Como toda a gente sabe, amanhã há greve geral. Muito provavelmente não vou poder vir trabalhar, não por aderir à greve, mas pela falta de transportes.
Hoje, o primeiro e-mail que eu vi era uma espécie de manifesto da greve de 24 de Novembro que li, graças à promessa do início da mensagem de que a leitura daquela “carta” merecia dois minuto do meu tempo. Não sei porquê, mas não tiro algumas destas frases da cabeça. Está-me a dar vontade…
Eis um excerto:
[…]
«Nesse dia recusa o consumo físico e moral, não trabalhas, mas não aproveites para começar as compras de natal, não dês as 8 horas (ou as que sejam) do teu dia de trabalho a outra entidade capitalista, não aumentes os lucros da superbock ou da coca-cola. Nesse dia lembra-te da vela que tens para o “dia em que faltar a luz” e usa-a, esquece a internet e o telemóvel, a telenovela e o futebol profissional, o restaurante e o cinema.
[…]
Tenta dedicar o dia a ti, à tua vida, aos teus desejos, à tua prática. Talvez seja o início de algo na tua vida, talvez aprendas alguma coisa contigo mesmo. Não digo qual, fica o dia todo a dormir se o quiseres, faz sexo com o teu companheiro ou com quem quiseres o dia todo, mete em prática uma perversão, vai ter com um amigo que mora a dois passos de ti no tal encontro adiado, vai correr, vai caminhar, lê ou escreve o que tens adiado, põe em prática uma acção em que à muito pensas, sê espontâneo, passeia com o teu filho, o teu cão, a tua sobrinha, conversa, luta com os teus companheiros ou sozinho.
Faz com que seja mais que uma Greve Laboral, faz com que seja um dia de afirmação de ti próprio, boicota todo e qualquer poder institucionalizado ou não. Não gastes um cêntimo em nada, pára não só a tua empresa, como todas. Dia 24 faz greve ao trabalho, ao consumo, à moral. Greve! Boicote! Liberdade individual!Não queiras o mundo, quer-te a ti mesmo!»
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