Não sou grande fã da passagem de ano, mas considero o meu aniversário como o início de um novo ano. Celebrei mais um aniversário esta segunda-feira, por isso já posso dizê-lo: feliz ano novo para mim!
Sabem aquela sensação que têm quando saboreiam um prato diferente pela primeira vez? Quando o cérebro está ativamente a processar e a guardar os novos sabores e temperos na sua base de dados gustativa? O meu aniversário deste ano foi assim: diferente, exótico, delicioso, desconhecido, especial.
Todos os anos penso no meu aniversário do ano anterior enquanto ainda estou a viver o atual. É normal e é assim que funciono. É uma reflexão interna que faço, exactamente como a maioria das pessoas faz na passagem de ano, com todos os seus hábitos e clichés como “resoluções de ano novo” e avaliações mil daquilo que se passou no último ano. Caramba… tanta coisa mudou para mim num só ano! As minhas pessoas mudaram, o círculo aumentou, embora tenha perdido algumas e, por outro lado, não pude celebrar com todas aquelas que desejava ter ao meu lado devido aos tempos que vivemos. Fazer anos em tempos de Covid é mesmo assim, pelos vistos.
Fica aqui o desejo de que seja o primeiro e último aniversário de todos nós em tempos de Covid, já agora.
Apesar das limitações do Covid, nada foi mau. Absolutamente nada. Houve brunch, uma visita à Under the Cover Shop (que saudades!), um passeio na Gulbenkian, passeios de mota, uma tarde de praia (como boa Carangueja, amo praia e o mar e sol de Verão!) e um jantar delicioso num dos meus restaurantes favoritos em Lisboa, o Zero Zero do Príncipe Real. Estas pequenas coisas fazem-me sentir tão, mas tão feliz. Não preciso de muito para o ser.
Nisto tudo (leia-se “neste ano que passou) não posso evitar fazer o tal balanço de final de ano e apontar as coisas pelas quais estou verdadeiramente grata.
São elas:
A minha saúde
Continuo a sentir-se feliz e grata por poder andar e fazer uma vida normal depois do meu acidente. De resto, tenho zero queixas sobre a minha saúde. Nunca a subestimem; é mesmo verdade o que as mães e as avós dizem: se nos faltar a saúde, falta-nos tudo!
Os meus gatos
Fiquei com eles depois do divórcio e agradeço todos os dias por isso. Não conseguiria ser feliz sem eles. Os meus “bebés” são muito importantes para mim e não me imagino a viver sem eles. Juntos, somos uma pequena família como já antes éramos. Nada mudou nesse sentido. 🙂
A minha família
Nunca esquecerei o apoio incondicional que a minha família me deu quando mais precisei. Nunca me senti sozinha nem desamparada depois da minha enorme mudança de vida. Sim, foi um choque no início, mas nunca me deixaram sozinha.
Os meus amigos
Idem aspas. Os meus verdadeiros amigos estiveram cá para mim, ouviram-me, aconselharam-me, apoiaram-me, deram-me na cabeça quando precisei. Tal como a minha família, não me deixaram sozinha nem um bocadinho, seja presencial ou digitalmente. Todos os dias depois da minha separação tinha mensagens de imensos amigos a perguntar como estava, do que precisava e a tentarem fazer-me rir e ter esperança num futuro melhor. Resultou. Obrigada a todos. Acreditem que nunca na vida vou esquecer quem esteve do meu lado.
Ter ido viajar pela primeira vez só com amigas…
… e ter sido uma viagem do caraças! Absolutamente inesquecível com as melhores de sempre e mesmo antes da quarentena. Se isto não foi bom timing e sorte, não sei o que é!
“Os amigos nunca são para as ocasiões. São para sempre.”
Miguel Esteves Cardoso
O meu namorado
Quis o destino (ou o que lhe quiserem chamar) que me apaixonasse rápida e irremediavelmente. Não esperava nada, muito menos que fosse tão rápido, mas aconteceu e eu deixei-me ir; libertei-me de noções pré-concebidas daquilo que é apropriado e socialmente aceite em termos de timings e decidi ser feliz sem perder tempo com convenções que não interessam a ninguém. Às vezes, na vida, há que pensar menos e agir mais. Ouvir o instinto, saborear os momentos e não nos preocuparmos demasiado com “e ses” e “o que vão pensar de mim?”. Que pensem o que quiserem, não devo absolutamente nada a ninguém nem nunca fiz mal a ninguém. Sejamos todos felizes.
O meu trabalho
É intenso, exigente e, por vezes, cansativo, mas também me dá prazer e adoro as pessoas com quem trabalho. Tive a sorte de fazer bonitas amizades neste meu trabalho actual e isso não tem preço. Por falar em preço, não há vergonha em dizê-lo: o meu trabalho permite-me sustentar-me, ter dinheiro para as minhas coisas e ainda cuidar dos meus gatos como eles merecem. Estou muito grata ao facto de ter este trabalho e ter como me sustentar sozinha!
A minha casa
Não é perfeita e sinto que é um alojamento de passagem, mas por agora é a minha casa e consegui-a sozinha, pago-a sozinha e mobilei-a sozinha (com excepção da máquina da roupa que a minha mãe me ofereceu no aniversário, tão querida!). Sou verdadeiramente independente, com todos os benefícios e responsabilidades que daqui resultam e não há nada que me dê maior sensação de poder que isso. Não sou rica nem posso fazer grandes extravagâncias, mas sustento-me bem e também não sou pessoa de grandes luxos nem caprichos.
De qualquer modo: casa é onde os meus gatos estiverem.
Novas aventuras e experiências
Desde que este ano começou e desde que conheci certas pessoas, que tenho experimentado imensas coisas novas. Se há um ano me dissessem que ia estar a fazer e a viver estas coisas, rir-me-ia, embora ficasse secretamente a imaginar como seria. Ainda bem que não tenho que imaginar, porque estou a amar genuinamente todas estas novas experiências!
Só ter ao meu lado quem quer cá estar.
Esta não preciso sequer de explicar. Obrigada a quem cá está. Gosto-vos.
2 Comments
Patanisca
06/07/2020 at 8:24 PMFico tão feliz por ler tudo isto! Sometimes we need a step back to make 2 foward(estou com dúvidas se tem o R ou não xD)
Que o mundo te traga mais coisas boas e parabéns!
O melhor de 2020 - Joan of July
02/01/2023 at 5:26 PM[…] 10 coisas pelas quais estou grata (e feliz ano novo para mim!) […]