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Auto-descoberta, clareza e mindfulness em apenas uma semana de férias

O plano era partir e desligar o máximo possível. Recuperar do intenso cansaço que já se acumulava com todas as preocupações e noites mal dormidas que lhes são características.
A ideia era fazer com que uma semana parecessem duas e acho que cumprimos esse objectivo com a semana passada de férias em Ferragudo. Não que não quisesse pelo menos mais uma, mas cheguei ao fim da semana com a satisfação de saber (e sentir) que foi reparadora, revigorante e que me trouxe a clareza de que tanto precisava.

Find your happy place

Não sei onde é que li este conselho nem quando, mas se o ignorei na altura não o fiz com força suficiente, pois ficou gravado no meu subconsciente até hoje. Nunca pensei ou me lembrei dele até ter descoberto o meu lugar-feliz. Aí, o pensamento veio instantaneamente à memória numa voz estilo Avó Willow da Pocahontas, como se alguma vez alguém o tivesse proferido em voz alta quando é muito mais provável que o tenha lido algures numa das minhas revistas favoritas.
A verdade é que não soube que aquele era o meu lugar-feliz à primeira vista. O amor pelos lugares dá-se facilmente à primeira vista, mas um lugar-feliz não é um lugar qualquer por muito que gostemos dele. Um lugar-feliz é um lugar que não habitamos, mas que sentimos que é a nossa casa e todos nós deveríamos ter um lugar-feliz na natureza. Não há nada melhor ou mais puro. É no meu lugar-feliz que melhor consigo descarregar os pensamentos negativos e as preocupações numa espécie de carga/descarga de pensamentos. Se, por um lado, deixo os pensamentos menos positivos abandonarem a minha mente, ocupo o seu lugar, naquele momento, por sons do mar, do vento e das gaivotas e deixo-os marinar à luz quente do sol de fim de tarde.

Eu não medito, pelo que estes momentos são o mais perto que já cheguei da meditação.
Consigo passar longos minutos simplesmente a olhar o mar, o movimento das ondas e a imaginar o que vem depois do horizonte. Desconfio até que poderia passar horas nisto.
Já houve um tempo em que era incapaz de permanecer muito tempo sentada a olhar para o horizonte sem fazer nada, mas hoje em dia qualquer momento (raro) em que o possa fazer é bem-vindo.

O meu lugar-feliz é lá, em Ferragudo, no topo das falésias. Nestas férias tive a certeza de que já desconfiava: sou menina do mar, sempre fui. O meu elemento é a água, tão volátil como eu, tão calma por vezes e tão tempestuoso por outras. Faz sentido. Por mais feliz que me sinta no campo ou numa floresta, o meu “terreno” de eleição será sempre o mar.

Desligar de tudo

Nos primeiros três dias de férias quase nem liguei a internet e quando o fazia fazia um esforço por não me envolver demasiado em conversas e comentários. Soube-me bem durante uns dias desligar, ainda que não a 100% do ritmo acelerado das redes sociais e pôr o FOMO de lado. A meio da semana foi inevitável; tive mesmo que ir responder a uns emails relacionados com o livro e aproveitei para responder a stories do Instagram e a publicações. Não aguentei não responder porque tenho recebido imensos comentários e partilhas amorosos relativamente ao “Licenciei-me… e agora?” que merecem toda a minha atenção e resposta. Fiquei de coração cheia ao vê-las.

Nos dias seguintes, fiz um mix do início e do meio da semana: não respondi a mais emails e só liguei a net de vez em quando, mais para ver fotos bonitas no Instagram do que para outra coisa.

Fotografar nas férias: tudo muda

Se há uns anos levava a máquina fotográfica para todas as praias e em todos os passeios, no ano passado deixei de o fazer e o mesmo voltou a acontecer este ano. Eu levei-a comigo na mesma, mas só a usei num passeio às falésias e nos restantes dias permaneceu em casa quietinha. Habituei-me a fotografar apenas com o telemóvel nas férias por ser mais leve e portátil. Também descobri uma satisfação que não conhecia em fotografar com o telemóvel. Na verdade, acho este exercício desafiante: fotografar o melhor possível com um instrumento básico que não permite grande manipulação de luz, cujo zoom é muito mau e que não tem uma lente sequer comparável às da minha Canon. Porém, os resultados têm-me surpreendido imenso desde as férias do ano passado. Parece que, sabendo que só tenho recurso a este instrumento, me concentro nos pormenores mais bonitos e significativos. Estou apaixonada pelas cores que captei, pelos momentos e pelo facto de traduzirem a nostalgia e magia destas férias.

Um passo grande para fora da zona de conforto

Não considero que tenho grandes problemas em sair da minha zona de conforto. Tento fazê-lo frequentemente e tento ultrapassar os meus medos, por muito que isso custe. Para algumas pessoas é falar em público, por exemplo. No contexto de praia, para mim é perder o controlo no mar ou colocar-me numa situação em que isso possa acontecer. Tenho imenso medo de tubarões e, ainda que não hajam casos de ataques registados em águas nacionais, a possibilidade enche-me de receios sempre que sinto algo a tocar-me no mar ou sempre que me afasto bastante de onde tenho pé. Claro que, apesar disso, nada me impede de aproveitar os mergulhos no mar. Não consigo resistir.


Mas estas férias fiz algo que nunca antes tinha feito: andar de caiaque, muito menos no mar! No nosso último dia de férias fomos com um grupo explorar as grutas de Ferragudo e algumas praias desertas da zona, apenas acessíveis por barco. Tinha zero experiência a remar e a controlar um caiaque e até tivemos um pequeno acidente numa gruta, mas nada de grave aconteceu e ficou tudo bem. Mas não vou mentir: houve momentos em que tive medo… medo de ir contra as rochas por não conseguir controlar o caiaque, medo de cair do caiaque (outra vez) e não conseguir subir, medo de possíveis animais perigosos… O importante é que fui e fiz. Remei, nadei mergulhei nas águas de uma praia deserta e… peguei em criaturas! Um dos guias da tour dos caiaques passou-me um pepino-do-mar e uma estrela para mão, contrariando a minha relutância em pegar neles. O pepino, deixem-me que vos diga, é absolutamente nojento… sorry, bichinho. Pensei que ia ser duro por baixo como é por cima, mas enganei-me… é viscoso e mole, horrível! A estrela-do-mar deixou um rasto pegajoso na minha mão e, ao passá-la para outro turista, largou uma das pernas. Fiquei preocupada, mas o guia explicou que é normal e é assim que se reproduzem. Escusava de se reproduzir na minha mão, mas ok…

Conclusão: saí da zona de conforto, mas pegar em animais marinhos… dispenso, obrigada. 😛
Por outro lado, andar de caiaque no mar, fez-me ter menos receio do que por lá habita. Não vi nada nem senti nada potencialmente perigoso para além de barcos turísticos a aproximarem-se demasiado de nós e das ondas que viraram o nosso caiaque dentro de uma gruta em que quase bati com a cabeça nas rochas.

No final senti que ultrapassei um medo e que, acima de tudo, me diverti imenso. Voltaria a fazer caiaque no mar amanhã, se pudesse!

Simplicidade

Quando me preparo para ir de férias para o Algarve preparo sempre uma mala enorme cheia de vestidos bonitos, vários pares de sandálias e sapatos, maquilhagem, ferro alisante, acessórios vários… para depois não usar quase nada. O grau de relaxamento é tão alto que me torno muito mais descontraída e acabo sempre por usar as roupas mais simples (quando não estou de fato de banho), andar quase sempre de chinelos e não usar maquilhagem nenhuma, excepto duas ou três vezes quando vou sair depois do jantar ou jantar fora. E não é que me sinto feliz assim?
Sinto-me mais feliz com menos coisas, menos vaidade, menos pressão para estar sempre bem e arranjadinha. Gosto de me maquilhar só da cor que o sol me dá, aquela cor dourada que tanto adoro, mas que dura tão pouco tempo… Gosto da suavidade da minha pele no verão porque uso mais vezes creme (nem que seja protector solar) e gosto de ainda ficar com alguns grãos de areia teimosos que se agarram à pele e resistem ao banho depois da praia. Olho para eles e sorrio: lembram-me que passei o dia na areia e no mar, o meu elemento favorito, a minha casa.

Clareza

A clareza de que vos falava mais acima é o resultado de tudo isto. Por esta altura já me tornei perita em esticar uma semana de forma a parecerem duas, pelo que consigo encaixar várias experiências, estados de espírito, pensamentos e resoluções na mesma semana. Na semana passada tomei uma decisão enquanto estava de férias e me deixava contagiar pelo relaxamento, pela moleza do sol e pelo frio inicial e revigorante dos primeiros mergulhos no mar. É mais fácil conseguir pensar quando paramos e só temos a natureza para nos distrair; é mais fácil tomar decisões quando saíamos da nossa rotina de dias sempre a correr onde o tempo passa demasiado depressa.

E é por isso que adoro fitar o mar quando o horizonte parece não ter fim; ao seu lado sou tão pequeno e as minhas preocupações tão insignificantes que se torna mais fácil colocá-las em perspectiva e ter uma melhor ideia do que devo fazer a seguir.

Tomei uma decisão importante durante as férias; agora é pô-la em prática, sem medos e sem olhar para trás.

 

 

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4 Comments

  • Reply
    Ana Garcês
    01/08/2017 at 1:38 PM

    O comentário que ninguém quer calar: pensa positivo! Ajudaste a trazer mais uma estrela-do-mar ao Mundo/oceano! :p

    Gosto sempre das tuas reflexões porque sei de onde vêem. Esta foi especialmente tocante para mim. És uma das minhas girl crush ♥

  • Reply
    Daniela Soares
    01/08/2017 at 3:01 PM

    Foram as verdadeiras férios do bem! Ainda bem que assim foi e confesso que também gosto de ter o controlo quando estou no mar e por isso não sou nada fã de barcos, se me tivesse metido numa aventura assim também tinha saído da minha zona de conforto definitivamente.xD

    Another Lovely Blog!, http://letrad.blogspot.pt/

  • Reply
    Inês Matos
    01/08/2017 at 7:13 PM

    Percebo perfeitamente o que queres dizer com a clareza. Senti isso mesmo nas minhas férias ao pensar em diversos assuntos… foi como se, de repente, já tivesse tempo e disposição para tomar consciência de certas coisas que fui adiando.

    Fico muito feliz que tenhas conseguido aproveitar em grande a tua semana!!

  • Reply
    Uma espécie de paraíso - Joan of July
    08/03/2022 at 4:16 PM

    […] me acompanham no Instagram sabem que vim passar uns dias (quase duas semanas) ao meu adorado Ferragudo, neste Algarve quentinho e saboroso que faz as minhas delícias no Verão. O que sinto quando cá […]

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