Mais uma vez houve greve dos transportes. Agora que vivo com o meu namorado escuso de vir a pé, portanto pedi-lhe boleia de manhã. Como trabalho na Av. da Liberdade, ele deixou-me perto e, enquanto ia descendo, ao passar pela TAP, vi várias senhoras a vender flores com aquilo que decidi que era um aspeto miserável.
Já no trabalho, uma colega informa-me que hoje (ontem) é o Dia da Espiga. Nunca tinha ouvido falar de tal coisa. Após alguma pesquisa- até porque tinha que fazer uma notícia sobre essa efeméride- descobri o significado dos raminhos que ontem andavam a vender por todo o lado.
É que hoje é o Dia da Espiga, também conhecido como Quinta-Feira de Ascensão. Ora, vamos então à história por detrás deste dia tão interessante?
«A origem festiva do Dia da Espiga, coincidente com a Quinta-Feira da Ascensão, é muito anterior à era cristã. Na verdade, este dia é um sucessor de rituais pagãos nos quais se celebrava a primavera e se consagrava a natureza que, após os meses frios, trazia a promessa e a esperança de novas colheitas.
O ramo tem um valor simbólico. Simboliza a fecundidade da terra e a alegria de viver. As espigas simbolizam o pão e a abundância, as papoilas o amor e a vida, o ramo de oliveira a paz e as margaridas o ouro, a prata e o dinheiro.»
Mais tarde, a Igreja cristanizou o Dia da Espiga, atribuindo-lhe um duplo significado. Este dia passou a ser não só o Dia da Espiga, mas também a Quinta-Feira de Ascensão, que assinala a ascensão de Jesus ao Céu ao fim de 40 dias.»
Eu que adoro a cultura pagã fui logo comprar o meu raminho. Supostamente devemos conservá-lo até ao ano seguinte e substituir por outro ramo fresco no mesmo dia. Deixa-se secar e conserva-se, claro. Achei querido o significado por trás daquelas flores com um ar tão pouco fresco.
É incrível como certos rituais resistem à passagem do tempo. O meu raminho serve para isso mesmo; para me lembrar que há coisas que deixam marca durante, muito, muito tempo, como, por exemplo, uma boa história…
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