Até há bem pouco tempo, eu era aquela rapariga que não ia a lado nenhum sem a sua máquina fotográfica DSLR, mochila e diferentes objectivas para ir trocando quando precisasse e para melhor adaptar a câmara àquilo que queria captar. Este ano, isso mudou e só tirei fotos com o telemóvel e com câmaras pequenas e com menos qualidade. Descubram porquê neste post. 🙂
Se virem as minhas fotos de férias anteriores (como estas), facilmente percebem o que vos estou a dizer. Não quer dizer que não a tenha levado comigo este ano (levei até várias câmaras fotográficas), mas nunca a levei à praia nem a saídas. Estas férias só fotografei momentos e paisagens com o telemóvel, com a minha Polaroid Snap (instantânea pequena e que cabe em qualquer lado) e com uma máquina descartável analógica.
O facto de ter ido de férias para o mesmo sítio dos anos anteriores (temos lá casa!) pesou, claro, na opção de deixar a DSLR em casa, já que – provavelmente – iria ser repetitiva nas fotos.
Quer isto dizer que a minha DSLR vai passar a ficar de lado agora? Pfff… vocês conhecem-me, que é o mesmo que dizer claro que não. Adoro fotografar com ela! Adoro as possibilidades que me oferece, a capacidade que tenho em manipular tudo com a minha DSLR e a qualidade que obtenho com as fotos que tira, já para não falar nas vantagens em termos de edição de imagem.
Então, o que houve de diferente este ano?
Bem, este ano, durante as minhas férias maravilhosas de praia no Algarve, decidi tentar desligar-me ao máximo das minhas rotinas diárias de cidade e até um bocadinho da internet, muito embora tenha actualizado o Instagram e o Snapchat (btw, sou a joanofjulyblog por lá). A televisão praticamente nem foi ligada, salvo para fazer barulho de fundo uma ou duas vezes, e tentei viver a um ritmo mais desacelerado, slow living, já ouviram falar?
Parte do meu slow living de férias envolveu muita leitura, deixar que as revistas Flow e Oh Comely me inspirassem com artigos maravilhosos, assim como o livro O Filho de Thor (vol.2), de Juliet Marillier, que levei para ler e tentei sempre andar com pouca coisa atrás, daí a DSLR ter ficado sempre em casa.
Até há pouco tempo, atormentava-me a ideia de perder grandes oportunidades de fotografar e de me arrepender de ter deixado a máquina em casa para registá-las. Esse pensamento não me abandonou completamente, mas já estou bem mais tranquila neste aspecto. E sei que não é a mesma coisa, mas hoje em dia tenho um telemóvel com uma câmara razoável e que me safa nestes momentos. Diria até que fotografar com o telemóvel me ajuda a captar coisas que não consigo captar com a DSLR.
Por exemplo, quando a tenho na mão, o seu corpo preto maciço e uma lente cuidadosamente escolhida para fotografar o que se está a passar no momento, as pessoas à minha volta estão muito mais conscientes de que estou a fotografar e inibem-se muito mais. É natural, claro, mas com o telemóvel isso nunca acontece.
Para além disso, algo em mim torna-me automaticamente mais consciente também dos detalhes quando não tenho a DSLR comigo. Quando a tenho, cedo facilmente à pressão que me imponho em fotografar tudo, deixando um pouco os detalhes e as situações aparentemente menos caricatas de lado.
Apesar de não ter qualquer intenção de pôr a minha DSLR de lado any time soon, posso dizer que adquiri um gosto genuíno em fotografar com o telemóvel e equipamentos mais simples.
Acham que estou maluquinha ou isto até faz algum sentido? 🙂
10 Comments
Sofia Garrido
27/07/2016 at 11:41 AMPercebo bem, Catarina. É libertador! 🙂 Olhando para o teu instagrama há muitas fotos em que não é assim tão fácil distinguir se foram tiradas com telemóvel ou não.
Durante bastante tempo também andava sempre com a DSLR mesmo em lazer, embora tenha duas e levasse a mais velhinha, que é mais leve, chegou uma altura que comecei a não sentir tanta necessidade dessa qualidade para registos mais simples, como em férias. Passei a levar também uma câmara compacta e assim às vezes saía só com ela.
Costumava ter algum preconceito com fotografar com telemóvel, mas também só recentemente é que adquiri um com uma câmara com mais qualidade. Ainda mal o usei para isso mas espero vir a tirar muitas fotografias bonitas com ele! 🙂
Daniela
27/07/2016 at 1:26 PMEu percebo bem o que dizes. Eu própria tenho tomado decisões do género.
Estas férias levei DSLR, mas não andei sempre de máquina na mão. Relaxei muito e aproveitei o momento sem o observar por trás da câmara. Também era a segunda vez que passava uns dias ali, e isso claro ajuda a não pensar de que tenho mm de fotografar isto e aquilo.
Catarina
27/07/2016 at 3:57 PMOhh myyy Cat, faz todo o sentido! Sinto exactamente o mesmo! E mais, sinto que fotografo de maneira bastante diferente quando o faço com o telemóvel ou com a DSLR! E adoro a liberdade de ser menos perfeita (embora não consiga ser totalmente imperfeita) que o telemóvel me dá 🙂 fotografias menos calculadas que acabam por ter resultados encantadores 🙂 E quanto a ti, deixa mais vezes a DSLR de lado! As tuas fotos destas férias estão cheias de vida e de detalhes que, mais tarde, vais adorar recordar 🙂 beijinhos*
Tulipa Negra
28/07/2016 at 12:15 AMFaz bastante sentido até. É mais prático e, acima de tudo, era algo que se adequava ao tipo de férias que querias fazer e, como é um local que provavelmente já fotografaste um milhão de vezes tornou-se dispensável levares a DSLR.
Eu adoro a 700D da minha mãe mas, por vezes, torna-se muito pouco prática e um autêntico peso em caminhadas mais longas.
Neste momento ando à procura de um telemóvel com uma boa câmara que, tal como te aconteceu, me permita esquecer da 700D de vez em quando sem entrar em pânico. Tens alguma recomendação? Muito obrigado.
P.S. Mudei o URL do blogue http://omundoencantadodatulipanegra.blogspot.pt/ para voltares a seguir basta adiconar o novo link à tua lista de leitura =)
AJoão
28/07/2016 at 2:00 PMPor exemplo em caminhadas onde uso a função macro ou bastante zoom não dispenso a DSLR. Quando tiro fotos num evento de surf ou numa caminhada com belas paisagens o smartphone está fora de questão. Hoje em dia as pessoas não têem paciencia para mexer naqueles botões todos da DSLR, nem sabem como o modo manual funciona. Concordo que o smartphone é bem mais prático e conseguem-se óptimas fotos, e uso com frequência.
Maria
29/07/2016 at 2:44 PMO ano passado passei um mês inteiro sem internet (salvo um ou duas excepções) e basicamente sem telemóvel, que isto do roaming é ainda muito caro, e foi talvez um dos meses mais sossegados que passei. Deu tempo para ver séries e filmes, e deu sobretudo para colocar a leitura em dia. Nas primeiras horas pensei que ia dar em maluca por se estar tão habituado às novas tecnologias, mas até que me habituei facilmente a não ter muitas delas. E este ano nas minhas pseudo-férias também optei por deixar a minha câmara em casa, ainda que apenas por ela ocupar imenso espaço na minha mala pessoal e eu só quiz mesmo levar o essencial. Fica sempre em falta as tecnicalidades xpto das DSLR’s mas desde que se tenha um telemóvel com uma câmara minimamente de jeito, até que não ficamos nada mal entregues. Estas fotografias estão todas absolutamente fantásticas; gosto especialmente das de paisagem, mas verdade seja dita, esse é talvez um dos géneros fotográficos que aprecio mais :p
Ju
11/08/2016 at 8:03 PMque fotografias tão bonitas 🙂 percebo perfeitamente, fiz exactamente o mesmo nos últimos tempos, andei tanto tempo sem fotografar que agora já tenho saudades. Mas sem duvida que sabe muito bem, se andamos com a máquina inevitavelmente perdemos muito do nosso tempo a tirar fotografias e enquanto que com o telemóvel parece que ao 1º ou 2º disparo a fotografia está óptima, com a máquina tiramos 50 e não acertamos uma ahahah.
Sofia Silva
14/08/2016 at 10:09 AMTambém concordo imenso contigo. No meu caso como faço férias de campismo nem dá muito jeito levar a DSLR e este ano como o meu telemóvel estava na reparação também foi dificil captar qualquer coisa, mas consegui tirar algumas fotos com a minha polaroid e acho muito mais piada a fotos que tiramos e ficam no computador e nem nunca mais lhes pomos os olhos em cima!
Já agora, qual é a tua máquina analógica?
Beijinhos,
Sofia
Nádia
18/08/2016 at 8:59 PMFaz todo o sentido! Quando fui de férias, também tentei deixar a DSLR de lado, apesar de a levar sempre que queria que o meu namorado fotografasse um dos meus conjuntos…o que ainda aconteceu algumas vezes durante as 2 semanas, confesso! Confesso que gostava de conseguir largar totalmente o “dever” de fotografar, seja com a máquina fotográfica “a sério”, seja com o telemóvel mas (ainda) é mais forte do que eu… É um processo… Sei que nas férias deveria desligar (mais), mas há tantas maravilhas para fotografar e cenários fantásticos que não tenho todos os dias, que se torna difícil resistir!
Ah, e as fotos que partilhaste estão fabulosas, não te estava a seguir no Instagram, mas já corrigi o “erro” 😉
beijinhos, Nádia
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