Será que mudamos significativamente a forma como nos vestimos quando nos tornamos mães? Vestimo-nos consoante as tendências ou apenas pelo nosso gosto pessoal? Daqui a 20 ou 30 anos, será fácil identificar a década das nossas fotos antigas apenas pelas roupas e cabelos?
Que histórias contarão as nossas fotos?
A questão é essa. As nossas fotos contam histórias.
As minhas contarão que fui maioritariamente feliz. Que tive uma fase emo, outra party girl, que por um tempo fingi viver noutra época mais recuada – embora a modernidade dos cortes e padrões daquilo que usava me desmascarasse ligeiramente.
As minhas fotos dirão que tive amigos. Mostrarão membros da família tão jovens que os meus filhos quase não os reconhecerão à primeira. Provarão que os pais tinham e sempre tiveram uma vida antes deles. E que um dia eles próprios vão perceber isso – tal como um dia quererão que os seus filhos percebam.
Hoje tiramos uma foto – uma selfie ou uma foto de corpo inteiro – e não damos nada por ela. É só mais uma no meio de tantas, que acaba na nossa coleção digital, nesse aterro virtual chamado cloud. Mas, se agora parecem banais, daqui a alguns anos podem tornar-se especiais.
E os nossos filhos vão agradecer por as termos guardado.
Pensei muito nisto ao criar um álbum de fotos (sim, físico!) em honra da primeira volta ao sol completa do meu filho – dia 6 de março de 2025, que está mesmo quase.
Ao reunir imagens, percebi que tinha um pequeno montinho de selfies ao espelho com ele. Não as tirei com esse propósito, foram espontâneas. Mas um dia reparei que era algo que fazia muito com o meu bebé. Então, decidi juntá-las num álbum digital e, agora, incluí-as no livro físico de fotos do Liam. Porque estas imagens mostram de forma óbvia e natural o seu crescimento e, ao mesmo tempo, a evolução da nossa relação como mãe e filho – a cumplicidade que cresce a cada dia.












Criar este álbum foi, sem dúvida, uma viagem sentimental.
Não só me permitiu recordar o bebé que ele foi e o que se tornou, mas também reforçou a importância da fotografia física e o impacto de folhear um álbum de fotos.
Sei bem o que sinto ao revisitar os meus álbuns de infância.
E quero que ele tenha essa experiência também.
Mais tarde.
Não quero que as melhores fotos da sua infância existam apenas no éter, perdidas na tal cloud que, por mais prática que seja, nunca terá a magia de um álbum físico.

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