Esta semana fiz duas grandes descobertas fotográficas que vão fazer toda a diferença na minha vida. Foram dois momentos “ah-ah!” marcantes, não só porque aumentaram instantaneamente o meu conhecimento em Fotografia, mas porque vão facilitar e melhorar imenso o meu “trabalho”.
A primeira descoberta não vou descrever ao detalhe neste post, mas é sobre fotografar em RAW em vez de JPG. Já tinha lido em N artigos que devia fazê-lo a fim de obter fotos com melhor qualidade (entre outros benefícios), mas a minha câmara anterior (a Canon 1100d) não tinha essa opção. Com a 700d que comprei na passada-quarta-feira, consigo fotografar em RAW, mas a grande descoberta que fiz foi como conseguir que o Photoshop abra estes ficheiros.
A grande descoberta
A segunda descoberta – a qual deu origem a este post – foi aprender a não ter medo de usar o flash.
Isto pode parecer parvo à maioria das pessoas, mas eu tinha um certo receio de o usar. Receio esse assente no facto de achar que as fotos iriam sair terríveis, muito azuladas e os olhos vermelhos, como consequência directa do flash.
Estava tão enganada.
Em certas situações em que, por exemplo, a pessoa que estamos a fotografar está de costas para a fonte de luz, é fácil obter uma silhueta, mesmo quando não é isso que queremos. Quando queremos fotografar claramente o seu rosto, feições e expressões, acontece muitas vezes, estes ficarem mais escuros, uma vez que o background se sobrepõe em termos de luz.
E é aí que pode entrar o fill-flash (ou flash de preenchimento, traduzindo para português).
Vejamos.
O que é o fill-flash?
Como o próprio nome indica, o flash de preenchimento é uma técnica usada para iluminar áreas com sombras numa fotografia, principalmente em dias de sol intenso em retratos ao ar livre. Se a abertura e velocidade do obturador estão correctamente definidos para garantir a correcta exposição do background, mas a rosto da pessoa que está a ser fotografada aparece escuro, é altura de disparar o flash. 🙂
Simples, não é? Porque é que nunca me tinha lembrado disso, de usar o flash durante o dia, com luz natural?
E sim, apesar destas fotos terem sido feitas em interior, apanhei bastante luz natural do sol. A parte boa do fill-flash é mesmo essa: fundir-se com a luz existente.
E – como podem ver na foto de destaque – entusiasmei-me com esta pequena grande descoberta e ultrapassei completamente o meu receio de usar esta funcionalidade da câmara. Posso até dizer que comecei a gostar do flash!
A preciosa ajuda da Elaine Constantine
Fiquei a conhecer o trabalho da Elaine Constantine ao ler o livro Read This If You Want to Take Better Photographs. Numa das páginas deste livro, aparece o conselho sobre o uso do flash em fotografia diurna/ao ar livre e, como exemplo, acompanho-o esta foto da fotógrafa Elaine Constantine.
Entretanto, ao longo desta semana, estiver a ver mais trabalhos dela e fiquei impressionada com a consistência da sua marca enquanto fotógrafa. Sabe-se logo, ao olhar para as suas fotos, que são dela. Depois, há ainda o facto do trabalho dela ser tão despretensioso. Nada de cenas artsy fartsy. Todos os seus retratos são fantasticamente vibrantes , coloridos e jovens. E, como podem ver, utiliza muitas vezes o flash.
Conhecer o trabalho desta fotógrafa convenceu-me de que até os grandes fotógrafos recorrem ao flash, algo que eu desconhecia totalmente. Por alguma razão inexplicável, meti na cabeça que os fotógrafos profissionais não usavam flash. São daquelas ideias pressupostas que se formam e que não sabemos de onde vieram, mas que não fazem sentido nenhum. Toda a gente tens as suas, esta era uma das minhas, pronto.
Mas o importante é que já foi eliminada. Estou finalmente livre para usar o flash sempre que for preciso de forma a captar melhor os rostos que fotografo.
O próximo passo é estudar e testar o uso do flash externo, que ainda não tenho. Mas creio que será para breve. 😉
E vocês, têm alguma hesitação a fotografar? Algo que tenham receio de experimentar? Como é que ultrapassaram esse receio ou como é que esperam ultrapassá-lo um dia?
(P.S.- as minhas fotos não foram editadas propositadamente para se poder ver bem o efeito do flash. Claro que, com edição pode-se tirar ainda melhor proveito do efeito do flash, atenuando-o um pouco.) 🙂
11 Comments
Sofia Garrido
18/10/2015 at 8:40 PMBom artigo, Catarina!
Pessoalmente gosto muito mais de fotografar só com luz natural e recorrer a um reflector para preencher as sombras. O flash acaba mesmo por ser uma opção estética, por vezes. Mas é inegável que pode ser útil quando usado da forma certa. Normalmente só o uso em situações mais instantâneas, em casamentos e eventos. Costumo ter o flash num tripé apontado para cima, ou mesmo na camara da mesma forma, normalmente, para não ficar aquela luz mais “chapada”.
Fizeste sem dúvida um bom investimento na 700D!
Beijinho
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Sofia
Seventeen Seconds
joan of july
19/10/2015 at 12:50 PMObrigada, Sofia! 🙂
Eu concordo contigo no que diz respeito à luz natural. Sempre que houver, é para usar! Nada bate a luz natural, na minha opinião. 🙂
Tenho que arranjar um reflector, agora que me lembras. Já ando para mandar vir um há algum tempo, mas acabo sempre por adiar.
Quando tiver um flash “0ff-camera” (ou uma softbox) vou poder tirar ainda melhor proveito deste auxiliar. 😉
Sim, também acho que foi um bom investimento! Até agora, não me tem dado razões para pensar o contrário. 😀
Beijinho, Sofia *
Liliana Fidalgo
19/10/2015 at 11:18 AMEu admito que fujo do flash como ninguém ahaha mas aprendi a contornar isso e a usar a luz em meu favor! Só uso o flash mesmo em última instância, mas como tudo na fotografia são opções, e o mais divertido é explorar!
Beijinhos
Glamour in a Bottle
joan of july
19/10/2015 at 12:59 PMEra como eu, mas agora já sou mais amiguinha do flash. Claro que, lá porque agora descobri que não é tão mau assim, não quer dizer que vá disparar o flash por tudo e por nada. 😛
Como disse à Sofia, continuo adepta da luz natural e uso-a sempre que possível. 🙂
Mas estou contigo, é divertidíssimo explorar tudo na Fotografia, até porque há sempre qualquer coisa a aprender! 😀
Ju
19/10/2015 at 12:46 PMEu sinceramente tb nunca uso flash nas fotografias, mas nestas tuas fotografias ficou muito bem 🙂 gostei imenso do post 🙂
joan of july
19/10/2015 at 1:00 PMObrigada, Ju! 😀
Foi uma descoberta interessante, sem dúvida nenhuma. 🙂
Marta Chan
28/10/2015 at 7:53 AMTambém estava convencida que o flash só estragaria as fotos até que há uns tempos um amigo fotografou me a noite num festival com flash e ficou muito bom! Aí percebi que aquele feito brilho-pessoa-parecer-braquela pode ser atenuado se soubermos utilizar o flash a nosso favor. Obrigada pela partilha!!
Ps_ tenho mil posts teus para ler, temas tão interessantes! Catarina tas lhe a dar miuda 🙂
Ps2_ este fim de semana já começo a missão da mudança para Lisboa, oh vizinha!
joan of july
28/10/2015 at 12:57 PMParece que tivemos uma revelação sobre o flash, cada uma à sua maneira. Tardou, mas chegou. Eheheh. 😛
Ohhh obrigada!! Espero que gostes! E eu estou mortinha por ler os próximos do Shanti. 😀
Aiii é este fim de semana, vizinha! Bora! 😀 Se precisares de alguma coisa, diz! (acho que tens o meu número, não?)
Beijinhos**
Inês Silva
29/10/2015 at 11:12 PMGosto do flash mas não o sei usar (sem medo) nem gosto muito dele na minha estética, mas admiro muito a forma como o terry richardson o usa e isso inspira-me de alguma maneira 🙂
Não sei mexer em Raw e sinto-me péssima com isso :c
joan of july
30/10/2015 at 1:18 PMPor acaso ando a pensar em fazer um pequeno tutorial sobre a conversão do Raw por estes lados. Pode ser que se concretize! 🙂
Pedro
06/11/2015 at 8:03 PMEm sitios fechados, podes usar um pedaço de papel branco em frente ao flash, a fazer um angulo de 45 graus, de forma a que a luz do flash ressalte no papel branco para o tecto e paredes em redor e depois de volta para o sujeito da foto, desta forma a luz não fica concentrada toda num sitio, ex: http://www.cnet.com/how-to/how-to-make-a-supersimple-bounce-flash-for-your-dslr/
PS: a 1100D suportava RAW 😉