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As nossas alianças: feitas por nós com ouro de família no atelier Marta Maçarico

Criar alianças de casamento é um processo profundamente simbólico, onde o material bruto é transformado em algo precioso e duradouro, assim como o próprio casamento. Recentemente, tive a oportunidade de vivenciar esse processo em primeira mão, no atelier da talentosa joalheira Marta Maçarico. Com apenas duas libras de ouro, demos início a uma jornada fascinante que culminou na criação de alianças únicas e personalizadas.

(Este post já anda nos rascunhos desde Fevereiro).


Apesar de termos casado em Setembro de 2023, só em Fevereiro fizemos as nossas alianças. Nós somos assim, sem grandes regras nem convenções. Sempre que dá, fazemos as coisas consoante sentimos.

A Marta Maçarico foi uma das primeiras pessoas (e criativas) que conheci aqui em Torres, quando me mudei para cá, em Setembro de 2022. Soube desde esse dia que queria fazer as nossas alianças de casamento com ela e, depois de ter falado com ela, decidimos fazer nós, no atelier da Marta, com a sua supervisão num momento inesquecível e altamente personalizado.

Adoro a ideia de ter algo que não só tem significado pela peça que é, mas pelo próprio processo de criação.


Eu tinha umas libras de família, daquelas heranças que passam de geração em geração e, apesar de serem peças interessantes e até históricas, não tinham muita utilidade em si, apesar do valor que tinham por serem de ouro.

Curiosamente, tinham exatamente o peso necessário para as nossas duas alianças, pelo que as levámos para o atelier da Marta e transformámos as libras em alianças de casamento únicas e cheias de significado.

Primeira fase: derreter o ouro

A primeira etapa do processo foi derreter o ouro. Ver o metal sólido transformar-se num líquido brilhante e incandescente foi um momento de pura alquimia. A Marta explicou que esta fase é crucial, pois o ouro precisa de ser aquecido à temperatura certa para garantir a sua maleabilidade sem comprometer a sua integridade. Ao atingir o ponto de fusão, o ouro estava pronto para ser vertido na forma.



Segunda fase: colocar o ouro derretido na forma

Com o ouro derretido, passámos à próxima fase: dar forma ao metal. A Marta utilizou uma forma específica para moldar o ouro numa barra, a partir da qual as alianças começariam a tomar forma. Este processo requer precisão e cuidado, pois o objetivo é criar uma base sólida que possa ser trabalhada posteriormente. Após o ouro arrefecer e solidificar, tínhamos nas mãos uma barra de ouro, que já continha em si as alianças, à espera de ser reveladas.


Terceira fase: prensar

Não sei bem se é esse o temro (perdoa-me, Marta, se não for), mas basicamente a barra de ouro arredondada foi passada nesta máquina para tomar uma forma mais reta para ser, depois, martelada.



Quarta fase: Corte e Martelagem

Com a barra de ouro formada, chegou a hora de cortar e martelar. A Marta começou por medir e cortar o ouro nas dimensões necessárias para as alianças. Em seguida, aquecemos o outro e martelámos! Sem regras nem padrões, apenas guiados por sensações. A cada golpe do martelo, uns com precisão, outros mais erráticos, fomos moldando as alianças de acordo com a nossa visão.

Toques finais


Os toques finais passaram pelo polimento das alianças e pela gravação de inscrições nossas na parte de dentro.

No final, ficámos com as nossas alianças de sonho, com um ar rústico e imperfeito que – sim -, é mesmo o meu estilo.


Sem grandes salamaleques, amei o resultado final e amo usar a minha aliança no dia-a-dia.


E, com isto, finalmente desbloqueei a minha vontade de escrever, não só aqui, mas em qualquer espaço online sem ser de trabalho. Uff… estava a ver que desta vez não conseguia culpar o Mercúrio retrógrado.

Sei que agora escrevo pouco aqui no blog, mas vou mantê-lo como o meu “pensatório” online, o meu repositório de memórias que gosto de partilhar com quem me visita aqui.

Espero que tenham gostado desta partilha pessoal (e esporádica).

Para mais conteúdo escrito, podem seguir-me no Substack, onde escrevo sobre outros temas e publico conteúdo exclusivo que não vem parar aqui ao blog.

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