Hoje tomei uma decisão importante na minha vida ou que, pelo menos, me vai permitir sentir-me mais “put together”. Explicarei como no próximo post. Este é para dar início a uma nova (e única, por agora), rubrica semanal do Joan of July. Não acham que já estava na hora de ter uma? : ) A rubrica chamar-se-à “O Que Aprendi Com”. Tudo começou na sexta-feira passada com o filme Julie & Julia e hoje lembrei-me de que nunca cheguei a publicar aqui um artigo que escrevi para uma revista no ano passado. Achei que fazia sentido fazê-lo agora, até porque estou cheia de ideias para os próximos posts desta rubrica.
A de hoje chama-se “A Lições de vida que aprendi com a série Girls”
Se pensavas que era difícil ser estudante, experimenta tentar arranjar emprego.
Com o início da vida adulta propriamente dita começam também os problemas típicos desta fase da vida e, para piorar tudo, as poucas séries sobre mulheres que vivem em grandes cidades são tudo menos realistas e tornam impossível revermo-nos nas suas personagens ultra-privilegiadas- esta é para vocês, Carrie Bradshaw e Blair Waldorf!-, pelo menos até agora.
Refiro-me à série ‘Girls’ da HBO, cuja terceira temporada estreou no passado dia 12 de Janeiro no canal americano HBO.
Devorei as duas primeiras temporadas como se de matéria para um teste do dia seguinte se tratasse. E, acreditem ou não, aprendi umas coisinhas com ela. Ou pelo menos redescobri.
Lição nº 1: O teu curso superior não te prepara para nada
You know what the weirdest part about having a job is? You have to be there everyday, even on the days you don’t feel like it.
– Jessa, Girls
O que aprendem na sala de aula não vos vai ajudar muito no sentido prático da coisa. Com sorte, um estágio curricular (só ou dois no máximo, porque não andamos aqui para trabalhar de graça), poderá dar-vos uma pequena ideia da ética de trabalho do mundo “real”. No caso da Hannah, a personagem principal da série, as experiências profissionais não a ajudaram muito a avançar na sua carreira. É-lhe oferecida uma oportunidade daquelas que só acontece uma vez na vida- escrever um e-Book, apesar de não ser uma escritora conhecida ou sequer com trabalhos publicados-, mas Hannah vê-se tão pressionada que não consegue passar da primeira página.
Esta é uma lição que aprendi sozinha, mas soube bem aperceber-me que este é um mal generalizado, se bem que tenha acabado de me dar conta do quão egoísta isto parece sob a forma escrita. Adiante.
Lição nº 2: Aceitar um trabalho que não te preenche não significa desistir
You know who ends up living their dreams? Sad messes like Charlie.
– Marnie
Pelo contrário, significa resistir.
O melhor exemplo em ‘Girls’ é do de Marnie, a melhor amiga de Hannah. É despedida da galeria de arte onde trabalhava e depara-se com a (triste) realidade: não há praticamente postos de trabalho para curadores de arte na cidade de Nova York. E o que faz Marie? Procura trabalho na sua área, pois claro. Mas quando não há, não há e não vale a pena deprimir e baixar os braços. Assim, e porque é bastante bonita, Marie arranja um dos trabalhos que os amigos apelidam de pretty people jobs e torna-se promotora num bar. Foi o único trabalho que arranjou, não gosta dele e sente-se até envergonhada por ele, mas é o que tem e nem só de sonhos nos podemos alimentar. Algo melhor virá, mas até lá não vai ficar à espera que o emprego de sonho caia do céu.
Lição nº 3: Sê honesta contigo mesma
Please don’t tell anyone this, but I wanna be happy.
– Hannah
O medo de falharmos leva-nos muitas vezes a não reconhecermos perante ninguém algo que realmente desejamos. Quer seja um emprego praticamente impossível de conseguir, quer seja simplesmente o desejo de ser feliz.
Não há mal em ter medo. O que importa é sabermos o que queremos e não queremos. Igualmente importante é admitirmos que não sabemos o que queremos. No fundo, o que realmente importa é sermos honestos connosco mesmos.
Lição nº 4: Rodeia-te de pessoas positivas
I can’t be surrounded by your negativity while I’m trying to grow into a fully formed woman. You hate everything!
– Shoshanna
Uma das coisas que mudam na casa dos 20 anos é o estreitamento do nosso círculo social. É aqui que começamos realmente a “separar o trigo do joio” e distinguimos mentalmente os nossos amigos, dos conhecidos, dos colegas e dos “amigos das saídas”.
É óbvio que nos sentimos melhor quando as pessoas à nossa volta demonstram atitudes positivas, tal como o contrário também se vereifica, mas isso não significa que não devemos dar apoio aos nossos amigos quando estão em baixo. Devemos sempre estar cá para e por eles, afinal também gostamos de falar com alguém nos nossos piores dias.
No entanto, se há alguém a ser constantemente desagradável e depreciativo em relação a nós, a outros ou a episódios da vida em geral, se calhar o melhor é mantermos uma distância saudável. Não é por acaso que esta é a altura de filtrar amizades.
Não sei se vocês vêem esta série, mas eu já vi os dois primeiros episódios desta terceira temporada e acho que promete. Há por aí fãs (ou haters!) de ‘Girls’?
15 Comments
Nancy Wilde
15/01/2014 at 9:51 PMRealmente, eu gosto desta série porque as personagens parecem palpáveis, realistas… identificáveis 🙂 E sinto-me melhor por ver que não sou a única a partilhar insatisfações sociais, emocionais, profissionais, familiares, etc. Eu trabalho desde os 16 anos (ainda não consegui publicar o meu livro ahah, enquanto isso vou laborando!) e já fui desde empregada de mesa a auxiliar veterinária, passando por arquivista de Museu, recepcionista, etc… É insatisfatório sentir que remamos contra a maré, de facto, mas sempre é melhor que não ter emprego… Baahhh :/
Catarina
16/01/2014 at 11:09 AMSim, é isso exactamente que eu sinto relativamente às personagens da série.
Trabalhas desde muito novinha, não fazia ideia. Isso sim é um exemplo, Nancy! Podes ainda não ter concretizado o teu sonho/objectivo, mas quando isso acontecer, terá sido um caminho muito interessante e vais conseguir dar valor a tudo de uma forma completamente diferente. Eu acredito nisso. 🙂
Boa sorte!*
Blackbird
15/01/2014 at 9:54 PMGostei dessas lições e acho que fazem mesmo sentido! Quanto à série, nunca vi 🙂
R: Chama-se Boris 🙂
Catarina
16/01/2014 at 11:10 AMEu achei que sim. 🙂 Acho que ias gostar da série! Adoro o nome Boris. 😀
Catarina S.
15/01/2014 at 10:18 PMGostei de ler o que escreveste e fiquei curiosa quanto à série 🙂
Beijinhos*
Treze Mundos
My Photography
Catarina
16/01/2014 at 11:10 AMObrigada, Catarina! Outra que nunca viu Girls? :p Então, que se passa por aí? É tão bom.. 😀
Danny
16/01/2014 at 1:03 AMmas que excelente post, esta rubrica promete! eu gostava muito de ver essa série, entretanto deixei de ver, tenho de retomar 🙂
Catarina
16/01/2014 at 11:11 AMOhh obrigada, Danny! Ainda bem que gostaste. Vou fazer os possíveis para manter o nível desta rubrica então. 😉
Retoma sim!
A Marafada de Algodão Doce
16/01/2014 at 2:03 PMé importante recordarmos por vezes determinadas coisas, como as que mencionas-te!
🙂
Catarina
16/01/2014 at 10:45 PM:)*
andy
17/01/2014 at 11:45 PMadorei o post, apesar de não ser seguidora da série, deixaste-me aquele apetitezinho de a começar a seguir!
xoxo,
andy
Catarina
20/01/2014 at 9:50 PMObrigada, Andy! Sim, vê! Não há como não gostar! 😀
Jéssica Sequeira
20/01/2014 at 6:34 PMVENERO esta série! E concordo com tudo, excepto com a 1ª afirmação, porque não tirei um curso. Tirei um curso profissional e esse sim preparou me a nivel pratico.
Adorei o teu blog, parabéns :3
Beijinho
Catarina
20/01/2014 at 9:52 PMMe too! Mil obrigados, Jéssica!!
Uma escola profissional é uma história totalmente diferente. Às vezes acho que se na altura soubesse o que sei hoje, não sei se não teria optado por uma também. :)*
exprime-te
30/07/2017 at 8:16 PMadoro a serie , e adoro o post incrivel descubrir que não sou a unica viciada nelas ! tentei seguir te mas nao consegui 🙁 like you !