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Mas afinal, o que é uma mulher-coragem? Eu sou uma mulher-coragem?

Esta semana falei-vos da Bless Woman Conference onde vou estar presente e cujo tema é a Coragem. Uma das actividades programadas para um dos dias da conferência é a Conversa da Roda com o tema “Ser Mulher de Coragem“. Mas… o que é exactamente uma mulher de coragem? Eu sou uma mulher de coragem? E tu, consideras-te uma mulher de coragem?

(ou homem, no caso de estar a ser lida por elementos do sexo masculino, algo que o meu Google Analytics diz não ser tão provável como estar a ser lida por mulheres)

Quando fui entrevistada para a Bless fizeram-me uma pergunta difícil e que me deixou seriamente a pensar no assunto:

“Conta-nos: o que é para ti uma Mulher de Coragem?”

Não foi fácil responder a isto. Podia ter enveredado pelo caminho do “uma Mulher de Coragem é uma mulher que ultrapassa quaisquer obstáculos que se interceptam no seu caminho”. E seria verdade, é mesmo.
Podia ter dito que uma Mulher de Coragem não tem medo de nada, mas não acredito nisso.


Cá para mim, uma pessoa que não tem medo de nada é simplesmente maluquinha. Agora, aqueles que seguem em frente e “agarram o touro pelos cornos” quando estão, no fundo, a tremer de medo, são os verdadeiros corajosos. Porque a coragem não é a ausência do medo. Quão corajosa precisaria de ser se não tivesse medo de nada?

Oh, e eu tenho medo de muita coisa. Ficariam surpreendidos se vos dissessem a quantidade de medos que tenho ou a quantidade enorme de situações que me causam ansiedade, me tiram o sono e afectam os meus dias. Infelizmente, são cada vez mais. Não sei porquê. Ou melhor, arrisco dizer que se deve ao facto de estar mais exposta e sentir uma maior responsabilidade em não desiludir ninguém.
Isto é o medo e a ansiedade a falarem.

O Medo diz: “Não faças isso, pode correr muito mal”.
A Ansiedade diz: “Isto vai mesmo acontecer, mas… e se falhares redondamente e desiludires toda a gente que acredita em ti? E se deixarem de acreditar em ti e descobrirem que não passas de uma rapariguinha que não sabe nada?”

A Catarina-consciente-de-cabeça-fria pensa:

Qual é a pior coisa que poderia, de facto, acontecer? Se ela acontecer a minha vida vai mudar drasticamente para pior?


E é nestes momentos que – estranhamente – o Littlefinger se desenhou na minha memória como uma espécie de life coach.

Num dos últimos episódios (ou último) da sétima temporada de Game of Thrones, o Lord Baelish disse o seguinte:

“Sometimes when I try to understand a person’s motives, I play a little game. I assume the worst. What’s the worst reason they could possibly have for saying what they say and doing what they do? Then I ask myself, “How well does that reason explain what they say and what they do?”

Quão fabuloso é isto? E ele tem toda a razão porque, no final, a pior coisa que conseguimos imaginar é, na verdade, muito pior também do que qualquer coisa que pode acontecer na realidade. Em situações que nos angustiam de alguma forma e que nos causam ansiedade por antecipação, é muito normal as coisas que temermos serem muito mais graves do que as que podem acontecer.

Faz sentido? Para mim, a Catarina-consciente, faz todo.

E é este exercício que gostava que fizessem também quando se sentem desta forma. Eu faço-o quando posso, nos meus momentos mais calmos e de maior clareza e – acreditem – ajudam-me imenso.

Quanto ao facto de ser – ou não – uma pessoa corajosa, na verdade não me sinto como tal, embora saiba que o sou quando é preciso. Acredito que a coragem anda de mãos dadas com a vulnerabilidade e que esta última é o grau de medição da nossa coragem. Se não nos sentirmos vulneráveis, garantidamente que não nos sentiremos corajosos quando tomamos decisões difíceis. Se não existisse medo em nós, as nossas acções corajosas seriam apenas… acções, certo?

Livros sobre coragem e o que está para além da nossa zona de conforto

  1. Living Out Loud – Kery Smith
  2. Big Magic – Elizabeth Gilbert
  3. The Artist’s Way – Julia Cameron
  4. Zen Under Fire – Marianne Elliott
  5. The Comfort Trap – Judith Sills

Para terminar, deixo-te o desafio: da próxima vez que sentires um medo paralisante que te faz questionar se vais levar a cabo uma acção que seria importante para ti, joga o jogo do Littlefinger e pensa: se fores em frente, qual é a pior coisa que pode acontecer?

Este fim de semana vai estar cheio de desafios “daqueles” para mim, mas eu vou em frente na mesma. Aconteça o que acontecer. Sempre. 🙂

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7 Comments

  • Reply
    Joana Sousa
    08/09/2017 at 11:29 AM

    Concordo em absoluto com o que escreveste. Coragem não é necessária se não houver medo, e ter medo é perfeitamente humano e são, portanto…uma mulher coragem necessariamente será uma mulher com medos, e isso não tem mal nenhum. A vida anda a dar-me umas lições preciosas sobre coragem ultimamente, e começo a conseguir ver isto com clareza 🙂

  • Reply
    Xiá
    09/09/2017 at 2:32 PM

    “People cry, not because they are weak. It is because they’ve been strong for too long.”
    Uma pessoa corajosa não é aquela que não teme ou que não cai mas aquela que se levanta independentemente das adversidades.
    A vida não é uma linha reta, arco-íris e borboletas, mas a forma como a vemos e encaramos influência o nosso dia-a-dia de forma abismal. Só precisamos de perseverança e um shot de coragem. Temos o poder de mudar aquilo que quisermos mudar e encarar- ainda que com muito medo – aquilo que for.
    Há imenso tempo que quero ler o Big Magic, tenho de apostar na leitura.

  • Reply
    Ângela Rosa
    09/09/2017 at 2:58 PM

    Olá! Descobri o blog e fiquei rendida! Tem posts tão maravilhosos e sendo que comecei à pouco neste mundo de bloggers, ganhei alguma necessidade de expressar-me e encontrar bloggers que fazem o mesmo é ótimo e uma inspiração!
    Também fiquei rendida à citação do Lord Baelish nos últimos episódios de Game of Thrones, uma série excelente e sem dúvida que essa mesma frase aplica-se ao nosso dia a dia. Ser mulher de coragem é isso mesmo.
    Excelente!
    Beijinhos e segui o blog!

    The Nameless Writer

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    susana rodrigues
    14/09/2017 at 3:19 PM

    Os 3 primeiros livros estão na prateleira ( the artist way é só uma biblia! tenho o Parents ways também e é maravilhoso). Sempre tão autêntico e boa onda o que escreves por aqui. Sou tua fã, mesmo. Mal posso esperar por ver o que aí vem!
    Um abraço com todo o coração,
    Susana Cristina

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    Renata Monterey
    15/09/2017 at 10:30 PM

    Belíssimo artigo!!! No meu ponto de vista a mulher quando nasce já vem com esse “acessório” CORAGEM na sua essência, pois, só uma mulher para saber como é difícil todas as barreiras a serem vencidas todos os dias. Mas, é bom ser mulher, apesar de todas as adversidades que se apresentam diante de nós e que nos torna fortes a cada dia, mais cheias de coragem e de alegria de viver! Um beijo para todas (nós) vocês, mulheres corajosas que tanto admiramos!

  • Reply
    Carolayne Ramos
    25/10/2017 at 7:29 PM

    Um texto que dá o que pensar. O mais engraçado é que eu estou mesmo a passar por uma situação que implica que eu seja corajosa – ainda mais! – para enfrentar o que supostamente aí vem… E a questão “qual a pior coisa que poderá acontecer?” esclarece tudo! Muito obrigada, Catarina!
    Beijinho!

  • Reply
    Dia da Mulher: a luta (ainda) não acabou - Joan of July
    08/03/2022 at 6:40 PM

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