Vi o La La Land no sábado passado e foi como uma lufada de ar fresco na minha vida. Nem sequer estou a exagerar, porque fez todo o sentido ter visto esse filme antes de algo muito importante que tive na segunda-feira, o equivalente a uma audição para actores, como a Mia de La La Land.
Durante a viagem Porto-Lisboa, no domingo, ouvi a banda sonora do filme (que é linda de morrer) e reflecti acerca de – pelo menos – dez coisas que podemos aprender com o La La Land.
Atreve-te a sonhar
Comecemos por um cliché: seguir os nossos sonhos. Por mais repetida que esta expressão seja, é incrível como nunca perde o sentido. Nem toda a gente tem sonhos. Alguns de nós interpretam paixões fugidias como “sonhos”, mas a força para os perseguir está ausente, porque o “sonho” simplesmente não era suficientemente forte.
Mas se algo que desejas ardentemente não é fogo do momento e é algo com que sempre sonhaste – como no caso da Mia (Emma Stone) e do Sebastian (Ryan Gosling), então por favor, não deixes que nada te impeça de o o concretizar.
Nada se consegue sem trabalho e persistência
Nada nesta vida que seja de valor (a não ser que se tenha muita sorte e eu não acredito em sorte) se consegue sem trabalho e persistência. Nada. Pelo menos não os nossos sonhos. Não vale a pena lamentares-te de que não consegues ter tempo de trabalhar nos teus projectos fora do trabalho se não fazes nada para tentar mudar a tua vida, hábitos e rotinas para acomodar tempo para desenvolveres os teus projectos que poderão dar então acesso à concretização dos teus sonhos.
Se tens um sonho e é algo suficientemente importante para ti, vais ver que nem será assim tão difícil arranjares a inspiração e a motivação para trabalhares no duro para o tornares realidade.
Se ainda não viste o La La Land (de que estás à espera?), vai ver e deixa-se inspirar pela história da Mia e o Sebastian. Saí do cinema tão mais inspirada para fazer isto acontecer este ano…
Rodeia-te de pessoas positivas
As pessoas que escolhes para a tua vida, devem ser pessoas que te transmitem coisas boas e que te apoiam na conquista do teu sonho. Basta vermos os primeiros minutos do La La Land para nos sentirmos contagiadas pela energia e simpatia das colegas de casa da Mia, que a arrastam de casa para ir com elas a uma festa onde poderá fazer contactos e conhecer alguém ligado à area onde se insere o seu sonho de ser actriz. Adorei essa cena, pois mostra a beleza da amizade feminina e o altruísmo que deve estar associado a todas as amizades que é como quem diz “tens que ir não porque eu quero, mas porque pode ser muito bom para ti”.
Sê a maior cheerleader do teu parceiro e mantém a mente aberta
Às vezes os nossos namorados ou maridos podem ter interesses que, bem, não nos interessam nada. No caso do meu é o Magic e o Benfica, no caso do de Mia, Sebastian, era o Jazz. Mas enquanto fazia o esforço por incentivá-lo a seguir o seu sonho, enquanto o ouvia tocar e falar sobre a sua paixão, ela própria começou a gostar de Jazz, quando antes afirmava com todas as letras que não gostava do estilo musical.
Se é verdade que temos que apoiar os nossos amigos, também temos que fazer o mesmo pelos nossos parceiros. Não há nada como ter a pessoa que amamos a apoiar-nos em algo que também amamos.
Convence-te de que não há atalhos nem saídas fáceis. Sê esperto com as tuas escolhas.
Chamamos “sonho” a algo que queremos concretizar, pois parece-nos quase inatingível e, como tal, o caminho para lá não se espera que seja fácil. Acertei? Não conheço ninguém que ache que concretizar os seus sonhos é fácil. Por vezes, temos até que adiar a concretização de algo importante por nos faltar os meios para lá chegar. Nessas alturas, há que tomar as decisões certas e aceitar as oportunidades que a vida nos dá.
No caso de Sebastian, era abrir o seu próprio clube de Jazz. Como não tinha ainda dinheiro para o fazer, aceitou o convite de um amigo para se juntar à banda dele, embora não fosse esse o seu desejo e nem adorasse particularmente o estilo de música que tocavam. No final, aceitou e valeu a pena.
Nunca esqueças as tuas metas
No caso de teres que tomar uma decisão parecida, não desanimes sempre que tiveres que ir para o trabalho que não é o teu sonho (supondo que a situação à parecida com a do filme) e lembra-te o porquê de estares a fazer o que estás a fazer mal acordas de manhã. Pensares no objectivo final e na razão pela qual fazes as coisas, vai ajudar-te.
Sai da tua zona de conforto
Mais uma vez, surge a noção de que concretizar sonhos não é fácil e, para além disso, (e quase sem excepção) os teus sonhos não se encontram dentro da tua zona de conforto.
Em La La Land, Mia quer ser actriz, mas ninguém a contrata. Então Sebastian, convence-a a escrever uma peça e a ser a actriz da mesma para, depois, a encenar à frente de um público. Esta situação saiu imenso da zona de conforto de Mia, mas serviu para algo, assim como as nossas próprias tentativas de sair da nossa zona de conforto. Assim de repente, não me consigo lembrar de uma única vez em que me tenha arrependido de o fazer.
Acredita no teu talento
Enquanto lutas pelo teu sonho, vais ouvir muitos nãos e ter que lidar com obstáculos, por isso nunca te esqueças do teu talento. Mesmo que ninguém (ainda) o reconheça, se tu não o fizeres, mais ninguém o fará. Mesmo quando ninguém acredita em ti, tu tens que acreditar.
Vais sempre pensar em desfechos alternativos decorrentes das tuas escolhas
Lamento, mas não existe nenhuma forma comprovada de sabermos como iria correr a nossa vida se tivéssemos escolhido a opção C em vez da B e parte de nós vai sempre perguntar-se o que teria acontecido se tivéssemos optado pela B, pela A,… Quer seja um trabalho que rejeitámos ou um amor que deixámos para trás, é natural recordarmos o que aconteceu e imaginarmos como teria sido a nossa vida com um desfecho alternativo.
Se deixares passar algo ou alguém que achas que é o teu sonho/amor da tua vida, provavelmente é. Há coisas que sentimos que são tão fortes que nem passados anos as esquecemos. No momento em surge aquela música, a nossa mente leva-nos atrás vários anos e subitamente questionamos as nossas escolhas. Porém, temos que aprender a viver com elas, pois se tentássemos subitamente mudar tudo, poderíamos magoar muita gente no processo. Tudo é uma aprendizagem.
Vais sempre ter um porto de abrigo
Não sei quanto a vocês, mas para a Mia a casa dos pais foi um refúgio quando ela mais sentiu que precisava. Eu sinto o mesmo e já senti ainda mais; quando as coisas dão para o torto ou, simplesmente, quando estamos fisica e mentalmente esgotados, encontramos na casa dos nossos pais sempre uma porta aberta e abraços à nossa espera. Quem não se sente protegido do mundo no seu quarto de infância? A casa dos nossos pais e/ou o nosso quarto de infância/adolescência são dos melhores sítios que podemos ter para lamber as nossas feridas (metafóricas).
Esta é capaz de ser das melhores coisinhas da vida.
Mas, depois de lambermos as feridas, há que evitar ficarmos acomodados. Há que agradecer aos pais pelo apoio e voltar à luta!
4 Comments
Fedra
03/02/2017 at 10:52 AMGostei muito, muito deste post! Ainda estive alguns dias na dúvida , até decidir ver o Lalaland – musicais não são bem a minha praia. A partir do momento em que esqueci essa parte e finalmente decidi a ver o filme, posso dizer que adorei, principalmente por tudo o que representa, tal como falas neste post. 😉
Inês
03/02/2017 at 1:42 PMÉ tão verdade tudo o que descreveste sobre La La Land. É um filme mágico!
Sara Trigo
06/02/2017 at 8:54 AMGostei imenso do La La Land (com exceção da primeira cena, que achei ridícula e desnecessária, mas foi só para enganar!). Não ia com expectativas nenhumas, mas realmente dá uma liçãozinha de vida bastante interessante. E o filme é tão bonito, que é mais outra coisa que se pode retirar dele: a vida é, mesmo, bela, se soubermos olhar para ela com os olhos certos.
Andreia Moita
08/02/2017 at 2:42 PMVi o filme este fim-de-semana e também já fiz post sobre ele.
Adorei o teu post e a forma como nos fazes ver as coisas. Parabéns!
bjs