Regressei de uma semana de viagem por Praga e por Roma no sábado passado. Antes disso, curiosamente, não estava a sentir esta viagem, não porque não quisesse viajar, mas porque me sentia tão sobrecarregada por coisas a fazer e resolver cá, incluindo trabalho, questões relacionadas com finanças e recibos, entre outras preocupações.
Só me caiu a ficha no dia da viagem e só aí comecei a sentir-me verdadeiramente entusiasmada por ir viajar.
Com este estado de espírito e uma vida meia de pernas para o ar de tanta coisa a fazer, não planeei nada, nem fiz itinerários, nada. Os pontos de interesse que quis visitar, listei-os nos quartos de hotel onde estive, na véspera de cada dia. E sabem que mais? Não subtraiu nada à beleza desta viagem.
Antes de ir viajar desta vez, foram várias as vezes em que disse que, “não me dava jeito nenhum ir de férias agora”. Visto agora, em retrospectiva, digo: que estupidez.
É quando nos sentimos mais assoberbados que devemos tirar tempo para nos recompormos, mas acima de tudo, de desanuviarmos a cabeça.
Viajar permite-nos fazer isso melhor que qualquer outra coisa. Parece que, com cada quilómetro que nos distanciamos das coisas, mais dissolvidas se tornam as nossas preocupações. Ficam lá, bem longe, para depois poder lidar melhor com elas, com a cabeça mais descansada e em paz.
Nas semanas que antecederam esta viagem sentia uma névoa na cabeça cada vez que me sentava com o portátil à frente para escrever qualquer coisa. Estive uma semana a tentar escrever um único post para o blog. Nem era nada de especial, era só a falar-vos sobre a minha próxima viagem, tal como faço antes de qualquer uma. Gosto de anunciar os destinos das minhas viagens e de revistar esses posts, a nos mais tarde, e voltar a sentir uma pontinha desse entusiasmo pré-viagem que me possuía na altura em que escrevi esses posts.
Mas não consegui. Estava tão cansada e com as ideias tão espalhadas, que não consegui. A segunda metade da folha em branco vencia-me sempre no jogo do sério.
Mas viajar faz mesmo maravilhas à nossa mente. Nem só pelo facto de deixarmos os nossos problemas mundanos para trás, mas também pelo facto de, no espaço de tempo em que estamos a viajar, enchermos a cabeça de História, de ecos de outras vidas do passado, de culturas diferentes, de sabores diferentes,… Viajar é inspirarmo-nos e é repormos energias.
Volto, então, desta passagem por Praga e por Roma mais reparada, com energia para concretizar tudo o que quero e para voltar ao blog. E faço-o cheia de lendas de folklore checo e de histórias de Roma antiga na cabeça. Como eu gosto.
Nos próximos tempos vou falar-vos muito sobre esta viagem e sobre estas duas cidades.
O que é que mais gostariam de saber? 🙂
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