Antes de partirmos para Killarney já sabíamos que queríamos ir ao Killarney National Park, um sítio com 102.89 km2 de vegetação, lagos, castelos e veados.
Assim que chegámos a Killarney e nos instalámos, fomos conhecer o centro desta pequena e belíssima cidade, fomos almoçar de seguida e traçámos um plano para o resto da tarde: ir ao Ross Castle e conhecer o National Park, dois pontos de interesse que já faziam parte do nosso roteiro irlandês desde que começámos a planear a viagem ainda em Portugal.
A caminhada até ao Ross Castle a partir do nosso alojamento (do qual vou falar mais tarde, noutro post) acabou por nos parecer longuíssima (ainda foram uns quilómetros), talvez por causa das fortes chuvadas que apanhámos pelo caminho e que tão típicas são do clima irlandês. E sim, também estava bem fresquinho, mas mais quente do que em Dublin, se bem que com aquela caminhada fosse quase impossível sentir muito frio.
Chegados ao Ross Castle tivemos um pequeno dissabor: estava “fechado para Inverno” como se lia num aviso colado na porta principal do castelo. Achei estranho, até porque ainda nem sequer era Inverno (era Outono), mas não havia nada a fazer. Já ia a virar costas à porta quando, de repente, algo me diz para olhar para o chão e eis que vejo um monte de envelopes mal metidos para debaixo da porta. Ao pegar num, apercebo-me que é da companhia da electricidade lá do sítio a ameaçar cortar a luz do castelo. Hmmm… Seria por isso que estava fechado? Não sei, mas que não deu para entrar, lá isso não deu.
Mas não ficámos muito tristes, garanto-vos. Sim, teria sido bom ter onde nos abrigar da chuva torrencial que apanhámos por breves momentos lá, mas a paisagem compensou tudo.
Aqui foi o momento em que soube que a minha “viagem celta” tinha realmente começado. É difícil sentirmos a presença celta na Irlanda quando estamos numa cidade tão moderna e “cool” como Dublin, mas em lugares como Killarney parece que nem precisamos de procurar vestígios para sentir a História e as memórias dos lugares por onde passaram. Refiro-me mais às paisagens e às standing stones do que as castelos, já que estes são póstumos aos celtas.
O Ross Castle, por exemplo, foi construído no séc.XV e situa-se à beira do Lough Leane (o lago que vêem nas fotos), com uma vista fantástica para Carrauntoohil, a montanha mais alta da Irlanda e que ainda vão ver novamente (e melhor) noutro post que preparei para vos mostrar mais à frente.
A seguir a termos visitado o exterior do Ross Castle e de termos tirado algum tempo para observar e absorver a paisagem maravilhosa à volta do mesmo, voltámos ligeiramente para trás, mas em vez de fazermos a estrada a pé de volta para o centro de Killarney, entrámos para dentro do Killarney National Park para mais uns quilómetros e passeio e observação.
O National Park é frequentemente ilustrado com um veado e isso é porque o Red Deer (uma espécie de veados) é o símbolo de Killarney como vos mostrei neste post. Ainda não é agora que vos mostro veados fofinhos, mas será em breve.
A vegetação e imensidão de árvores do National Park impõe respeito e faz-nos sentir pequeninos no meio da natureza. As chuvas recentes contribuíram para que a tenhamos encontrado neste estado escuro e cheio de poças que mais pareciam lagos. Por causa do ar fresco e da terra húmida, o ar parecia limpo e fácil de respirar, uma maravilha para todos os nossos sentidos.
Chegando a uma parte do National Park que ia na direcção dos lagos, encontrámos alguns barcos e, depois de muito andarmos, um dos lagos. Para nossa surpresa era o Lough Leane, o lago que banhava a paisagem do Ross Castle. E lá estava ele. De outra perspectiva e com o céu ligeiramente menos carregado de nuvens negras que ameaçavam chuvas intensas, vimos o Ross Castle ao longe como se fosse um postal em tempo real.
Dificilmente conseguirei traduzir por palavras o deslumbre que senti quando avistei esta cena digna do melhor dos contos celtas. Senti um aperto na barriga como sentimos quando descemos uma montanha russa, embora menos violento. Algo que não sei explicar, mas que também senti na Escócia. Dizem que é das vidas passadas. Se pudesse escolher acreditar em algo difícil de acreditar seria precisamente nisso.
Espero que tenham gostado deste relato de mais um bocadinho da minha viagem à Irlanda. Se quiserem, podem ver mais posts desta viagem aqui. 🙂
No próximo post vamos ver os veados (Red Deer) de Killarney!
6 Comments
Inês Silva
07/02/2017 at 9:28 PMuauuuu! Deve ser mesmo difícil descrever a beleza e o mood de sítios assim, e tu que gostas dessa cultura, deves ter delirado!
Sara Custodio
08/02/2017 at 7:17 PMQue paisagens lindas!!!!!!
Beijinhos!
Sara Custódio | Facebook
Ana
12/02/2017 at 2:32 PMQue espectacular paisagem! O parque parece ser deslumbrante, e é como dizes: relembra o passado daquelas terras, tem o misticismo da cultura celta impregnado por todo o lado. Ao ler isto apercebia-me da tua grande adoração por toda esta Europa do Norte, que já deixaste explícita noutros posts, e que me faz lembrar o que sinto pela América do Sul. Se acreditasse numa outra vida, e que nela teria vivido noutro lado, seria certamente por lá :p
Catarina Gralha
13/02/2017 at 1:46 AMQue lugar incrível! Adoro tudo o que é natureza, cada vez mais acho que é o meu tipo de espaço preferido… Sem dúvida que a vida toda que as cidades têm me hipnotiza, mas estas paisagens deixam-me sem palavras – e é tão raro eu ficar sem palavras! É como dizes, parece mesmo retirada de um conto celta. Estes espaços com castelos antigos deixam-me sempre a sonhar.
Ana Couceiro Pires
01/03/2017 at 4:47 PMCatarina, como estão bonitas as tuas fotografias!!! 🙂
Também adoro veados… A vez que os vi mais de perto e também em maior número foi em Lyon no Parc de la Tête d’Or. É um parque enorme com imensas atracções… Uma das quais um pequeno jardim zoológico (gratuito) que para além de girafas, zebras, crocodilos, tem imensos veados!