de uma estação mais fria, terminam certos rituais que se realizam tipicamente no verão.
É como caso dos “mergulhos dos meninos da ponte D. Luís”, como gosto de lhes chamar e que, este ano, testemunhei durante o meu passeio com a Catarina pelas ruas do Porto.
Para quem não sabe nem nunca viu este “fenómeno” no Porto, é muito frequente durante os dias mais quentes de Verão, ver algumas crianças e adolescentes a saltar do tabuleiro inferior da ponte D.Luís para o Douro, actividade essa que costuma reunir um grande número de turistas em cima da ponte, em baixo, na Ribeira, e em qualquer sítio que dê para observar e registar o momento fotograficamente.
Tal como eu fiz, como se de uma turista na minha própria cidade me tratasse.
Não sei o que é nem porquê, mas ao assistir a este ritual de Verão dos jovens do Porto, sinto sempre que estou a observar algo privado, exclusivo, como se só por acaso tivesse tido a sorte de ver acontecer. Olho-os como se fizessem parte de um clube secreto também muito exclusivo; um clube de intrépidos exploradores, de pessoas corajosas (qual Gryffindor) que saltam de pontes (a queda da ponte para o rio é maior do que o que parece nestas fotos) e que são completamente alheias ao facto de estarem a ser observadas por dezenas de pessoas.
Invejo-os porque nunca fui assim e provavelmente nunca serei.
Não invejo nadar no Douro, by the way.
Mas a ponte D.Luís não vive só destes espectáculos. É também uma ponte muito propícia e demonstrações de afecto, como podem ver este casal a trocar mimos à sombra da ponte. Será que a qualidade da ponte tem alguma coisa a ver com o facto de ter sido construída por um engenheiro (Théophile Seyrig) que, por sua vez, havia já colaborado com Gustave Eiffel, o conhecido construtor da Torre Eiffel na cidade do amor, Paris?
Coincidências. 😉
Hoje volto ao Porto para o fim de semana e estou ansiosa para (re)descobrir os rituais de Outono da minha cidade. 🙂
4 Comments
Joana Sousa
25/09/2015 at 10:43 AMSua paparazzi!
É daquelas coisas que dá gosto ver. A genuidade e o à vontade das nossas gentes são tão especiais!
Jiji
Catarina Coelho
25/09/2015 at 2:39 PMAhhh lembro-me bem do bocadinho que ficamos a observar esses meninos 🙂 É mesmo algo genuíno e que não se vê em mais lado nenhum, daí eles darem um espectáculo e tanto para os turistas. Apesar de lhes dar gozo saberem que estão a ser observados por centenas de pessoas, não passa de uma normal tarde de Verão para eles!
Catarina França
25/09/2015 at 6:55 PMQue coragem! Seria incapaz. Mas, admito, gostava de o ser! A sensação deve ser fantástica, há que admitir. E essa ponte, oh! Estou a contar os dias para a rever. 🙂
Um beijinho
Inês Silva
25/09/2015 at 9:50 PMA última foto <3 Essa ponte tem tudo para ser especial, a localização, o fácil acesso e a sua estrutura, parte da minha vida foi lá ^^