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Book review: Lado Lunar de Sara Trigo

Hoje trago-vos uma review de um livro do qual é provável que nunca tenham ouvido falar. Não que esteja a insultar a vossa cultura geral, mas porque é um livro muito recente e escrito por uma jovem e (ainda) desconhecida autora. Há por aí fãs de short stories fáceis de ler, mas que também fazem pensar? Então fiquem comigo.

Adoro escrever reviews de livros e, se pudesse e conseguisse, escrevê-las-ia com mais frequência. No entanto, não é algo fácil de escrever e ainda menos quando o autor ou autora são nossos amigos próximos, não concordam? É o caso da Sara Trigo, autora do livro Lado Lunar, mas eu vou tentar ser o mais imparcial possível. 🙂

Quando sabemos que um amigo ou familiar nosso publicaram um livro, o nosso primeiro instinto é querer lê-lo, nem que seja por influência da nossa curiosidade mórbida em saber o que lhes vai na mente e que não nos contaram, mas que – por outro lado – reservaram para contar às páginas em branco que agora se transformaram num livro.
Quando li o Lado Lunar da Sara, percebi que algumas das coisas que escreveu foram influenciadas por episódios pessoais; não necessariamente ipsis verbis como constam no livro, mas certamente inspirados por fases da sua vida e locais por onde passou e onde viveu. Para mim, a leitura tornou-se mais rica por esse meu conhecimento prévio da Sara, mas para quem não a conhece terá também um forte interesse e já vos digo porquê.

Sinopse

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O que é o Lado Lunar e em que consiste? Citando a contra-capa do meu exemplar:

Lado Lunar é uma coletânea de reflexões sobre a vida em várias das suas componentes. A morte, o amor singrado e o amor perdido, a idade, a solidão, a conquista, a perda, a luta, e a derrota, são temas abordados pelas personagens de cada história, que conduzem, de certa forma, a conclusões sobre a vida de quem as lê.

O espaço por excelência é o Porto, ao longo das várias estações do ano, e o tempo é incerto: as histórias passam-se hoje, mas podiam passar-se há dez anos atrás, ou daqui a dez anos, com mais ou menos tecnologia.

Há finais que são felizes, há finais que nem por isso e há finais indefinidos, tal como na vida, onde o choro e o riso funcionam como o pé esquerdo e o pé direito.

Lado Lunar tanto pode fazer o leitor almejar por algo melhor, não se conformando com o que tem, como pode funcionar como um medidor de felicidade. Numa perspetiva negativa ou positiva. Porque, no fundo, a única coisa que todos queremos em comum, tomando melhores ou piores decisões, é sermos felizes.

Interessante, não? 😀

Melhores momentos e histórias

As pequenas histórias de que se compõe o Lado Lunar não têm relação entre si: começam, desenvolvem-se e terminam no mesmo capítulo. Desta forma, é difícil cansarem-se da leitura e aborrecerem-se com o que estão a ler. Mesmo quando não se identificam com uma história – no meu caso não me identifico com várias de amores perdidos – há sempre alguma que nos prende e que acabamos sempre associar ao nosso meio envolvente.

Por exemplo, a história “Carlos Alberto”, que é sobre um velho que finge ser bêbedo em público:

“Nas noites de fim de semana, quando a praça começa a encher, junto-me aos grupos de jovens para acompanhar as suas conversas entarameladas e fingir partilhar com eles a alegria da juventude.
A verdade é que espero que se habituem de tal modo à minha presença cómica que no dia em que eu não aparecer sintam a minha falta e, talvez, percebam que morri sozinho em casa, abraçado a um baú gigante de memórias plenamente vividas”.

Esta é – provavelmente – uma das histórias mais pequenas deste livro e, ainda assim, uma das que mais me prendeu. Porquê? Porque este velho podia ser qualquer um com os quais me cruzo diariamente e ao lado dos quais faço viagens diárias a bordo do mesmo autocarro.

E assim é o resto do livro, repleto de pequenas histórias que podiam ter-se passado convosco, com os vossos amigos, vizinhos ou mesmo com as inúmeras pessoas com quem se cruzam todos os dias nos mais variados locais e cenários.

Toda a gente tem uma história e toda a gente que conhecemos está a travar a sua própria batalha, é isso que se costuma dizer, não é verdade? Eu acredito piamente nisto, daí ter sentido as histórias de Lado Lunar de uma forma tão intensa, ainda que se trate de um livro bem pequenino e de leitura rápida.

Que tipo de leitor vai gostar do Lado Lunar?

Creio que toda a gente que aprecie um tipo de literatura mais “realista” (não há cá dragões, como costumo dizer), light sem ser vazia de significado e de profundidade. Algo que não lhe demore um ano a ler e algo leve (agora leve em termos de peso) que possam levar consigo para todo o lado no dia a dia. No meu caso, li a maior parte do livro enquanto esperava pelo meu autocarro de todos os dias, como vos expliquei mais acima.
Sinceramente, até acho que este livro se leria melhor ao ar livre, onde pudéssemos observar pessoas e imaginá-las como as personagens das várias histórias de Lado Lunar.

Onde podem comprar o vosso ‘Lado Lunar’ e onde encontrar a Sara Trigo

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Se quiserem comprar também um exemplar do Lado Lunar podem fazê-lo no site da editora Edita-me.

Quanto à Sara e aos seus textos – sim, que ela escreve para outros sítios e para outros projectos – podem encontrá-la:

Espero que tenham gostado da review. 🙂

Se tiverem alguma questão, comentem abaixo ou entrem em contacto com a Sara através de um dos meios que disponibilizei acima! 🙂

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