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A maior lição que aprendi em 2019

Bem sei que o ano ainda não chegou ao fim e que muita coisa pode ainda acontecer, mas sinto-me confiante ao afirmar que muito dificilmente aprenderei maior lição que esta em 2019.

No seguimento deste post e também dentro deste tema, passo a explicar.

Quanto tive o meu acidente e até há muito pouco tempo atrás, tinha dias em que mal acreditava que este azar me tinha acontecido a mim e que, agora, a minha vida era esta. Sim, disse muitas vezes “é isto a minha vida agora”. 

Quem nunca passou por isto mal sonha que partir um tornozelo acarreta tanta dor e desconforto físico e psicológico. Eu não sonhava.

Partir um tornozelo não é só ter ossos partidos (no meu caso também foi um tendão rompido, na verdade), é também:

  • o desconforto de ter que ter o pé levantado em posição horizontal o dia todo
  • ter que fazer gelo cinco vezes ao dia
  • não ter posição para estar e o facto de cada banho ser uma aventura e uma possibilidade de toda uma nova lesão
  • a incerteza de não sabermos se algum dia vamos ser os mesmos, se o nosso corpo vai voltar ao normal e se vamos poder voltar a fazer as coisas que fazíamos antes sem problemas…

Isto de só ter um pé funcional é muita responsabilidade para ele. Em cada movimento penso sempre que se ele me falhar, vou magoar-me seriamente. É duro, não vou mentir.

Mas recentemente houve um “shift” na minha forma de pensar. Aliás, acho que é um instinto de sobrevivência, mais do que um fruto da minha possível maturidade.

Um dia, deixei de tentar remar contra a maré. De esperar recuperar-me mais rapidamente do que aquilo que é suposto, de estar em negação de que sim, esta é a minha vida agora e assim será durante uns tempos.

Tive que aceitar – com muita dificuldade – que não rigorosamente nada que eu possa fazer em relação a isso (para além de seguir as indicações do médico).

Sabem quando as pessoas dizem “aceita que dói menos”? Nunca o significado dessa frase me pareceu tão literal.

A lição foi mesmo essa: “aceita que dói menos” ou “pára de remar contra a maré”. Os acidentes são acidentes exactamente porque não foram planeados nem previstos. 

A Natureza recorda-nos precisamente este instinto de sobrevivência
assente no “go with the flow”

Assim que interiorizei isto, sinto que desbloqueei uma parte do cérebro que estava adormecida há demasiado tempo. Quando parei de ter pena de mim própria, comecei a usar instantaneamente essa energia para criar coisas como já não fazia há muito tempo.

Espero muito em breve ter novidades em relação a isso para partilhar com vocês! Há muito tempo que não me sentia tão inspirada e entusiasmada por algo.

Se alguém está a passar pelo mesmo o que eu posso aconselhar é mesmo isto: 

  1. façam o “luto”, chamemos-lhe assim;
  2. aceitem que isto vos aconteceu;
  3. rodeiem-se pequenos confortos, de coisas e pessoas que vos fazem feliz e que vos inspiram de alguma forma.

Do resto, o tempo e a medicina tratam (e muita paciência também). Pelo menos assim espero. 🙂

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1 Comment

  • Reply
    Marta Chan
    17/12/2019 at 11:27 AM

    ACEITAR é a primeira coisa a fazer quando acontecem desastres. Aprendi isso com a morte do meu pai que aceitei logo desde o inicio. Ao invés de andar triste nos cantos e a lamentar que ele era muito novo para ir, não, aceitei que tinha sido a sua hora de partir. Nunca o “só não há solução para a morte” fez-me tanto sentido e essas duas coisas juntamente com a gratidão foram os meus bens mais preciosos e aprendizagens do ano passado.

    Estou em pulgas para saber mais desse teu projeto de 2020! Continua forte Cat!

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