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Hoje vs anos 90: os padrões de beleza estão (finalmente) a mudar

É um facto que as gerações mais recentes nunca vão saber como era o mundo sem redes sociais e que há um sem número de perigos associados às mesmas, mas há algo que os mais novos têm e que eu e as pessoas da minha geração não tiveram: diversidade nos padrões de beleza. Sim, vou mesmo falar sobre isto.

Sinto que nunca falei sobre este assunto aqui no blog, o que não reflecte que, na realidade, é um assunto no qual até penso e sobre o qual discuto bastante. Caramba, o meu relatório de estágio do mestrado intitulava-se “As Revistas Femininas e as Imagens de Perfeição num Mundo Imperfeito“!

Os ídolos com que cresci e os padrões de beleza nos anos 90

Quando eu era miúda, aí entre os 8 e os 14 anos, os meus ideais de beleza femininos eram, nada mais, nada menos, que supermodelos. Era o que havia para nós, raparigas, idolatrarmos a nível de beleza; modelos ou cantoras aparentemente perfeitas. Quando eu era pequena passava muitas tardes em casa dos meus avós e das minhas tias, enquanto os meus pais estavam a trabalhar. Ao contrário do que tinha em casa, os meus avós e tias só tinham os quatro canais e como estávamos nos anos 90 estes canais estavam repletos de programas com supermodelos (nem eram só “modelos”, eram logo super), actrizes de telenovelas, “nadadoras-salvadoras” do Baywatch e cantoras maravilhosas, as verdadeiras divas dos anos 90 (shoutout à época dourada da carreira da Mariah Carey.)

E assim cresci com padrões de beleza inatingíveis liderados por nomes como Claudia Schiffer, Cindy Crawford e Elle McPherson.

Não me venham com histórias de que são as bonecas Barbie que nos distorcem a mente no que diz respeito àquilo que deve ser o corpo de uma mulher. Eu nunca na vida olhei para uma das minhas bonecas como uma representação do corpo de uma mulher. Eram bonecas! E eu tive imensas Barbies, mas também tive imensos Barriguitas. lembram-se desses? Bem, no que diz respeito a brinquedos, se calhar aí sim, havia mais diversidade.

Mas voltando às (super)modelos.

Nos anos 90, pelo menos em Portugal e à minha volta, parecia haver uma crença generalizada de que para uma rapariga ser considerada bonita tinha que – obviamente ser magra -, mas de preferência loura e de olhos azuis. Pelo menos era essa a sensação com que cresci e as crianças são seres muito perceptíveis. Como devem imaginar, mas também não entrando em muitos detalhes, ter como ideais de beleza mulheres cujo aspecto físico não era simplesmente uma opção atingível para qualquer pessoa (todos sabemos, pelo menos em adultos, o papel importantíssimo da genética no nosso físico), não gerou resultados muito positivos.

A minha relação com o meu corpo mudou… mas só muito recentemente

Olhando agora para trás, realmente nunca me vi de uma forma muito positiva e nunca tive uma relação muito boa com o meu corpo e isso só mudou há – lamentavelmente – pouco tempo, embora não existam relações perfeitas.

O que é que mudou na forma como vejo o meu corpo?

Porque também eu fui apanhada nesta nova era de diversidade. Estamos perante um momento histórico. Pela primeira vez desde que existe internet, televisão e revistas femininas, começam-se a idealizar outros tipos de corpo e outros tipos de beleza. Agora sim, vêem-se mulheres de várias cores, estilos e feitios a dominar os diálogos sobre padrões de beleza e, acima de tudo, a desafiá-los.

Não querendo entrar muito na discussão de o que é ou não saudável, hoje em dia compreendo porque existem modelos consideradas obesas. Falo, por exemplo, da Tess Daly. Também eu, à primeira vista, achei que não seria saudável tê-la como uma role model e ainda não me sinto 100% confortável com ele, mas se as pessoas perceberem que não devem aspirar a ter o tipo de corpo destas modelos, mas sim aplaudi-las por se sentirem bem, bonitas e confiantes seja qual for o teu tamanho, então tudo bem. Essa sim é uma atitude que todos deveríamos ter em relação aos nossos corpos, ainda que ache que devemos aspirar a que estes sejam o mais saudável possível. E sim, o exemplo da Tess é exactamente o mesmo se formos buscar uma modelo ou influencer (outra novidade desta época em que vivemos) excessivamente magra. Não devemos aspirar a obter um corpo semelhante, mas sim sentirmo-nos felizes quando vemos que a outra pessoa gosta daquilo que vê ao espelho.

Estamos perante um momento histórico. Pela primeira vez desde que existe internet, televisão e revistas femininas, começam-se a idealizar outros tipos de corpo e outros tipos de beleza. Agora sim, vêem-se mulheres de várias cores, estilos e feitios a dominar os diálogos sobre padrões de beleza e, acima de tudo, a desafiá-los.

Os modelos plus size na indústria da moda

Feliz e finalmente os designers perceberam que as as mulheres que são têm corpo de modelo convencional também têm que andar vestidas, hurray! Mas é mais que isso; começa a existir realmente uma apreciação do corpo feminino que não é necessariamente magro. Existem influencers cheiinhas e… lindíssimas! E isto eu não tive quando era uma criança impressionável que achava que não se encaixava nos padrões de beleza do mundo nem nunca iria encaixar.

Por mais perigosas que possam ser as redes sociais para as novas gerações, façamos também o exercício inverso: apreciar o que de bom nos trazem também.

A propagação de ideais de beleza tão diversificados é, definitivamente, um ponto muito positivo das redes sociais.

Eu não podia estar mais grata por estar a presenciar este momento de mudança e não podia estar mais feliz por saber que as nossas filhas e sobrinhas (e os meninos também, não pensem!) vão crescer neste ambiente de diversidade onde não existe apenas um padrão de beleza feminina.

Concordam? Não posso ser só eu a sentir-me feliz e aliviada por termos mulheres tão bonitas e de vários tamanhos a serem reconhecidas pela sua beleza. 🙂

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8 Comments

  • Reply
    vania duarte
    13/11/2018 at 1:01 PM

    Os barriguitaaaaaas <3 Que coisa boa 🙂 Concordo contigo na história da Barbie, nunca achei que ela influenciou a minha imagem corporal, para mim era uma boneca, agora as imagens de supermodelos com que eramos brindadas todo o santo dia sim. Lembro-me perfeitamente de dizer que queria ser a Cláudia Shiffer (e chamar-me patricia porque achava que era mais da moda) ela para mim era a mulher mais bonita do mundo e sei que vivi muitos anos a sentir-me mal com o meu corpo por causa deste tipo de influências.

    Estou como tu, acho óptimo haver biodiversidade, acho óptimo chamar à razão e mostrar que as mulheres não são todas secas e magras até porque basta ir à praia para perceber que a maioria dos corpos não corresponde ao ideal que nos era imposto. No entanto acho também que por outro lado as redes sociais permitem mostrar somente o que as pessoas querem e nãos ei até que ponto muita gente que fala hoje de body positive não o faz por estar na moda e por trás amargura-se profundamente de não ser diferente. Mas no geral acho que vamos num óptimo caminho 🙂

    • Reply
      Catarina Alves de Sousa
      13/11/2018 at 1:34 PM

      Ui, o que eu idolatrava essa mulher! E tudo bem em apreciar a beleza alheia, mas quando és criança e te apercebes que ninguém que achas bonita é minimamente parecida contigo, começas a achar que não és, de todo, bonita. Portanto, acho óptimo haver tanta diversidade hoje em dia. Há mulheres com corpos e características totalmente diferentes a serem consideradas belas, não que seja a única coisa que importa, claro.

      Sim, há muita gente que fala disto por moda, mas ao menos se servir um propósito maior, não tem mal. É um bocado como a questão do “free the nipple” na altura. 😛

  • Reply
    Sónia Rodrigues Pinto
    13/11/2018 at 1:09 PM

    Adorei esta publicação, Catarina! Acho extremamente importante quando bloggers e influencers abordam tópicos como estes. Acho que nunca deve ser uma questão de olhar para um corpo obeso e passá-lo por saudável, mas sim procurar confiança e inclusão, algo que toda a gente merece independentemente da situação em que se encontram. Pessoalmente também sou uma dessas raparigas que se sente (finalmente) representada no mundo da moda e da beleza, algo que quando era criança/adolescente estava longe de ser alcançado.

    Excelente artigo, gostei mesmo 🙂
    Um beijinho,
    Sónia R. Pinto

    • Reply
      Catarina Alves de Sousa
      13/11/2018 at 1:29 PM

      Obrigada, querida Sónia! Também acho muito importante que se fale disto, cada vez mais. No que depender de mim, vão existir mais conteúdos desta temática por aqui.
      Quem me dera ter tido toda esta diversidade de imagens representativas do corpo feminino na adolescência; acredito mesmo que teria feito toda a diferença. 🙂
      Um beijinho grande :*

  • Reply
    Joana
    14/11/2018 at 12:05 PM

    A Mariah Carey!!! 😍 Sempre que vejo hoje um vídeoclip das músicas atuais (por exemplo) e os comparo com os vídeos dos anos 90, bate uma saudade daquelas mulheres que se exibem e passam a ideia do sensualismo sem mostrar o corpo como agora, exemplos como a Britney Spears ou a Shakira, entre outras. E que ainda hoje considero os corpos daquele tempo muito mais bonitos do que os que se exibem agora. Estou na década errada 😩
    Beijinho

  • Reply
    Carolayne Ramos
    09/01/2019 at 10:31 PM

    Assino em baixo!!! Se é penoso não ver representatividade enquanto mulher branca e cheiinha, imagina a minha situação…. A felicidade que me dá estar a presenciar essa época que mencionas e que estamos a viver, onde já nos podemos apoiar em figuras que têm mais a ver connosco. Que bela maneira de nos inspirarmos!!
    Que ótimo texto, este! Parabéns, Catarina! ✨

    LYNE, IMPERIUM BLOG

  • Reply
    #ShowUs: um movimento inclusivo e body positive - Joan of July
    13/05/2019 at 10:20 AM

    […] há tempos escrevi sobre como os padrões de beleza e a representação dos mesmos está a mudar. Isto, para quem cresceu nos anos 90 das supermodelos, é um “finalmente. E eis que chega o […]

  • Reply
    Jessi
    06/05/2021 at 9:14 PM

    Eu tive muitos problemas com aparencia desde pequena com relação a cabelo e corpo mas comecei uma busca intensa por um padrão de magreza que quase me levou a morte hoje não mais, estou mais “curvilinea” e me sinto bem assim mesmo que digam o contrário.

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