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Da beleza e construção das rotinas

Toda a gente conhece ou foi, em algum momento, uma daquelas pessoas que diz desprezar a rotina. Para algumas pessoas, a rotina é vista como algo chato, que suga a criatividade e nos faz cair num marasmo de ideias e facilmente cair em procrastinação crónica em modo automático. Em contrapartida, começa a ansiar e sonhar com cenários repletos de tudo aquilo de que se compõem as suas melhores fantasias. Tudo bem e tudo normal.
Mas… e se as nossas rotinas se alterarem bruscamente e não por escolha nossa, como é?

Eu própria era uma dessas pessoas que despreza rotinas, há que dizê-lo, mas quando a minha foi repentinamente alterada, não pude deixar de apreciar a forma sub-apreciada de como uma rotina me pode fazer sentir tão segura, organizada e em paz.

A par com a lição de ser feliz com as pequenas coisas desta vida, esta foi outra grande lição que aprendi em 2016.

Se me dissessem, há seis meses atrás, que dali a seis meses não ia estar nem a viver na mesma casa nem a trabalhar no mesmo sítio, ficaria meia em pânico. Não por não gostar de mudanças, mas porque há coisas que me deixam tão feliz e grata que não tenho vontade de as mudar.
Que mudei de casa já vocês sabem, mas mudei também de local de trabalho há apenas duas semanas. De local de trabalho, não de emprego. Mas se antes demorava uns poucos minutos de autocarro até ao trabalho (e até dava para ir a pé se eu quisesse), agora demoro uma hora. Uma hora para cá e para lá. Duas horas em transportes todos os dias, em vez de alguns minutos, meia hora no máximo dos máximos.

metro-porto

Não sei quanto a vocês, mas a mudança repentina da minha rotina diária deixa-me sem chão e a sentir-me meia perdida na vida. Felizmente, esse sentimento não dura para sempre. Porquê? Porque eu (e acredito que todos nós), enquanto seres humanos precisamos de uma rotina e quando uma é destruída, direccionamos, consciente ou inconscientemente, os nossos esforços para a construção de uma nova rotina, rotina essa composta pelos novos caminhos e pequenos rituais que compõe agora as nossas manhãs e deslocações, por exemplo.

Acham que foi fácil habituar-me à ideia e dormir menos horas porque preciso agora de me levantar mais cedo? Pois, não foi. Nada fácil mesmo.

Mas, como em quase tudo o que me tem acontecido na vida, consigo ver claramente o aspecto positivo disto tudo. Tenho agora muito mais tempo para ler, que não me tira tempo àquilo que tenho que fazer em casa, por exemplo. Tenho lido mais nestes dias do que quando tiro tempo propositadamente para ler em casa. Ah, e já tive mais ideias importantes nestas duas últimas semanas do que – se calhar – nos últimos dois meses. O truque é escolher bem aquilo que se lê e rentabilizar o tempo! 🙂

rotinas

Também tenho apreciado o ar fresco da manhã (finalmente já se começa a sentir o Outono em Lisboa!) e a luz dourada e baixa do sol quando acordo. Coisas que não via antes quando me levantava mais tarde.

Resumindo, percebi realmente a importância que as rotinas têm nas nossas vidas e no quão seguro nos fazem sentir. Quebrar a rotina de vez em quando é maravilhoso e especialmente libertador, não vou dizer que não, mas na maioria dos dias é a rotina quem nos simplifica a vida. Afinal, quando temos uma rotina instalada, o esforço para pensarmos e nos organizarmos não é tanto, uma vez que já criámos certos hábitos.

E isto é, de alguma forma, também libertador, não acham?

Já andava há algum tempo para escrever sobre isto, mas entretanto fui de férias para a Irlanda e já não deu. A propósito, que bom que é voltar a escrever no blog! Já cá não escrevia há duas semanas (deixei os posts agendados com alguma antecedência), para mim é imenso tempo longe do meu Joan of July!

Mas agora digam-me, o que é que sentem em relação às vossas rotinas? São uma chatice ou gostam de sentir algo constante na vossa vida? 🙂

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7 Comments

  • Reply
    Joana Sousa
    16/11/2016 at 1:55 PM

    Acho que tive a mesma “epifania” que tu recentemente…não desprezando o valor de quebrar a rotina como uma coisa boa! Mas se ela não existir, como é que a quebramos? 🙂

    Anyway. Sou uma moça de costumes, é um facto. E fico confusa quando estes se alteram. Mas se há coisa que qualquer ser humano funcional tem, é capacidade de adaptação, portanto, novos desafios têm que ser vistos mesmo como tu os vês, e que sejam sempre bons 🙂

    Jiji

  • Reply
    Vanessa
    16/11/2016 at 2:27 PM

    Aquilo que sinto quanto às rotinas é algo estranho. Sim, eu dou-me bem com elas, facilitam-me a vida, organizam-me sem eu dar por isso, mas quando preciso quebrá-las por motivos pessoais ou por motivos completamente alheios (atrasos, recados que me pedem para tratar durante o dia, etc), eu sinto-me a ficar com uma corda ao pescoço. Quando me obrigam a organizar dentro do meu horário de trabalho, a coisa torna-se stressante.
    Estou super colada à minha rotina, tanto que ao estar de folga acordo à mesmo hora, sempre as mesmas 8h de sono, sem tirar nem pôr.
    Só lamento não ter mais tempo para aproveitar o dia, mas é assim quando se trabalha. Levo 40min de carro até ao trabalho e saindo às 19h todos os dias… agora que fica logo de noite, custa tanto!

  • Reply
    Marta Chan
    17/11/2016 at 2:19 AM

    As rotinas fazem-me infeliz e é por isso que estou receosa de voltar ao mundo do trabalho convencional. Mas não há nada melhor que experimentar, uma coisa é certa: quando entramos na rotina parece que utilizamos o nosso tempo de forma mais produtiva.

  • Reply
    Sofia Garrido
    21/11/2016 at 7:26 PM

    Revi-me muito no que escreveste, Catarina! Sempre fui dessas pessoas que dizem detestar rotinas, e isso mudou nos últimos meses, precisamente quando a minha rotina se alterou em certo aspecto, senti falta de algumas coisas nela e pensei o mesmo, na importância da rotina para um equilíbrio. E depois disso comecei a criar rotinas novas, algumas para me organizar melhor e isso tem ajudado muito.
    Essas duas mudanças foram muito marcantes e logo as duas em simultâneo… Passa-se sempre por uma fase de adaptação que talvez estranhemos, mas depois caímos numa rotina outra vez! 🙂

    Um beijinho,

    Sofia | Monochromatic Wave

  • Reply
    Sara Trigo
    25/11/2016 at 2:07 PM

    Costumava ser muito presa à minha rotina, ao ponto de, quando saía dela, sentir-me perdida. Hoje sou mais desprendida, não preciso de ter as coisas tão definidas, mas acho que uma rotina é um lugar seguro que procuro sempre encontrar e definir.

  • Reply
    andreia moita
    02/12/2016 at 5:43 PM

    Olha ísso dá muito que pensar. Eu sou sempre contra as rotinas, gosto de fazer coisas e estou sempre a inventar. Mas confesso que há pequenas coisas às quais estamos habituadas que fazem toda a diferença na nossa vida. O truque deve ser dosear. Experimentar fugir ao lugar de conforto mas manter aquilo que nos faz feliz.

    Gostei do teu blog 🙂
    Bjs

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    Curiosamente, a pior coisa de partir um tornozelo não é a dor - Joan of July
    22/10/2019 at 11:27 AM

    […] Da beleza e construção das rotinas […]

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