Não se passa um único dia sem que pense na Escócia. Na verdade, penso que nunca se passou nenhum desde que tive um sonho muito específico quando eu tinha doze anos.
A cronologia temporal do meu fascínio pela Escócia começou aos 8/9 anos quando tive, pela primeira vez, conhecimento do mistério do “monstro” do Loch Ness. Aos 12, sonhei com isto:
Por “isto” quero dizer com esta imagem: eu, de costas, com um castelo e um lago em frente. Na altura não tinha a certeza de onde seria essa imagem tão nítida que vi no sonho, mas algo me dizia que sim, que era na Escócia. Anos mais tarde, quando visitei a Escócia pela primeira vez (digo primeiro porque tenho a certeza que outras visitas se seguirão) e vislumbrei o castelo Eilean Donan pela primeira vez, soube que o meu sonho, aos 12 anos, tivera lugar ali. Sonhara com um lugar que nunca tinha visto ou sequer sabia que existia.
O sonho cumprira-se e, por isso, guardo esta foto com muito carinho, em álbum, no coração e na memória.
Fernweh > Wanderlust
O sentimento que me possui em relação à Escócia está muito para além do já conhecido Wanderlust. Wanderlust descreve um desejo intenso de viajar e explorar o Mundo. Não, não é bem isso, como, aliás, já expliquei que não quero viajar pelo mundo todo. O que sinto pela Escócia não é Wanderlust.
Existe uma melhor palavra para descrever este sentimento que me assola da cabeça aos pés: Fernweh. Para além do desejo de viajar, Fernweh representa uma saudade intensa por lugares distantes onde nunca estivemos.
E não é que é precisamente isto? Numa palavra, assim sem mais nem menos, vejo descrita esta saudade inexplicável por um lugar distante onde nunca vivi. Já o visitei uma vez, é certo, mas a verdade é que este Fernweh já vive em mim desde que sonhei com a imagem do castelo e do lago.
Para minha não-surpresa, quando visitei a Escócia, em 2015 e pus pela primeira vez os pés em Edimburgo e, depois, nas Highlands, senti-me instantaneamente em casa. Foi algo que nunca senti em mais nenhum país que tenha visitado na minha vida. Edimburgo pareceu-me tão familiar quanto… o Porto! Era como se os meus pés já a tivessem percorrido de lés a lés e os ecos da sua História me fossem tão familiares como a que aprendi na escola sobre o meu próprio país.
Depois da viagem à Escócia, não passou nenhum dia em que não pensasse em voltar. Tenho perfeita noção do quão alucinada consigo soar por vezes quando falo deste amor, mas não tenho como o esconder; é mais forte do que eu. E cada ano que passa sem eu lá voltar, é como se fosse uma pequena ferida no meu espírito, como se precisasse de ir lá para recarregar energias e para me sentir como me senti quando lá estive. Creio que nunca me senti tão feliz, plena e inspirada como nessa viagem. Foi como se uma nuvem se levantasse e, subitamente, sentisse que podia fazer tudo o que sempre quis e sonhei. Como se, finalmente, me sentisse inteira. É algo inexplicável, na verdade… Posso ficar aqui a tentar descrever por várias palavras e formas diferentes, mas nunca será suficiente.
O levantar do véu do passado?
No mês passado fui fazer o meu mapa astral pela primeira vez. O que é que isso tem a ver com a Escócia, perguntam vocês? Se calhar nada, se calhar muito. Eu desconhecia isto sobre os mapas astrais, mas existe uma parte da leitura em que se focam nas nossas vidas passadas. A senhora que me fez o mapa astral não mencionou coisas muito específicas como nomes de países, mas disse que eu, noutras vidas, fui uma rainha ou alguém de muito poder que viajou da sua terra natal para se instalar noutro, possivelmente por casamentos e alianças políticas, pelo que o sentimento de não pertencer a um sítio não é exclusivo desta vida. Isto, segundo a leitura do meu mapa astral.
Teria sido a Escócia essa minha terra natal?
Fora a Escócia só sinto uma atracção por estes países, embora não tão forte: Irlanda, País de Gales, Inglaterra, Islândia, Noruega, Grécia e uma parte da Itália.
Mas tudo isto são potenciais descobertas que dependem de uma crença que eu não tenho a certeza de possuir, embora a curiosidade esteja cá. Mas o que posso fazer e controlar é a próxima visita à Escócia. Não sei para quando será, mas se dependesse de mim era já amanhã. Mesmo sendo uma criatura do verão, anseio por respirar o ar frio e puro das Highlands e sentir uma sensação de casa, mesmo tão longe da minha.
Já sentiram algo assim por algum país? Que país foi esse? O que sentiram quando o visitaram (se é que já o visitaram)?
Se quiserem ler mais sobre a minha viagem à Escócia e outros textos sobre a Escócia, basta clicarem aqui e escolherem os posts que mais despertarem o vosso interesse.
5 Comments
Sara
08/11/2019 at 11:39 AMSim, pelo menos país 🙂
Já fui à Escócia quatro vezes, e todos os dias me apetece voltar (culpa de todas as contas de instragram que sigo sobre a Escócia).
É onde me sinto em casa, e de cada vez que começo a planear uma viagem fico a pensar, e se fosse antes à Escócia… E acabo por voltar. A maioria das pessoas não percebe este meu fascínio, mas também não fico muito preocupada, porque sempre que regresso fico imensamente feliz.
Catarina Alves de Sousa
13/11/2019 at 6:16 PMOh my! Sentes o mesmo que eu! Que bom, sinto-me compreendida. 😀
Percebo o teu fascínio a 100%. <3
Andreia Esteves
11/11/2019 at 10:30 AMSenti o que descreves na Áustria. Senti-me super bem e como se estivesse, realmente, em casa. 🙂
Catarina Alves de Sousa
13/11/2019 at 5:59 PMTambém gostei muito da Áustria, mas falta-me visitar a parte mais campestre e montanhosa. Creio que vou adorar! 🙂
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02/01/2023 at 5:24 PM[…] Fernweh pela Escócia […]