Dificilmente encaro a palavra “rotina” como algo positivo à primeira vez. Excepto quando essa palavra é seguida pela palavra “férias”. Rotina e férias é algo simplesmente mágico. Uma rotina de férias é algo muito bom que se repete por dias seguidos, mas que não aborrece porque se sabe que tem um prazo de validade.
Rotina de férias equivale a muita praia, muitas horas na praia, muitas horas a ler, a passear, a nadar no oceano e a abraçar as ondas, a ser-se beijado pelo sol e simplesmente a descansar e a recarregar baterias.
Esta semana comecei assim saudosista. Deu-me para reflectir sobre o cansaço, as férias desejadas, o verão e o calor que tardam em chegar e um desejo intenso de parar um bocadinho.
As saudades de um tempo mais simples em que conseguia não pensar em mais nada apertam, mas por outro lado sei que a vida nunca será de novo assim. No entanto, as férias na praia são o mais próximo que chegarei desse estado de despreocupação, daí serem tão desejadas e tão bem-vindas quando finalmente chegam.
As minhas rotinas de férias em Ferragudo consistem basicamente em praia, praia, sol, piscina, noites longas de bebidas e jogos com amigos em casa, mergulhos na piscina de noite (às vezes), umas saídas ocasionais à noite, tentativas minhas de permanecer na praia durante o máximo de tempo possível, leituras e momentos só meus que tenho vindo a ter desde há anos.
Por exemplo, é frequente oferecer-me para levar o lixo aos contentores antes do jantar. Esta não é nunca uma tarefa urgente, mas que faço religiosamente porque os contentores ficam no início de um caminho a direito que vai dar ao farol. Ora, o farol fica em cima das falésias de Ferragudo. Não sei explicar-vos eficazmente o que tanto me atrai a elas, mas há muito que se tornaram as minhas confidentes e companheiras de final de tarde. É nelas que gosto de passar a minha golden hour dos meus dias de férias.
A serenidade que se sente lá em cima é precisamente aquilo que não consigo obter na cidade. O som do mar e o vislumbre da sua imensidão não lhe ficam nada atrás no que diz respeito à ajuda que me dão na obtenção de alguma paz interior, por mais efémera que esta possa ser.
Agora que penso nisso, tudo se resume não apenas à serenidade e paz, mas a um raro sentimento de liberdade. E parece que, quanto mais perto do mar estou, mais livre, feliz e calma me sinto.
A verdade é que tenho pena de estar tão longe do mar aqui em Lisboa, quando no Porto consigo vê-lo pelas janelas de casa da minha mãe, mesmo que esteja longe. Na verdade, está perto, muito perto. Dez minutinhos de carro até à Foz e pronto, temos mar.
Mas já estou a divagar.
De qualquer modo, as férias na praia deste ano já estão marcadas e já posso começar a suspirar por elas. Até lá, a minha vida é uma sequência de eventos, ou melhor, de missões que tenho que completar até me ser oferecida a passagem para o paraíso.
E vem aí duas das minhas missões favoritas: uma, o Bloggers Camp, outra a Feira do Livro, que é onde completo um dos meus rituais do ano ao comprar os livros que sei que vou querer ler na praia durante as férias mágicas. 🙂
E vocês, que rituais de férias têm? Que rotinas têm ou não dispensam nas vossas férias?
11 Comments
Joana Sousa
18/05/2016 at 9:11 AMAs saudades que eu tenho disto…já não ponho os pés no Algarve ou no Alentejo há tanto tempo, e como eu gostava disso. Ir à praia aqui no Porto não é a mesma coisa. O pôr do Sol não é a mesma coisa. A cor dourada e o azul do mar não são iguais…bah. Que saudades!
Jiji
joan of july
21/05/2016 at 12:02 PMSim, é verdade, fazer praia no Porto não é a mesma coisa. Eu não gosto porque a água é gelada e eu sou estupidamente friorenta. Mas não deixam de ser praias boas para passear ou para ir às esplanadas. 🙂
Ana
18/05/2016 at 11:21 AMNem imaginas o que espero por dias assim…. bj
http://despertarosonho.blogspot.com/
joan of july
21/05/2016 at 12:03 PMSomos duas então. 🙂 *
Raquel
18/05/2016 at 2:55 PMAs minhas férias vão ser passadas, claro, no Algarve. Mas este ano gostava de arranjar um emprego de verão.
joan of july
21/05/2016 at 12:03 PMSim, no teu caso faz ainda mais sentido. Ahahah
Espero que consigas arranjar, Raquel! 🙂
Maria
20/05/2016 at 8:24 PMEu já não faço férias de praia há anos e anos. E as vezes que vou à praia por ano começam a ser cada vez mais nulas. Mas o contacto com o mar/oceano (o que preferirem) não deixa de ser uma das minhas coisas favoritas, e sempre que posso, gosto de fazer uma breve viagenzinha à nossa costa, que é um espectáculo. As minhas rotinas de Verão resumem-se agora a umas boas semanas de trabalho, mas como é algo que eu simplesmente adoro da minha área, faço-o de todo o agrado e acaba mesmo por ser a minha versão de “momento zen”.
joan of july
21/05/2016 at 12:04 PMBoa! Nada como gostar daquilo que fazemos, não é Maria? 🙂 Assim nunca parece realmente trabalho.
Mas sim, nisto tudo o contacto com o oceano é o que mais desejo também.
Inês Silva
22/05/2016 at 8:45 PMEste post está tão ”quentinho” ^^ As cores estão mesmo a puxar ao saudosismo e pôs-me a pensar nas minhas férias que estão para vir e nas que tenho feito há 3 anos. Só quando saí da faculdade é que dei valor como deve de ser ao tipo de férias que descreveste e agora vejo como me fazem falta…
Analog girl
23/05/2016 at 4:13 PMAhhhh….férias no Algarve têm aquela mística. Acabei de perceber que vou ter uma semana na ‘minha’ terrinha e estou tão feliz que não caibo em mim. Mesmo tendo uma criança aos meus cuidados e isso impedir uma vida noturna mais intensa ou aquelas rotinas de sestas e leituras (com sorte talvez tenha algumas sestas), só penso em visitar as praias da minha infância, em passear pelos lugares tão familiares ou simplesmente passear pela aldeia a cumprimentar toda a gente, e passar tempo com a minha família lá de baixo.
Acho que vai ser bom. Ainda falta um tempo, mas vai saber-me pela vida 🙂