Dia 6, cá nos encontramos novamente para um novo 6 on 6! Sobre o tema deste mês – Movimento – posso dizer-vos duas coisas: a primeira é que não fiquei tão entusiasmada com ele como fiquei, por exemplo, com o Feminino; a outra é que, de todos até agora, foi o que me deu mais gozo fotografar. Faz sentido? Faz pois! É um daqueles momentos na vida em que somos surpreendidos por algo em que não depositámos grandes expectativas.
E, se inicialmente, não consegui lembrar-me de nada pouco cliché para fotografar, algumas boas oportunidades foram aparecendo ao longo do mês passado e início deste mês. Afinal, o movimento está sempre presente nas nossas vidas e em todo o lado à nossa volta, não é verdade? É algo que para nós é tão comum como o ar que respiramos.
E pensando ainda mais a fundo no tema, podemos até pensar em vários tipos de movimentos: bruscos, delicados, com intenção, sem querer, lentos, rápidos, e podia continuar esta lista até muito mais longe se assim quisesse.
Tendo isto em conta, vou tentar descrever os movimentos que captei com a minha objectiva. 🙂
Tirei ambas as fotos de cima num concerto que fui fotografar para a Festmag, mas durante o qual não resisti a tirar fotos de propósito também para o 6 on 6. Este tema fez-me reparar verdadeiramente nos movimentos dos músicos com olhos completamente diferentes. Deixei-me embalar pelo seu feitiço de som e de gestos que falam tanto com as suas letras.
Outro exemplo de uma foto tirada num concerto em que fui fotografar para a Festmag. Este já fui em Outubro ou Novembro do ano passado, portanto é uma pequena batota deste meu 6 on 6, mas a verdade é que, na altura, não achei que a foto fosse boa para publicar na revista (e não é). Por outro lado, adorei-a mal a vi após passá-la para o computador. Talvez por ter visto o concerto, é certo, mas aqui revejo o espírito selvagem da cantora Zola Jesus e relembro os movimentos frenéticos e desenfreados com que nos brindou em palco ao dançar, descalça, ao ritmo de uma das suas músicas, completamente em transe.
A minha amiga Joana, ontem no Terreiro do Paço num momento aparentemente sobrenatural. 😉
E porque as representações de movimento não se fazem apenas com arrastamentos, eis um momento “congelado” em que as bolas de sabão flutuam, leves, pelo ar.
Achei maravilhoso este contraste de movimentos em plena baixa lisboeta. Ao centro, temos uma “mulher-estátua”, que normalmente se caracteriza precisamente pela falta de movimento. Aqui, alguém tinha acabado de lhe oferecer uma moeda em troca da sua performance caracteriza por movimentos lentos e teatrais. À volta dela, os transeuntes continuam as suas vidas a um ritmo muito mais acelerado.
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Em termos gerais, não estou 100% feliz com a qualidade de algumas das fotos, mas as condições em que fotografei os concertos, por exemplo, não eram ideais. Noutras (como a do cabelo da Joana), a exposição não é a melhor, mas então abri o livro Read This If You Want to Take Great Photographs, de Henry Carroll e deparei-me com esta frase:
“Sometimes you can’t have it all and it’s far better to capture the right moment with the wrong settings, rather than the wrong moment with the right settings.”
É tão verdade! Nem vos consigo dizer quantos momentos perdi enquanto procurava sacar uma foto perfeita em modo manual. Quando o momento está lá (no meu caso um encontro com um enorme grupo de veados), deixam a amiguinha no automático e disparem! Mais vale terem algo com que trabalhar em edição mais tarde, de que não ter nada.
Eu perdi os veados.
Portanto, se há coisa que aprendi com este desafio, foi a relaxar mais e a não me sentir mal por uma foto não sair tão bem como queria. 🙂
Agora, vamos ver como é que as minhas colegas de 6 on 6 interpretaram o tema “Movimento”, sim? 😀
- Marta – Viver a Viajar
- Catarina – A Girl in Mint Green
- Joana – Jiji
- Joana Clara – Às Cavalitas do Vento
- Vânia – Raining Days and Mondays
10 Comments
Catarina Coelho
06/03/2016 at 10:10 AMOpa parecia que me estava a ouvir enquanto lia este teu post. Aconteceu-me algo muito semelhante neste 6 on 6 de Março. Tal como tu, não fiquei muito satisfeita com as minhas fotos. Preocupei-me imenso em tentar mexer em modo manual, de forma a explorar um pouco mais… E depois perdi alguns momentos bons, que teria facilmente captado com automático. Mas tal como disse no meu post, acho que o importante é o que aprendemos com isso 🙂 Gosto muito da tua foto das bolinhas de sabão e a de contraste de movimentos! Esta última foi muito bem pensada e apanhada 😀
Beijinhos! <3
Marta Chan
06/03/2016 at 10:23 AMGostei do tom mexido das fotografias, por acaso tinha umas 3 fotos de photobombing desprepositado que ainda considerei deixar 😛
Os cabelos esvoaçantes da Joana estão demais, e é isso, por vezes só temos aquele milésimo de segundo para pensar e agir, para conseguirmos uma foto. Não é perfeita em termos de qualidade mas o sentimento, a ideia, o conceito, está lá, o que, na minha prespectiva, é o mais importante num projecto como o 6 on 6.
somebodyelsa
06/03/2016 at 1:57 PMPercebo o que queres dizer em relação ao modo manual… Na altura em que quis ser fotografa esforçava-me por usar sempre o manual porque é o que te ensinam que tem de ser. Mas às vezes, principalmente quando ainda estás a aprender, não funciona bem assim, ainda mais quando estás a fazer fotografia de rua.
Lembro-me de um dia ter saído para fotografar propositadamente em modo automático. Nesse dia fiz das composições que mais gostei (está aqui se quiseres ver: http://insonia.deviantart.com/art/free-love-57067690 ) e pouco me importa os settings da máquina.
Joana Sousa
06/03/2016 at 3:42 PMGirl, adoro as fotos dos cabelos e dos balões! E essa frase diz tanto! Confesso, não gosto mesmo de fotografar em Manual exactamente por isso. Por isso acabo sempre por fotografar em Av, sempre tenho controlo no que quero, e no resto conto com a ajuda da máquina, não é crime aproveitarmos a ajuda da tecnologia 🙂 Deixo o Manual para casos específicos em que o objectivo é mesmo distorcer a realidade. Puristas da fotografia podem dizer-te que isso é crime, mas olha que fica bem mais fácil conseguir boas fotos, acho eu :p
Jiji
Maria
06/03/2016 at 6:17 PMAs fotografias estão super giras. Gostei especialmente da número a 5. Mas a minha favorita é realmente a última imagem.
Vânia
06/03/2016 at 8:16 PMGosto muito da “imperfeição” das tuas fotos. Acho que é justamente isso que as torna especiais e atractivas. Bom trabalho 🙂
Vanessa
06/03/2016 at 9:01 PMÉ importante relembrar na nossa cabeça que não há mal em não ser o shot perfeito, em não estar tão boa como queríamos. Pessoalmente, esforço-me imenso para fotografar em Manual, mas quando tenho de ser “rápida” e não tenho bem por onde me mexer… acabo por desistir e voltar ao automático. Em termos de tempo, se o tivermos, tudo bem, brincamos com a máquina e provavelmente conseguimos Aquele shot, mas se não tivermos, não nos batem por usar o automático ou por ficarem imperfeitas. 😀
Gostei muito das fotos! 😉
Inês Silva
07/03/2016 at 10:15 PMAs fotos de música! Ai adoro!