
O fim da vida como a conhecia e o regresso ao blog
Já estamos em Março e já foi decretada toda uma pandemia de Covid-19 desde a última vez que escrevi aqui. O Mundo e a vida como a conhecíamos mudaram e, no meu caso, a muitos mais níveis e muito antes da pandemia tomar conta disto tudo.
Sempre escrevi sobre os episódios mais importantes da minha vida aqui no blog, mesmo sem dar pormenores demasiado pessoais. Este blog viu-me crescer e mudar ao longo de 11 anos e não vai deixar de o fazer agora. Este continua a ser o meu espaço de partilha, ainda que o tenha abandonado durante dois meses. Creio que, com o que vos vou contar, perceberão o porquê.
Lembram-se que tinha casado em Agosto do ano passado, certo? Bem, em Dezembro separámo-nos definitivamente, após 15 anos de relação e 4 meses de casamento. Lá está, não vou dar pormenores, até porque não o posso fazer sem entrar na intimidade e mexer com a vida privada de alguém que já não faz parte da minha vida. O que vos posso dizer é que ninguém traiu ninguém e que foi tudo relativamente pacífico.
Do meu lado, foram tempos de muito sofrimento. Chorei muito, deprimi muito, pedi ajuda profissional para me ajudar a lidar com a separação e a destruição de tudo aquilo que conhecia e que esperava que acontecesse no futuro e… foi o melhor que podia ter feito. Sim, tomei comprimidos prescritos, tive episódios de choro no meio de lojas de centros comerciais, fui a jantares em que só contribui com a minha presença física porque todo o meu esforço estava concentrado em não chorar, jurei que ia ficar sozinha para sempre, que nunca mais me apaixonaria por ninguém…
Quando estão tristes e magoadas, as pessoas dizem coisas que não são verdade, mas que naquele momento acreditam por tudo quanto é mais sagrado que o é, mesmo com toda a gente à nossa volta a garantir-nos de que tudo vai ficar bem, que a dor – um dia – vai passar e que não nos iremos sentir assim para sempre. Mas de nada adianta, infelizmente. Temos mesmo que passar por toda a merda antes de nos voltarmos a sentir mais nós, mais humanas, mais normais e, um dia, com menos dor.
Voltando atrás, passei o pior Natal da minha vida, uma passagem de ano em que estava no mínimo deprimida e um Janeiro que me pareceu durar seis meses. Todos os dias eram tão longos, tristes e intensos que o próprio tempo se tornou desconhecido e a sua passagem mais longa que o habitual.
A juntar a isto tudo estive no Porto desde o início de Janeiro até ao final de Fevereiro de baixa, ainda mal do tornozelo, a fazer fisioterapia todos os dias, enquanto continuava a trabalhar remotamente todos os dias. Pelo meio, ainda fiz uma sessão fotográfica com a maravilhosa e talentosa Jiji, de quem tanto gosto e admiro.
No meio de todo o drama, tive e tenho a sorte de poder contar com a minha incansável família que tanto me apoiou e continua a apoiar nesta e em todas as outras fases da minha vida até agora. Sinto-me muito grata por isso, acreditem; sei que há pessoas que
Todos os dias me custava acordar, passar o dia, trabalhar, adormecer. Deixei de ter vontade de me dedicar aos meus projectos do coração e de fazer a maioria das coisas que me davam prazer. Mas isso é normal. O que não seria normal era ter toda a vontade do mundo de continuar a minha vida como se nada fosse.
A juntar a isto tudo, lancei-me na procura de um novo apartamento em Lisboa para mim e para os meus gatos. Não sei se estão a par de como o mundo do imobiliário está, não só em Lisboa, mas no país praticamente todo, mas é basicamente um pesadelo alugar casa. Agora, não é só descobrirmos um sítio onde gostaríamos de morar e que possamos pagar. Não.
Agora joga-se à vida em nível hard e é se queremos. Agora estamos num nível em que temos que ser nós a lutar pelo apartamento que queremos, uma vez que vão várias pessoas ver o mesmo imóvel e, no final, o proprietário/agente imobiliário escolhe um; o melhor de todos/com melhores fiadores/que transpareça mais confiança.
Normalmente, casais são preferíveis, uma mulher jovem, solteira, com dois gatos, não é – normalmente – a primeira escolha.

Porém – e é com uma enorme felicidade e sensação de alívio que vos adianto isto – consegui finalmente o “meu” apartamento! E é por aqui, precisamente, que vou deixar esta parte da história, pois estou a pensar em contar-vos mais sobre a saga do meu novo apartamento, talvez partilhar até pormenores de como vou decorá-lo e começar a minha vida de solteira pela primeira vez na vida.
Apesar de tudo o que me aconteceu, a minha vida parece estar a tomar um rumo muitíssimo interessante, com mudança de personagens, objectivos, mentalidade e até de cenários.
Por vezes, ainda tento observar tudo como se fosse possível fazê-lo de uma perspectiva externa e experimento ver as coisas como elas são, para além do caos. Então, dou por mim a pensar: se a minha vida é assim agora, não está má de todo. Está só diferente, muitíssimo diferente. Mal posso esperar para descobrir que outras aventuras (para além daquelas que já vivi e ainda não vos contei) me aguardam!
Até lá, vou só viver a minha quarentena quietinha e em segurança.


19 Comments
Margarida Lozano
Oh minha Catarina. Lamento muito que estejas a passar por essa fase. Só te posso dizer que muitas surpresas boas te esperam, que aos poucos vais conseguir dar um rumo brilhante á tua “nova” vida, e irão existir tantas outras experiências que te vão fazer descobrir em ti coisas novas. Estás num bom caminho, e fico extremamente orgulhosa de ti por dares o primeiro passo para obteres ajuda e pela imensa força que tens. Um grande beijinho e muita força
Catarina Alves de Sousa
Olá, minha querida Margarida! Já passei a fase má, agora estou óptima e super pronta para o novo capítulo que já começou a ser escrito. 🙂
Um beijinho grande. Espero ver-te em breve! :*
Margarida Pestana
Minha amiga, que bom que é ler-te novamente com tanta esperança nas palavras, mesmo quando a história que contas é de adversidade e superação. Não tinha dúvidas, que esse capítulo daria lugar a tantos outros únicos e entusiasmantes. E estou muito feliz, por te ver alcançar todas essas coisas novas que estás a descobrir.
Ansiosa para ler os próximos capítulos. Quero-te sempre bem.
Um beijinho enorme.
Sempre aqui <3
Ana Garcês
É tão bom ter-te de volta. E a vida encarrega-se de te levar onde tens de ir.
I’ll be there for you <3
Joana Sousa
Catarina, é tão bom ver-te de volta! Os tempos às vezes complicam-se, mas a força para os ultrapassar está sempre bem dentro de nós, basta querer. E caramba, mulher, essa força em ti vê-se bem! Fico muito feliz por poder ajudar um bocadinho que seja (e, mais uma vez, obrigada <3 ) e fico ainda mais feliz por teres encontrado a tua casinha! Que cries muitas e boas memórias lá <3
Beijo!
Claudia Oliveira
Cliquei no link da tua partilha no Facebook em pulgas para ler (pensava eu) a tua recuperação …do pé! Sem nunca imaginar que estavas a recuperar o teu coração! Confesso que li tudo com um aperto no estômago, uma das minhas melhores amigas passou pelo mesmo e sei como dói essa vida “desconhecida”, mas no fundo sei que é uma fase da qual irás recuperar! Uma vez disseram-me: a vida dá as maiores batalhas às mulheres mais fortes ❤️ Um grande beijinho para ti e welcome back! Claudia
Catarina Alves de Sousa
Oh, Claudia, obrigada por me leres e sentires tanto o que tentei transmitir.
Eu já estou recuperada à minha maneira. O tempo que passei no Porto pareceu-me passar muito devagar e cada dia me pareceram 3, daí ter feito o luto mais rápido. E depois a vida encarregou-se de me ocupar o pensamento com novas aventuras sem eu esperar. ❤️
Eu vou contando bocadinhos dos novos episódios por aqui. Estou mortinha por decorar o apartamento novo, por exemplo!
Um beijinho grande, querida Claudia! :*
Inês
Lamento que tenhas passado por tudo isso Catarina… Fico feliz por teres voltado ao blog e espero continuar a ler sobre todas as coisas boas que, tenho a certeza, te vão acontecer daqui para a frente 🙂
Catarina Alves de Sousa
Obrigada, Inês, também estou felicíssima por voltar! 🙂
Foi um período muito mau, mas o pior já passou. Sinto-me bem e feliz! O desconhecido mete sempre algum medo, mas não quer dizer que seja mau. :)*
Marta Chan
Voltaste Cat, ena ena! Já tinha saudades de te ler 🙂
Que seja um novo ciclo cheio de aventuras, aprendizagens, felicidade e amor!
Um forteeee abraço
Catarina Alves de Sousa
Awww, obrigada Martinha! Voltei sim, e cheia de vontade de actualizar este meu cantinho. Sempre fui tão feliz e bem recebida aqui que não podia deixar de o fazer, não é? 🙂
Obrigada, querida. Muitas e novas aventuras virão! Abraçadinho, amiga :*
Tim
Lamento que tenhas passar por esse sofrimento mas acredita que as coisas boas ainda estão para chegar. Força rapariga 😀
Catarina Alves de Sousa
Obrigada, querida. Está tudo bem. O pior já passou. 🙂
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CAROLAYNE RAMOS
Seja lá o que tenha acontecido, tenho a certeza de que te estás a conseguir curar, diariamente. Não só tu, como a outra parte envolvida. Muitas vezes, somos submetidos a este tipo de mudanças, de forma a que nos possamos conectar connosco mesmos e descobrirmos, de modo íntimo e aprofundado, o que guardamos de melhor e que necessita de sair. Por muito doloroso que seja o processo, a colheita mostra-se sempre proveitosa!
Ainda tenho outras publicações depois desta para explorar, e aposto que em cada uma delas, poderei ver a tua melhoria! Hei de lá chegar!
Beijinhos grandes! ♥
Inês
Olá, tinha experimentado este template mas, quando se clicava num post e andava para baixo, ele como que bloqueava… Não tiveste esse problema ou conseguiste resolver?
Catarina Alves de Sousa
Olá, Inês.
Não estou com esse problema (que eu tenha detectado), mas instalei-o e configurei-o no pc e estava bem, agora que vejo em mobile está bizarro… Parece-me que em mobile não funciona de todo a nível visual. Pena.
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