É a pergunta mais assustadora para um escritor, especialmente um que só (ainda) publicou um livro. A Sofia escreveu recentemente sobre este tema neste post e deixou-me verdadeiramente a pensar. Nesta fase em que ainda só publiquei o meu livro ainda nem há dois meses ainda não sou muito torturada por esta pergunta por parte de terceiros. Digo “por parte de terceiros” porque o meu cérebro executa esse trabalho de tortura quase diariamente.
Apesar do livro ter sido publicado apenas no mês passado, eu já o entreguei à editora em Abril deste ano, ou seja, já há muito tempo, o que me deixa imenso tempo livre para pensar e me questionar acerca da minha capacidade – ou não – de escrever um próximo livro.
A verdade é que não me falta uma ideia para o próximo, se houver próximo (espero que sim!). Um dia, quando ia a caminhar desde a Avenida de Berna até à Avenida da República, depois de ir comprar a minha Oh Comely à Under the Cover Shop, ia eu absorta nos meus pensamentos e a folhear a revista pelo caminho, quando tive uma epifania não convidada, mas muito bem-vinda.
(Escrevi aqui sobre como decidi o tema do meu próximo livro relativamente a este episódio da revista).
Durante o caminho surgiu-me clara como a água a ideia para o meu segundo livro. E – a meu ver pelo menos – é boa. Se se concretizar, acho que vão gostar.
Agora, em relação ao quando, não sei. Já escrevi uns parágrafos aqui e ali, mas só agora é que uma possível-quem-sabe estrutura do livro começa a ganhar formas na minha cabeça. Mas vai depender também de alguma pesquisa e estudo da minha parte. Estou entusiasmada porque sei que é um tema que interessa a muita gente e que pode ser tão sério como divertido se eu fizer bem as coisas e der forma àquilo que estou a idealizar.
Por enquanto, vou continuar a namorar esta ideia sem casamento à vista, se bem que – por outro lado – não sou menina de rejeitar um bocadinho de pressão. Por isso, se quiserem perguntar-me “Para quando o próximo livro?” um dia que me encontrem na rua ou num evento, podem fazê-lo que eu não levo a mal, mas regra geral talvez não seja boa ideia andar a perguntar isso a todos os “escritores de primeira viagem”, tal como não o devem fazer a mães de um só filho. Para algumas pessoas é muita pressão e também não têm nada a ver com isso.
Já sabem que quando tiver novidades virei partilhá-las aqui convosco, certo? 😉
3 Comments
Xiá
23/08/2017 at 10:37 AMAmo escrever, sempre foi e espero que continue a ser, uma grande parte da minha vida, uma característica que, apesar das maiores e menores inseguranças, nunca deixei de amar na minha pessoa.
Apesar disso, a famosa insegurança de escritor não me larga e o medo de não corresponder às expectativas da minha própria cabeça e de desiludir a ideia tão bem formada na minha mente persegue-me.
Escrever não é fácil, por muito que o amemos fazer e a forma como envergaste neste projeto é admirável. Ainda mais admirável é a forma como já estás a pensar no próximo.
Gostava de saber as tuas opiniões quanto às inseguranças que a escrita trás, se as tiveste, como as ultrapassaste e o que te fizeram aprender.
Só porque sou uma pessoa curiosa e os teus textos sabem sempre a pouco de tão bons que são.
Ana Filipa Comendinha
06/09/2017 at 1:21 PMEu tenho tantas ideias e alguns projetos bastante adiantados, no entanto tenho sempre aquele medo de falar, de arriscar e de dar “aquele salto”.
Além disso o facto de desconhecer completamente como se apresenta uma proposta de livro a uma editora, desmotiva-me bastante.
Catarina Alves de Sousa
06/09/2017 at 2:48 PMMais uma vez, compreendo-te muito bem, Ana. Mas se não arriscares, aí é que nenhuma editora vai poder ver o potencial do teu trabalho. Nestes casos não temos mesmo nada a perder. Só mesmo um bocadinho de tempo a enviar emails. 🙂