Na semana passada contei-vos que queria passar a dedicar-me um bocadinho mais à fotografia analógica, lembram-se? Não quer dizer que queira fotografar mais com a máquina analógica do que com a digital, mas antes que quero fotografar mais com a primeira do que aquilo que tenho feito até agora. 🙂
Ora, neste fim de semana que passou dediquei-me o máximo que pude à fotografia analógica, excepto na manhã que de sábado que fui fotografar para Sintra com algumas das meninas do Off Sight.
Ainda no sábado fui encontrar-me com um vendedor do OLX a quem comprei um scanner de negativos novinho, nunca aberto e que eu estava mortinha por experimentar. Não vi muita coisa sobre ele online, não é uma marca conhecida, mas encontrei um vídeo no Youtube que me convenceu a comprá-lo.
Confesso que sou um bocadinho céptica de que estas coisas vão funcionar comigo ou que vão, pelo menos, ser difíceis de montar ou de pôr a funcionar, mas não foi o caso. Pôr o meu scanner de negativos a funcionar foi incrivelmente fácil e ele funciona tão bem! Fiquei tão feliz que comecei logo a passar fotos antigas para o pc: passei a scanner umas fotos (algumas estão neste post) das minhas lomos, especialmente da La Sardina e adorei os resultados. As fotos – aliás, como podem ver – não são nenhumas obras refinadas, muito pelo contrário, mas é precisamente essa estética que eu adoro neste tipo de fotografia e as lomos são perfeitas para a atingir.
Passando à experiência seguinte, que teve lugar no domingo, tentei revelar os meus próprios negativos em casa para depois os passar a scanner. Como também já vos contei e mostrei no Instagram, o meu namorado ofereceu-me um kit de revelação nos anos, coisa que eu ainda não tinha usado. Depois de muitos dias a ver vídeos no Youtube, a ler manuais, de tirar apontamentos e de comprar material para misturar as soluções químicas, pus as mãos na massa no domingo à tarde.
Fiz tudo como eu achava que estava bem. Tentei cruzar fontes de informação, já que todas diziam temperaturas diferentes, tempos diferentes e não concordavam com nenhum valor específico. O que fazer nesses casos para além de cruzar informações e chegar a uma espécie de média? Foi o que eu fiz, mas algo deve ter sido claramente mal feito, porque não deu em nada. No final do processo, quando retirei os negativos, não havia imagens nenhumas, continuavam na mesma… Fantástico.
Como qualquer outra pessoa, odeio falhar, odeio quando as experiências me correm mal e senti-me super frustrada durante várias horas. Foram horas e horas de pesquisa e leitura, afinal de contas… Até me custa assumir que correu tão mal e que perdi dois rolos, mas enfim… Serviu para convencer alguém (o Pedro!) de que não é assim tão fácil fazer em casa sem nunca ter experimentado fazer em lado nenhum antes e serviu para me convencer de que preciso e quero fazer um workshop de revelação antes de tentar isto outra vez. Acreditem, tenho procurado, mas não tenho tido grande sorte a encontrar um workshop de revelação fotográfica com datas próximas e para breve.
Se tiverem sugestões, agradeço!
Apesar de tudo, não vou desistir já, tenho é que aprender primeiro. Hoje em dia estamos tão habituados a que as coisas sejam fáceis, intuitivas e digitais, que nos deixamos desanimar quando não correm como esperamos. Eu faço parte desta geração de Millennials insuportavelmente impacientes, mas estou a tentar lutar contra isso. No fundo, vejo a fotografia analógica como uma etapa que tenho que conquistar para também melhorar a minha personalidade. Faz sentido? Dava-me jeito ser mais paciente e regrada.
Quanto ao scanner que usei para passar estas fotos para o PC, é um SilverCrest (para quem estiver interessado). Pelo menos com essa parte das experiências do fim de semana estou muito satisfeita! Adoro o facto de se notarem os pequenos riscos e imperfeições do rolo, algo que hoje em dia é reproduzido propositadamente com filtros específicos aplicados sobre as fotos digitais. Adoro o facto de parecerem sido tiradas algures nos anos 90 e de todos os momentos parecerem (até porque são) tão espontâneos, descontraídos e crus, inalterados. 🙂
Já agora, já alguma vez tentaram revelar negativos em casa? Saiu-vos bem? Têm dicas para mim?
8 Comments
Sónia Rodrigues Pinto
14/03/2017 at 2:45 PMEsses scanners, se não me engano, aparecem de vez em quando no LIDL! Ando com um vontade imensa de comprar um à minha tia, porque ela tem *imensos* rolos por revelar de viagens que fez enquanto bióloga marinha nos Açores. Adoro fotografia analógica e acho que os scanners são um óptimo investimento! 🙂
Quanto às revelações, aposto que depois de fazeres o workshop (e ele vai aparecer!), a experiência vai correr às mil maravilhas e vais conseguir.
Espero ver mais fotografia analógica por aqui, porque tal como tu gosto muito do resultado!
Beijinhos 😀
joan of july
21/03/2017 at 12:58 PMSim, já esteve à venda no Lidl, mas eu não vi na altura. Era uma excelente prenda para a tua tia se realmente tem tantos rolos! 😀
Bem, vou ter que ficar atenta, espero que o workshop apareça mesmo. Preciso de aprender a fazer isto! 😛
Beijinhos
ajoao
14/03/2017 at 3:49 PMAdquiri há pouco tempo uma Minolta X700, ainda estou a dar os primeiros passos no analogico. Aquelas fotos tiradas há vinte anos com uma olympus totalmente automática não contam. E curiosamente hoje estive a ver no blog “sagradapelicula” uma referencia ao scanner da Plustek que me pareceu bastante bom, mas de facto esse SilverCrest também deve ser boa opção.
É excelente ver bloggers a falar de fotografia analógica em português 🙂
joan of july
21/03/2017 at 12:56 PMOlá João! Obrigada pelo comentário. 🙂
Não conhecia o blog sagradapelicula mas já estou a seguir!
A minha Minolta é uma X-GM e também estou a dar os primeiros passos com ela. 🙂
Bela Dina
15/03/2017 at 12:03 PMOra aí está algo que gostaria muito de aprender: revelação fotográfica. Tive essa oportunidade há uns 20 anos atrás mas na altura deixei passar porque queria era aproveitar as férias de verão. Pensei para comigo que o voltaria a fazer no seguinte ou assim. Foi até hoje.
joan of july
21/03/2017 at 12:53 PMEstás sempre a tempo! 🙂 Eu espero aprender muito em breve. Se deixar passar tanto tempo posso perder a “pica”, embora nunca me vá esquecer. É um skill muito desejado por estes lados. 😀
LucieLu
15/03/2017 at 12:16 PMJuntamo-nos um dia para ir fotografar em analógico? Relativamente aos rolos… Na Creative Mornings, esta sexta, conto-te uma história engraçada que aconteceu comigo quando ainda estava na António Arroio. Foi nesse dia que conheci a história das fotografias do Dia D. Conheces?
Até breve, Beijinhos*
joan of july
21/03/2017 at 12:49 PMFoi uma boa história a do Dia D., realmente, Lúcia! Temos então que combinar para irmos fotografar, adorava! 🙂 🙂
Beijinhos