Inicialmente achei que este tema iria ser o mais complicado do desafio 1+3, afinal nós somos os nossos maiores críticos e, por vezes, é-nos demasiado fácil arranjar motivos para nos criticarmos e auto-sabotarmos, do que propriamente de nos elevarmos e elogiarmos. Mas este post é sobre isso mesmo: 13 qualidades minhas ou 13 coisas que adoro em mim.
Dou ouvidos à minha intuição
Se há coisa que aprendi bem foi a dar ouvidos àquela vozinha interior que me diz que determinadas situações não são boas para mim e que devo abandoná-las o quanto antes. Também funciona no que diz respeito às pessoas: se conheço alguém de quem à primeira vista não gosto, nunca estou errada, ainda que não saiba inicialmente porque não gosto dela. O tempo encarrega-se sempre de me expor os motivos pelos quais não há razão para gostar dessa pessoa. É verídico: até agora, nunca me enganei.
Sou incrivelmente genuína
Nunca me vão encontrar a ser simpática só pagar ganhar favores ou influências, quer na minha vida pessoal, quer em contexto profissional. Já me disseram que isso pode bem prejudicar-me no trabalho, mas eu não me importo. Não quero, não faço e recuso-me a fazê-lo. Quando não gosto de alguém, ou quando não sinto empatia com alguém, eu não forço nem invento conversa de circunstância para estabelecer algum tipo de relação. E sim, quando não gosto de alguém por motivos fundamentados, essa pessoa sabe-o e eu não escondo. Não sou mal educada nunca, simplesmente não sou falsa.
Por outro lado, se eu me mostrar interessada nas vossas coisas e vos fizer perguntas, saibam que é genuíno e que quero realmente saber. Eu não finjo nunca interesse.
Tenho um lado místico e muito primário
Ando para escrever sobre isso aqui no blog há sei lá que tempos, mas ainda não o fiz. O que quero dizer com isto é que desde muito pequeno que sinto uma atracção natural pelo natural e pelo místico; pelos deuses antigos, pelos elementos da Natureza e me sinto em casa no mar, nas florestas e entre montanhas gigantes. Durante alguns anos da minha vida parece que andei meio perdida e afastada dos meus ideias e inclinações naturais, mas em anos recentes recuperei esta ligação em pleno e estou a cultivá-la sempre que posso, estudando os mistérios antigos dos Druídas, estudando as propriedades das plantas, plantando eu própria as minhas flores e ervas para estabelecer essa ligação à própria Terra.
Para quem – como eu – tem este tipo de interesses, recomendo muito os workshops de Herbalismo da Isa Baptista, na Casa do Fauno e o curso de Bardo da Ordem dos Bardos, Ovates e Druídas (OBOD)
Conservo e respeito a minha criança interior
Não sei bem como explicar isto: é como se o meu “eu” infantil ainda vivesse em mim e falasse comigo. Dou por mim, por vezes, a fazer coisas que fariam as suas delícias e a fazer tempo de propósito para simplesmente aparvalhar livremente. Sei separar perfeitamente os momentos sérios dos momentos propícios à brincadeira.
Tento também concretizar alguns sonhos da Catarina criança numa espécie de homenagem/agradecimento à criança que fui. À semelhança de Antoine de Saint-Exupéry tenho memórias muito vívidas da minha infância e, por vezes, sinto que esta passou há relativamente pouco tempo e tento cultivar o meu espírito infantil ao máximo. Por mais voltas que a vida dê, espero nunca perder alguma da minha ingenuidade e a forma maravilhada e encantada como olho para o Mundo.
Sou inteligente e sedenta de conhecimento
Não tenho qualquer falsa modéstia em assumir que me considero uma pessoa inteligente. Se sou um génio? Não, mas consigo manter conversas interessantes, falar sobre vários assuntos e – acima de tudo – estou sempre, sempre à procura de saber mais, quer sobre a actualidade, quer sobre História, por exemplo. Por vezes dou por mim a ir verificar factos ou descobrir coisas várias vezes por dia, desde relembrar-me no que consiste exactamente o Efeito Doppler, à cronologia dos reis de Portugal, por exemplo.
Por outro lado, nunca me vão ver a agir como se fosse superior a alguém só por ter a mania que sei mais. Nunca assumo tal coisa e repulsam-me pessoas que agem desta forma. Acreditem que conheço algumas assim e não as suporto…
Gosto de mim como sou
Como praticamente todas as mulheres, já passei por várias fases em que me tentei mudar de várias formas. Hoje em dia acredito que, se por um lado não tem mal nenhum buscarmos o melhor para nós (ainda que passe por algum tipo de transformação física), por outro temos simultaneamente que aprender a gostar de nós tal e qual somos. Se mudarmos para melhor, ainda bem, se não, também não vamos ficar desiludidas e a odiar quem e como somos.
É assim que penso, genuinamente. Adoro quem eu sou e quem me tornei e tento de forma consciente melhorar-me um bocadinho todos os dias: quer o aspecto físico, quer o psicológico, algum skill meu, as minhas relações com outras pessoas ou mesmo a minha casa e interacção com a natureza e o planeta.
Não tenho um ego gigante
Na sequência da característica anterior, isto foi algo que me disseram recentemente num contexto específico, mas que me deixou a pensar. Quando trabalho em equipa, seja num emprego, ou em algum projecto ligado aos blogs (hello Bloggers Camp e Blogging for a Cause!), nunca penso em fazer algo para parecer melhor ou para ser admirada de alguma forma. Tenho verdadeiro sentido de grupo e sentido de comunidade e, nestas situações, o que eu vejo com clareza e o bem comum, o que vai beneficiar o grupo ou o trabalho.
Não sinto, portanto, que tenha um grande ego e isso não quer dizer que não me adore e não tenha orgulho de ser como sou. São coisas diferentes. Gosto muito de mim, mas não me acho melhor ou pior que ninguém para justificar passar à frente ou por cima de alguém. E isso, meus amigos, é outra das coisas que aprecio em mim agora que a reconheço.
Tenho um desejo genuíno de melhorar o mundo em que vivemos
Cada vez mais! Agora que tenho uma vida mais flexível graças ao facto de ter começado a trabalhar remotamente, comecei a fazer algumas coisas novas no sentido de levar uma vida mais sustentável e a preservar o nosso meio ambiente. Reaproveitei fruta que, de outra forma, acabaria por ir para o lixo ao fazer o meu próprio doce de ameixa (ver receita aqui) e até fiz o meu próprio detergente para a máquina da roupa, amigo do ambiente, super natural e super seguro, que não prejudica o ambiente. Em breve farei o tutorial aqui no blog!
Inspirando-me no livro Lagom, de Niki Brantmark, tenho planos também para destralhar ainda mais o meu guarda-roupa e de doar roupa em bom estado a quem mais precisa dela (algo que já comecei a fazer). Para além disso, vou criar um cantinho na minha varanda onde algumas espécies de pássaros locais vão poder alimentar-se e refugiar-se quando necessário. Esta foi uma ideia que vi no livro Lagom e achei a coisa mais querida!
Para além disso, vou continuar com os meus actos de bondado no dia-a-dia para ajudar e – sim – deixar o mundo um bocadinho melhor, por mais pequenos que possam ser os meus gestos e as minhas acções.
Sou destemida e corajosa
Já antes escrevi sobre coragem e o que me torna uma mulher corajosa, mas volto a dizer: ser corajoso não é não ter medo. Eu tenho medo(s), muitos mesmo e sinto também o sussurrar daquilo que hoje em dia tem o nome de Síndrome do Impostor. No entanto, eu avanço apesar de tudo, especialmente no que diz respeito aos projectos.
Prefiro mil vezes falhar do que não chegar a saber se daria certo.
Estou lá quando precisam de mim (ou tento)
Quando os meus amigos precisam de mim, eu estou cá, eu estou lá, estou onde precisarem de mim. Faço o que posso com todo o gosto em ajudar, se puder. Por outro lado, às vezes também sou um bocadinho distraída e posso demorar a reconhecer que alguém precisa da minha intervenção de alguma forma, mas juro que não é por mal. Vivo metade neste mundo e metade noutro qualquer, só meu, mas eu estou a tentar melhorar, prometo. Eu preocupo-me genuinamente com as pessoas e raramente recuso um pedido de ajuda, mesmo de pessoas que não conheço de lado nenhum e me pedem conselhos. Mas olhem que também já aprendi a ver quem se está a aproveitar de mim, por isso não pensem em fazer de mim parva, sim? 😛
Tenho um sentido de humor (bem) negro
Não é para toda a gente, mas eu adoro humor negro e o meu é muito assim. Não há muita gente que gosto dele ou o entende, mas sei que quem se ri das minhas piadas mais dark é, geralmente, um amigo para a vida e que somos compatíveis.
Dou muito valor às coisas (aparentemente) mais pequenas
Nos últimos anos aprendi verdadeiramente a apreciar as coisas mais simples. Não sei como é que alguma vez vivi de outra forma, para dizer a verdade, mas também não é muito comum adolescentes e pessoas muito jovens terem discernimento para o fazerem. Hoje em dia consigo simplesmente adorar “estar”. E não só estar com as pessoas de quem gosto, que isso é fácil. Eu adoro estar comigo, estar sozinha, aprecio inteiramente a minha própria companhia, abraço os pensamentos que se formam, os medos que tenho e as inspirações repentinas que também surgem.
Há espaço para tudo.
Sou criativa
É engraçado: aqui há uns anos teria tido alguma vergonha em dizer isto assim, toldada por uma falsa modéstia que hoje rejeito com todas as minhas forças. Pensei que este desafio ia ser mais difícil de completar, que ia ter algumas reservas em reconhecer as minhas qualidades, mas não. Não tenho nem ilusões nem falsas modéstias; não digo que sou o que não sou e assumo o que sou, ponto. A criatividade é algo natural para mim e não estou apenas a falar de escrita ou fotografia. A criatividade pode estar em qualquer coisa e na forma como interpretamos e lidamos com o que está à nossa volta e, acima de tudo, na forma como resolvemos problemas.
A criatividade está na forma como surpreendemos quem amamos, na forma como organizamos eventos, escolhemos ou fazemos prendas e até na forma como usamos restos de comida para criar verdadeiras refeições gourmet!
Ser-se criativo não significa ter-se trabalhos publicados e se vocês acham que não são pessoas criativas, desfoquem-se da ausência de trabalhos publicados e reconhecidos, e pensam nas áreas das vossas vidas em que vocês surpreendem pela vossa criatividade. Tenho a certeza absoluta que esses exemplos existem.
Espero que tenham gostado desta minha contribuição para o Desafio 1+3. Podem ver outras contribuições minhas abaixo:
3 Comments
JU VIBES
15/08/2018 at 8:58 PMFoi bom conhecer-te um pouco melhor.
Tal como tu, também gosto de saber mais e cada vez mais procuro saber sobre o mundo místico. E sou também a “chata” dos factos históricos. 🙂
JU VIBES | @itsjuvibes ❤
Andreia Moita
25/08/2018 at 1:07 PMGostei muito deste post Cat. E sabes que mais? Vejo estas qualidades realmente em ti, o que remete bastante para o facto de seres genuína. Por exemplo, quando trabalhamos em equipa, nos projectos que temos em comum, sinto mesmo que lutas pelo bem comum, e não individual, o que além de ser uma mais valia, não deixa de te dar motivação e satisfação. Sinto a tua criatividade, um bocadinho o teu lado místico e a tua sede de aprender também.
Beijinhos
Carolayne Ramos
10/09/2018 at 7:08 PMQue máximo ler estas coisas de ti!! Vi-me em tantos pontos e isso é extremamente positivo, pois, não tive receio de ver nas tuas qualidades as minhas!!
Sempre te achei fenomenal, mas agora aprecio-te ainda mais! Não só enquanto blogger, mas principalmente enquanto pessoa. Quando alguém é assim tão sincero e sem rodeios, é de louvar!!
Beijo grande,
LYNE, IMPERIUM