Agora que já passou uma semana desde a edição deste ano do Reverence Valada, já me sinto capaz de falar sobre o evento de uma perspectiva mais clara e distanciada. Prefiro fazê-lo desta forma com qualquer review, especialmente com restaurantes. É fácil (e falível) criticar – positiva ou negativamente – qualquer coisa logo após experienciá-la, mas quando já passou algum tempo é que se sabe que realmente se gostou ou não de algo. Pelo menos é isso que sinto. Por outras palavras, estou pronta para vos falar do Reverence Valada deste ano! 🙂
O ambiente
Começamos pelo mais geral até ao mais específico, pode ser? O mais geral sendo, claro, o ambiente. Em resumo, não senti grandes diferenças, da primeira, para a segunda e, agora, para a terceira edição. O ambiente deste festival é incrível; super relaxado, boa onda e com gente de todas as idades, o que confere um bom equilíbrio ao festival.
Para além disso, como o Reverence é um festival de nicho, por isso nunca há a preocupação de nos depararmos com multidões e filas na área de restauração, nos WCs ou até pelos caminhos de passagem. É um festival em que se anda à vontade e tranquilamente e onde nos podemos focar verdadeiramente na música, sem preocupações de falta de espaço e esmagamentos. Espero que isso nunca mude.
Zona de alimentação, comida e bebida
Ahhh a zona de alimentação do Reverence… Se nunca foram a este festival, desenganem-se se acham que vão encontrar McDonald’s e Burger Kings e companhias. Lá não há nada disso. Há, sim, boa comida, de negócios pequenos e locais (na sua maioria), opções vegetarianas e, este ano, até tripas (como as de Aveiro, não do Porto, ou seja doces) e caipirinhas! Tenho que deixar aqui um grande shout out à Road Tripas, que me providenciou momentos fantásticos de comfort food e me ajudou a matar saudades das tripas de Aveiro. Que maravilha!
Passando à zona de alimentação, ou melhor, ao espaço para comer, continuo a surpreender-me com a falta de necessidade em procurar incessantemente por um lugar para mim e para os meus amigos. Tanta coisa para dizer que nunca tive que procurar muito para arranjar lugar, dado que estes nunca escasseiam. Mais uma vez aqui se nota a inexistência de multidões, thank god. No Alive deste ano, nem no chão – muitas vezes – conseguia um espaço para me sentar a comer e, quando conseguia, era em local de passagem.
Uma novidade ecológica
Ia falar sobre isto no tópico de cima, mas achei que merecia um tópico só para falar disto. Por “isto” refiro-me aos copos usados na edição deste ano para servir bebidas. Já tinha visto copos reutilizáveis noutros festivais, mas:
não era tão giros como os do Reverence (a mim calhou-me um com os nomes de todas as bandas, o que por si só já é um souvenir giríssimo desta edição);
não eram obrigatórios. Pagava-me mais x pelo copo, mas era uma opção, podiam na mesma usar os copos descartáveis. Aqui não; se queríamos beber, pagávamos 2€ pelo copo (uma só vez) e depois só pagávamos pela bebida. E sim, podiam devolver o copo quando quisessem se fizessem questão de reaver os 2€.
Fiquei tão surpreendida como feliz com esta iniciativa, não só pelas questões ambientais, mas porque achei que melhorou genuinamente a experiência do festival ao não ter que lidar com o barulho e cenário horrorosos do plástico espalhado por todo o recinto. Eu juro que não é nada pessoal contra ao Alive, mas foi o único outro festival a que fui este ano e as comprações são inevitáveis e, no final de cada dia, quando o pessoal começava a sair do recinto, era possível avistar-se um mar quase interminável de copos de plástico. Um horror.
Mas yay, Reverence! 😀 Eu cá fiz questão de ficar com o meu copo e o meu namorado fez o mesmo. Para o ano levamo-los connosco! Ou melhor, não levamos nada, quero fazer colecção. 😀
A decoração
Não sei porque ainda não o disse nos artigos que já escrevi aqui sobre o Reverence, mas… eu adoro o logotipo e o uso das serpentes na identidade visual do festival. Também adorava a entrada e decoração antigas, com os apontamentos e toldos em cor de laranja, bem como o “túnel” de rede laranja. Para mim, já era imagem de marca do Reverence e senti falta dela, visualmente falando, embora se trate apenas de um pormenor minúsculo. Mas eu sou assim, “cocó com os detalhes”, como costumo dizer. Nada de importante, portanto, especialmente quando a essência do festival se mantém intacta!
Os palcos
Esta foi, para mim, a parte em que o festival mais sofreu alterações. Este ano, qual não foi a minha surpresa quando soube (ainda antes de ver) que tinham acabado com o palco Reverence, o antigo palco principal, situado no campo de futebol da zona do recinto. Não pude evitar sentir-me um bocadinho triste quando ouvi a notícia, afinal foi nesse palco que assisti a alguns dos concertos (e momentos) mais marcantes das duas anteriores edições do Reverence. Mas esta reacção não passou de sentimentalismo. Ela mantém-se, é certo, mas não é justificada pela suposta falta de qualidade dos novos palcos, não pensem.
A substituir o palco Reverence, tivemos este ano o palco Sontronics, que acolheu bandas brutais como os “meus” Dead Meadow, Brian Jonestown Massacre, With the Dead e Mars Red Sky.
Outra grande novidade da 3ª edição do Reverence Valada em termos de palcos foi a criação do palco Indiegente, situado perto da zona das mesas do parque de merendas, e que se destinou exclusivamente às actuações de bandas portuguesas, uma iniciativa louvável e que – na minha opinião – ajudou a destacar as bandas “tugas”.
Os concertos
Ahhh os concertos não vão ser abordados aqui, sorry. Os concertos que vi no Reverence precisam de um post só para eles. Aliás, merecem. Por isso, até já (muito breve)! 😉
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