Já estamos em Maio, mas só agora publico a primeira receita do Páginas Salteadas deste ano. Foram uns meses muito atribulados em que não tive casa fixa e tive todas as minhas coisas espalhadas “por aí” antes de fazer a mudança de casa final. Mas se houve um livro que acompanhou a minha fisioterapia e início de nova vida cá em Lisboa esse livro foi o “Lá, Onde o Vento Chora”, de Delia Owens. Hoje trago-vos a receita que as suas páginas inspiraram.
Sobre o livro
“Kya tem apenas seis anos de idade quando vê a mãe sair de casa […]
À medida que todas as outras pessoas importantes na sua vida a vão igualmente abandonando, Kya aprende a ser autossuficiente: sensível e inteligente, sobrevive completamente sozinha no pantanal a que chama a sua casa, faz amizade com as gaivotas e observa a Natureza que a rodeia com a atenção que lhe permite aprender muitas lições de vida.
O isolamento em que vive durante tantos anos influencia o seu comportamento: solitária e fugidia, Kya é alvo dos mais cruéis comentários por parte dos moradores da pacata cidade de Barkley Cove. E quando o popular e charmoso Chase Andrews aparece morto, todos os dedos apontam na direção de Kya, a miúda do pantanal. É então que o impensável acontece.”
Wook
Como podem perceber pela sinopse, é extremamente fácil criar empatia pela personagem principal – Kaya – que desde criança viveu em isolamento no Pantanal, sobrevivendo essencialmente à base de papas de aveia, um dos poucos ingredientes que conseguia ir comprando de vez em quando com o pouquíssimo dinheiro que tinha e que ia ganhando a vender mexilhões que pescava com o antigo barco do pai.
Quando cresce, Kaya continua com o mesmo espírito solitário e indomável de quando era criança, mas toda a gente deseja ser amada e o amor é, muitas vezes, a causa de muita dor sofrimento. Além de uma vida amorosa no mínimo desafiante, a Kaya adulta encontra sucesso profissional inesperado. E mais não vos posso dizer sobre isso sem estragar a história, mas se já leram ou vão ler o livro, saibam que foi das coisas que mais me inspirou nele. Isso e a escrita da Delia Owens, tão fluída e deliciosa.
De certa forma, este livro e o seu ritmo fez-me lembrar As Flores Perdidas de Alice Hart, um dos livros que mais gostei de ler no ano passado. Se também amaram esse livro, tenho o feeling de que também vão adorar Lá, Onde o Vento Chora.
A receita: bolachas de aveia
Esta receita não é exactamente disruptiva nem original, mas fez-me todo o sentido tendo em conta o livro que é. Claro que também pensei em fazer papas de aveia, tal como as que Kaya comia sozinha na cabana do Pantanal, mas a Andreia e a Vânia já fizeram as suas versões desta receita e eu decidi dar-lhe outra forma. Bolachas serão!
Pensei que bolachas caseiras são o tipo de coisa que as mães fazem, pensei em Kaya, na sua mãe que a abandonou e aos irmãos quando ela era pequena e nas coisas que teria desejado fazer com ela e que nunca teve oportunidade de fazer. Lembrei-me do quão feliz Kaya ficava ao ver a mãe cozinhar quando vivam todos juntos e, então, decidi-me por este clássico das bolachas caseiras.
Ingredientes:
- 75 g manteiga
- 100 g farinha de aveia
- 1 c. chá fermento em pó
- 100 g flocos de aveia
- 100 g açúcar
- 2 ovos M
Receita:
1. Pré-aqueçam o forno a 180º C.
2. Derretam a manteiga num tacho ou no microondas.
3. Coloquem a manteiga derretida numa taça e adicione a farinha de aveia, o fermento, os flocos de aveia e o açúcar. Misturem tudo muito bem.
4. Adicionem os ovos inteiros e incorporem até formar uma massa homogénea.
5. Forrem um tabuleiro de forno com papel vegetal.
6. Formem 16 bolinhas e coloquem-nas no tabuleiro, achatando ligeiramente com os dedos. Afastem umas das outras, para que não colem durante a cozedura (oops, as minhas colaram);
7. Levem ao forno 8 minutos a 200º C.
8. Retirem do forno e deixe arrefecer antes de servir.
Fácil, delicioso e caseiro!
E agora (já tinha saudades de dizer isto…) vamos espreitar as receitas das minhas companheiras de Páginas Salteadas!
1 Comment
Reader's block: missão reapaixonar-me pela leitura - Joan of July
25/07/2022 at 12:38 PM[…] a verdade é que desde 2020 que não voltei ao meu normal de leitora. Sinto que desde que li o “Lá, Onde o Vento Chora” que nunca mais fui a mesma. Amei esse livro, mas parece que nunca mais consegui ler ficção sem […]