Frequentar um curso de fotografia tem destas coisas, que é como quem diz passeios fotográficos patrocinados pela escola a sítios maravilhosos. Temos várias aulas práticas e muitas delas são em museus. Esta foi uma delas.
Já andava a ouvir falar do Museu Arqueológico de São Miguel de Odrinhas há muito tempo, portanto aproveitei este passeio para satisfazer a curiosidade.
Mas, para minha sorte, o passeio não se limitou apenas ao museu. Na verdade, começámos fora do museu, a explorar os caminhos e relíquias que os romanos nos deixaram nesta localidade há milhares de anos.
Muita gente não sabe, mas Odrinhas “é o local mais importante em termos de presença Romana em Sintra“, segundo a Wikipedia, que acrescenta também que:
“Para além do Museu, o sítio de Odrinhas possui uma variadíssima multiplicidade de vestígios romanos e de outras épocas subsequentes que atestam a permanência da presença humana no local pelo menos desde o século I a. C. até à actualidade. Esta persistência é tanto mais curiosa quanto se verifica numa zona onde não se conhece nenhum aglomerado importante. O núcleo urbano mais próximo situava-se em Faião, a urbe romana de maior importância do Município Olisiponense, logo a seguir a Olissipo. Existem ainda vestígios de uma via romana que ligaria Odrinhas a Faião. As ruínas de Odrinhas estão classificadas como “Imóvel de Interesse Público” desde 30/11/1950.”
“Na Baixa Idade Média o local foi transformado em cemitério (é o único cemitério de cariz medieval escavado em Portugal), como ainda hoje se pode comprovar pelas numerosas sepulturas existentes em torno da ermida de S. Miguel, cada uma delas com a respectiva cabeceira discóide, num total de 35, se bem que não haja a certeza de que a actual distribuição das mesmas seja a primitiva.”
Um dos locais de Odrinhas que visitámos foi este “parque”. Digo “parque” porque não é exactamente uma floresta e é propriedade privada.
Isto que vêem na foto acima são menires. Disse-nos a nossa guia, a Cláudia, que este foi um local de culto e, possivelmente, de observação astronómica, embora não se saiba ao certo.
Os menires estavam dispostos num círculo perfeito, círculo esse que, em anos mais recentes, foi quebrado por um senhor que roubou um dos menires. O menir roubado está localizado – hoje em dia – no quintal do senhor, junto a uma piscina ou campo de ténis, já não me lembro qual.
Incrível…
Adiante.
“Em Odrinhas, da época romana fazem parte quase todos os muros e compartimentos actualmente visíveis no local, e que são vestígios de uma villa fundada durante a segunda metade do século I a. C. Sobre esta villa primitiva, construir-se-ia, já no século IV d. C., uma outra de que faz parte um pavimento em mosaico monocromo de desenho geométrico, ainda hoje visível ao lado da capela de S. Miguel.”
Outra das curiosidades que achei mais engraçada foi o facto de saber que os romanos não só escolheram esta localidade por causa dos (bons) campos agrícolas, mas também pela beleza da paisagem. Pelos vistos essa não é uma preocupação recente. Como podem ver, os campos de cultivo tinham vista para a Serra de Sintra. Muito finos estes meninos.
Ainda sobre o Museu:
“O Museu, designado inicialmente Museu Arqueológico Prof. Dr. Joaquim Fontes, foi construído a partir das ruínas com o objectivo de receber os vestígios provenientes daquelas. A riqueza do espólio encontrado na região, do qual se destaca uma das maiores colecções epigráficas conhecidas, depressa obrigou à construção de um anexo alpendrado e à utilização de espaços exteriores. Há alguns anos, a Câmara Municipal de Sintra, proprietária do Museu, decidiu remodelar o local, construindo um complexo museológico que alberga o espólio do antigo museu, uma biblioteca especializada, auditório, gabinetes de estudo, serviços de restauro, para além de várias áreas de lazer. Odrinhas é agora um local de passagem obrigatório para o conhecimento não só da presença romana, mas de toda a antiguidade sintrense.”
Então, ficaram curiosos? Já conheciam o Museu de Odrinhas? Se tiverem oportunidade, não percam a visita, vale mesmo a pena! E, se possível, peçam uma visita guiada, vão ver que vão aprender imenso, não só sobre as peças do museu, como também de toda a localidade, das suas histórias e da sua História também. 🙂
9 Comments
Helena Pereira
03/08/2015 at 3:59 PMQue fotos lindas, lindas! Até me fazem suspirar!
Lena’s Petals xx
joan of july
11/08/2015 at 3:17 PMWow, que grande elogio, Helena! Muito obrigada, querida. <3
Alexandra Cardoso
05/08/2015 at 12:53 AMnao sou nada fa de historia (apesar de ser doida por recordacoes e historias) mas perdi-me completamente nesses cenarios deslumbrantes. Obrigada! ^^
Sorrisos,
Alexandra 🙂
http://thesweetest-life.blogspot.com
joan of july
11/08/2015 at 3:17 PMOh, obrigada eu Alexandra. Fico muito feliz por teres gostado! 🙂
Andreia Guerreiro
11/08/2015 at 10:53 PMAs fotografias estão fantásticas! Gostei imenso do post 🙂
Beijinho
http://goldentouch-byandreiaguerreiro.blogspot.pt/
Analog Girl
12/08/2015 at 11:41 AMPena não ter conseguido ir, mas nesse dia estava entupida de anti-histamínicos e a andar pela serra ia ser tão tramadinho…
Belas fotos BTW!
joan of july
17/08/2015 at 2:41 PMFoi pena não teres conseguido ir, mas tenta ir noutro dia que vale mesmo a pena. Ah, e obrigada!! :D*
José Coelho
10/09/2015 at 12:13 AMGostei muito das fotos e já agora deixo aqui a informação de que amanhã dia 11 de Setembro (no 16º aniversário do museu) há Dia Aberto no Museu. Visite pois, gratuitamente, as exposições (permanente e temporária), bem como as ruínas arqueológicas romanas e medievais sitas junto ao Museu, entre as 10h e as 12h30 e entre as 14h e as 17h30 – sempre com visita guiada.
joan of july
13/09/2015 at 6:08 PMObrigada, José. 🙂