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A Zelda desapareceu [UPDATE: a Zelda já voltou a casa!!]

Durante grande parte da minha vida, sempre que me acontecia algo muito mau, a minha primeira reacção nunca era contar a alguém, mas antes esconder e ficar calada. Porque se contasse a alguém era um reconhecimento de que o que estava a acontecer era real e não havia como voltar atrás.
Mas a minha gata desapareceu. E é real.

Comportamentos fugidios e atenções redobradas

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Na semana passada, fez uma semana que mudámos para a casa nova: eu, ele, o Loki e a Zelda. A nossa pequena família, completa, numa nova casa onde todos temos mais espaço e mais cantos para estar e explorar.
Com o entusiasmo da casa e ambiente novos, a Zelda tinha começado a mostrar um interesse acrescido em ir “lá fora”, sendo que lá fora eram as escadas do prédio. Aconteceu-nos algumas vezes ela sair de casa e subir uns andares. De todas as vezes reparámos e fomos atrás dela, trazendo-a logo para casa.

Mesmo antes disto, já na outra casa tinha um bocado a mania de tentar sair de casa, pelo que me habituei a NUNCA sair de casa sem ver onde estavam ambos os gatos, ou seja, sem me certificar que estavam em casa e onde estava.
Ontem não foi excepção. Vi onde estavam (ambos no mesmo quarto), fiz uma festinha a cada, como faço todas as manhãs, e saí para o trabalho.

Como é que a Zelda desapareceu?

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A nossa empregada costuma chegar por volta do meio dia às terças e quintas. Ontem, terça, foi dia de vir cá a casa. Sei que costuma chegar com sacos e pousá-los perto da entrada, mas enquanto o fez ontem, deve ter deixado a porta aberta (é a única explicação) e a gata passou-lhe por trás.
Azares acontecem, o que nunca devia ter acontecido foi ter esperado cerca de SEIS HORAS para dizer ao meu namorado por SMS que não tinha visto a gata o dia todo. Fantástico… Isto vindo de alguém que também tem gatos só me deixa ainda mais revoltada e furiosa.

Ele chegou a casa por volta das 18:00 e eu por volta das 19:00. Claro que procurámos em toda a casa, inclusivé nos sítios menos óbvios onde ela se costuma esconder. Nada.

Próximo passo: tocar a todas as campainhas

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Neste processo desesperado de perguntar a todos os vizinhos se a tinham visto, disse-nos uma das vizinhas do 3º andar que a Zelda tinha entrado em casa dela a correr durante o dia. Coitadinha, devia estar cheia de medo e sabe-se lá há quanto tempo nas escadas. Mas o que fez a minha vizinha? Como qualquer pessoa (ironia), pegou na gata e pô-la fora de casa, nas escadas.  E com isto, o meu desprezo pela raça humana aumenta exponencialmente…

Cartazes, anúncios e avisos

Apesar de toda a raiva que estava a sentir, tínhamos que continuar a fazer tudo o que era possível para a encontrar. Escrevemos papéis para colar no prédio e pedimos a uma amiga para imprimir flyers que fiz à pressa com a foto da Zelda, características, circunstâncias do desaparecimento e os nossos números de telefone. Seguiu-se este anúncio no Encontra-me:

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Passeios pela zona e (boas) pessoas

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O passo seguinte foram, naturalmente, as voltas aos quarteirões cá da zona. Ele já tinha dado algumas voltas e eu outras, enquanto repartíamos tarefas, mas por volta das 22:00 lá fomos nós com a nossa amiga Joana (que imprimiu os flyers) para chamar e procurar a Zelda. Nada.

Voltámos para casa, derrotados, mas ainda fui às varandas de casa gritar pela Zelda e ficar atenta à rua, porque há vários gatos pretos nesta zona. É fácil distinguir a Zelda dos outros (por enquanto), mesmo à distância, porque ela é bem mais gordinha que os gatos de rua.

Confirmou-se: vi os gatos e saí a correr de casa com as lambarices favoritas da Zelda. Tinha que saber se era ela ou não… Não era. Consegui atrair e ver claramente os seis gatos cá da rua e nenhum deles era a Zelda.

Pelos caminhos que percorri ontem à noite conheci pessoas fantásticas que me tentaram ajudar mesmo sem eu pedir, pedindo flyers e prometendo que iam ficar atentas e até oferecendo pistas que nos podem ser úteis. Disseram-me para procurar na propriedade das Monjas Dominicanas (fi-lo hoje de amanhã) e falar com a senhora que dá de comer aos gatos da zona de manhã (também falei). Aliás, falei com muito mais pessoas que sei que vão ficar atentas.

Pessimismo ou optimismo?

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Já passei por todas as fases possíveis e imaginárias em menos de 24 horas. Li muito também. Dizem que os gatos não vão longe quando fogem de casa, mas procurá-la é como procurar uma agulha num palheiro. Há imensas árvores, garagens, prédios, escolas, buracos, caixotes do lixo, sebes, sei lá… A minha única esperança neste momento é que ela se junte aos grupos de gatos da zona e que adquira os mesmos hábitos que eles, ou seja, que vá ter com as pessoas que os alimentam (já falei com uma), que já sabem que ando à procura dela e que já têm o meu número.

Mesmo após ter escrito isto tudo, parece que ainda não acredito bem que isto está a acontecer. Ainda na segunda-feira a tive ao meu lado a ver séries, como é nosso hábito. Ainda ontem lhe dei festinhas e lhe tirei uma foto antes de sair de casa. Nem quero pensar que posso nunca mais vê-la de nova, embora saiba que é provável.

Em 2010 escrevi este post, um dia depois de ter a Zelda. Estivemos juntas durante quase 6 anos. Passámos por muita coisa juntas, aliás, até passámos por três casas juntas. Ela vive comigo desde que ainda vivia com estudantes num apartamento partilhado. Sobreviveu a festas de Erasmus e a colegas de casa menos suportáveis. Viu comigo alguns dos melhores filmes de sempre e fez-me companhia enquanto lia livros horas a fio. Ela estava comigo até quando li a parte do Red Wedding (do Game of Thrones) e fiquei a olhar para o vazio durante o tempo que levei a recompor-me do choque.

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Por favor, ajudem-me a recuperar a minha Zelda. O anúncio está aqui. 🙁

Obrigada.

UPDATE (28/09/2016)

Pouco tempo depois de publicar este post, a vizinha (que nos deu duas histórias diferentes sobre o paradeiro da gata), veio dizer-me que a Zelda estava em casa dela e que não sabe como. Tudo muito estranho, até porque outra pessoa tinha visto a vizinha a expulsar a Zelda de casa dela (quando entrou lá cheia de medo por estar perdida no prédio), mas ok. Estava cheia de medo e com fome, mas já passou. Já comeu, já levou uma dose reforçada de mimo e uma coleira com gizo e o meu número de telefone.
Um obrigado gigante a todos os que partilharam o meu anúncio. Afinal, ela acabou por não ir para a rua, mas podia ter ido. Obrigada mesmo. <3

(A empregada despediu-se).

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14 Comments

  • Reply
    Joana Sousa
    28/09/2016 at 12:06 PM

    Os gatos são muito mais espertos do que nós julgamos. Uma vez tive um que se pirou durante duas semanas – pirou-se mesmo, ele conhecia bem a zona – mas depois voltou. E tenho mais umas quantas histórias do género – que invariavelmente envolviam eu estar de coração nas mãos, claro, e eles aparecerem quando lhes deu na telha. Mas eles têm uma excelente noção de “casa”. Vais ver que ela aparece, entretanto vai-te mantendo atenta à porta do prédio! Um mega abraço!

    • Reply
      joan of july
      29/09/2016 at 12:26 PM

      Ainda bem que os teus gatinhos voltam sempre, Joana! 😀 Se a Zelda tivesse ido parar à rua, não sei… Aquilo tem tantos carros e outros perigos que nem vemos. Ainda para mais não conhece a zona, porque nunca sai de casa e ainda por cima só nos mudámos há um mês. :/ Mas já não vou pensar nisso; ela voltou e está bem e é isso que interessa! 😀

  • Reply
    Isabel
    28/09/2016 at 12:16 PM

    Olá, primeiro que tudo lamento imenso. Não sei se poderá ajudar, mas já aconteceu com uma gata minha há uns anos. Ninguém sabia dela ou por onde teria saído. Ao fim de uma semana apareceu. Escondeu-se com medo numa garagem de um vizinho e só saiu quando o senhor voltou a abrir a garagem. É sempre mais uma hipótese. Espero que ela apareça bem rapidinho.

    • Reply
      joan of july
      29/09/2016 at 12:28 PM

      Sabes, Isabel, já me tinham dito que os gatos são atraídos pelas garagens e já fazia parte do plano ir procurá-la nas garagens dos vizinhos. Ainda bem que, afinal, não foi preciso. Já a temos em casa em segurança. Obrigada pela dica! :)*

  • Reply
    Inês
    28/09/2016 at 2:31 PM

    Sem dúvida, das piores coisas que podem acontecer a quem tem gatos. Quando era miúda e algum dos meus gatos desaparecia, das duas uma: ou regressava passado uns dias/uma semana ou, como dizes, se juntava aos outros gatos da zona e eu ia feita detetive espiá-los e buscar o gato. Mas acho que isso depende um pouco da personalidade do gato.
    Essa vizinha bem podia ter ido tocar às campainhas a perguntar de quem era o gato, mas enfim.
    Não sou dessa zona por isso não posso ajudar, mas espero que ela apareça rapidamente.

    • Reply
      joan of july
      29/09/2016 at 12:30 PM

      Já apareceu, Inês, muito muito obrigada! <3
      E fico feliz por saber que conseguias recuperar os teus gatinhos travessos. 😛

  • Reply
    Ana
    29/09/2016 at 12:38 AM

    Oh Catarina, que chatice 🙁 A minha vida tem sido sempre rodeada de gatas. Já tive 4, agora são só 3 – a que já não está connosco viveu 17 anos! Até agora só uma ainda não me pregou um susto desses, de resto todas desapareceram. A primeira não me recordo, era pequena, das outras sim. Ambas apareceram uns dias depois bem perto de casa. Aliás, «apareceram» é relativo, provavelmente sempre estiveram por lá e nós é que não nos apercebemos (e de ambas as vezes procurámos imeeenso). Quando as reencontrávamos era sempre à noite, porque conseguíamos reconhecer o miar. E estavam sempre junto a casa, mesmo ali debaixo dos nossos narizes (e mesmo assim a última desapareceu-nos uns quatro dias, íamos perdendo completamente a esperança). Espero que a tua Zelda apareça e a única sugestão que posso dar – e que provavelmente já fizeste – é procurar à noite (tarde, tipo depois da meia noite) ou de madrugada – quando as ruas estão mais calmas. Junto ao prédio ou, quiçá, junto à antiga casa (se bem me recordo estás a viver perto e ela pode ter ido para lá). Se houverem casas com quintal na zona também seria boa ideia tocar a umas campainhas. Acredito mesmo que ela vá aparecer, eles voltam sempre.

    • Reply
      joan of july
      29/09/2016 at 12:33 PM

      Olá Ana, muito obrigada pelas tuas palavras e conselhos! Sim, procurámos à noite, mas afinal ela esteve o tempo todo em casa da vizinha. Enfim, a história é bizarra e eu não acredito nela, mas já tenho a Zelda de volta e é o que interessa. 😀
      Infelizmente, a Zelda não mia praticamente nada, por isso pela voz nunca a iríamos descobrir. Se fosse o nosso outro gato, teria sido facílimo porque ele tem medo de sair, pelo que se saísse ia ficar bem por perto a miar como se não houvesse amanhã. Eles têm mesmo personalidades muito diferentes.

      É tão bom tê-la de volta. Obrigada, Ana. <3

  • Reply
    Anna Del Mar
    29/09/2016 at 11:45 AM

    Lamento imenso, Catarina. 🙁
    A perspicácia dos gatos alcança muros muito altos.
    Não cedas, acredita mais um pouco. A vossa ligação é tão forte que a vai fazer voltar.
    Aceita um abraço de conforto.

    • Reply
      joan of july
      29/09/2016 at 12:33 PM

      Já recuperámos a Zelda, mas aceito na mesma. 😀 Muito obrigada pelas tuas palavras e encorajamento, Anna. Um beijinho grande*

  • Reply
    AJoão
    30/09/2016 at 1:46 PM

    Uma vez a minha saiu de casa e subiu para uma árvore, tivemos de chamar os bombeiros que até foram muito carinhosos com ela. Neste caso não desapareceu mais foi um enorme susto para toda a familia. Ainda bem que ela está de volta 🙂

  • Reply
    adriana
    06/10/2016 at 5:33 PM

    Fico muito contente por ela ter voltado! 😀

  • Reply
    Ana Teles
    17/04/2017 at 1:36 PM

    Que linda, igualzinha à minha mai’ velha, a Dexter.

  • Reply
    10 anos de Loki - Joan of July
    13/04/2022 at 5:53 PM

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