Erm… escrevi um livro.

Este ano começou de uma forma estranha e volátil. O meu mês de Fevereiro foi horrível e tive, até durante Março, momentos de dúvida, desmotivação e insegurança. Muitos momentos de insegurança mesmo. Há fases assim e é impossível estarmos alegres e confiantes o tempo todo. Desconfiem sempre de pessoas que pareçam felizes e contentes o tempo todo; raramente o são.
Agora, neste início de Abril, sinto que uma nuvem negra saiu de cima da minha cabeça. As razões para sentir isto são várias, mas talvez uma delas – e a principal – seja o facto de ter acabado de escrever o meu primeiro livro “a sério”. Lembram-se do projecto Three Sixty Five?

Quem diria que eu me iria tornar nesta raça de pessoa que termina as coisas que começou? Acreditem que durante muito tempo duvidei disso. Começar coisas é fácil, mas levá-las até ao fim, à sua conclusão, é o mais difícil e eu não queria ser daquelas pessoas que vemos nos filmes com um escritório em casa em que se senta a escrever e aparece enterrada em pilhas e pilhas de papéis com histórias que ficaram a meio. Claro que os “papéis” são metafóricos que isto agora é tudo digital, mas vocês percebem. Substituam papéis por rascunhos em documentos do Google Drive, pronto, mas olhem que este cenário digital perde um bocado o romantismo da cena. Vocês é que sabem!

Voltando ao livro, foi aqui que tudo começou, dia 22 de Janeiro. Minto, não foi aqui que tudo começou, mas foi neste dia que comecei a escrever o livro.

Borrowing #inspiration from my favorite books and authors while writing my own. ???? (there’s also a book writing challenge on The blog today! Join me and @agarces – link on bio)

Uma publicação partilhada por Catarina (@joanofjuly) a Jan 22, 2017 às 8:43 PST

A razão pela qual mal falei disto e nem mencionei que já andava a trocar emails com uma editora relativamente à publicação do livro é a mesma razão pela qual não falo de nada que não tenha ainda certezas que vá existir: tenho medo que os meus maiores medos se concretizem e que caia tudo por terra. Mais que isso, tenho medo que afinal as coisas não se concretizem e que tenha que lidar com a vergonha e a frustração de ter falhado de forma pública. Isto faz sentido, não faz? Por outro lado é um pensamento extremamente egoísta. Agora que já partilhei isto com vocês, se falhar também irei partilhar que falhou e dizer-vos por que falhou. Talvez a minha experiência vos possa ajudar de alguma forma se sempre quiseram publicar um livro. 🙂

A ver vamos.

Só não vou ainda revelar sobre o que é o livro que escrevi, mas digo-vos que é não ficção e que é um livro útil. Nunca imaginei que o meu primeiro livro a sério fosse não ficção, mas assim foi e senti mesmo que tinha que escrever este livro. Fez-me bem e fez-me sentir muito bem, principalmente porque sinto exactamente isto que a J.K. Rownling diz:

É isso mesmo, eu não teria dito melhor. Sinto-me orgulhosa por ter terminado algo muito especial para mim, um livro, caramba! E sinto, para além disso, que agora que sei que o consigo fazer – nunca pensei que o conseguisse verdadeiramente acabar antes de o ter tentado, pelo menos – sinto que consigo começar e acabar outros livros. E agora estou com fome de ficção.

As histórias já estão a ganhar forma cá dentro. Mesmo antes de saber o destino deste (se é publicado ou não), vamos a isso!

(mais uma resolução de ano novo cumprida).