Aviso: esta publicação contém uma pequena crise de identidade de escrita.
Ia jurar que isto já tinha sido mais fácil. Isto, de escrever aqui, à frente de toda a gente. Não sei o que se passou comigo, mas parece-me que já não sou a mesma blogger que contava muito da sua vida por aqui. Tenho alguma pena, mas vamos lá tentar perceber se isto está a acontecer na sequência de um bloqueio a este tipo de escrita mais pessoal, ou se fui mesmo eu que mudei.
Tenho perfeita consciência de que pareço o chamado Velho do Restelo, permanentemente saudoso por um passado triunfante e certamente mais glorioso, mas a nostalgia é legítima: gostava de desejar verdadeiramente escrever como fazia antes, sem receio de julgamentos.
Mas sabem o que estou a sentir que tem tido um papel fulcral na diminuição da minha vontade em partilhar tanto sobre a minha vida pessoal no blog? O journaling. Sim, acho mesmo que grande parte da culpa reside na minha prática de journaling. A razão é simples: quando estou mesmo a precisar de escrever, escrevo tudo e sem filtros por lá. Não há filtros, nem revisões nem preocupações sobre o que outros possam pensar. Aqui… é diferente, mas essa diferença não é necessariamente má! Aliás, se não fosse este blog e o facto de ter tantas memórias e fotografias gravadas e registadas, não me lembraria de muita coisa que já vivi. Às vezes, quando preciso de inspiração e de me recordar das melhores coisas que já tive a coragem de criar, venho cá. É como se fosse um vision board mais ou menos fixo, mas com coisas que já alcancei e que já vivi, ao invés de coisas que ainda quero fazer.
É essa a principal razão que me faz não querer abandonar este cantinho e, com as coisas incríveis que têm acontecido na minha vida, mais razões tenho para continuar a fazer dele um diário de bordo oficial que, mesmo não contando tudo a toda a gente, serve de Pensatório público, que me lembra que a vida é cheia de instantes, de magia e que está ao alcance dos meus dedos recordar-me disso sempre que preciso.
Sempre que não o faço, sinto que estou, de alguma forma, a roubar a minha eu do futuro e a privá-la de memórias visuais e textuais.
Para além disso, há coisas fantásticas a acontecer na minha vida e que merecem um lugar de destaque neste cantinho que já alimento desde 2008 e que já testemunhou tantas mudanças na minha vida. Ora vejamos:
- fui pedida em casamento (e de uma forma que me deixou completamente em choque e felicidade – vídeo aqui);
- tenho novos trabalhos enquanto freelancer, pelos quais estou muito grata;
- lancei um novo site e estou quase a lançar o 2º baralho do Blume Creativity (que também mudou o foco de Journaling para Criatividade);
- estou a escrever um 2º livro – lentamente, é certo, mas com determinação e com certeza de que é algo que poderá fazer toda a diferente a quem estiver a precisar;
- estou em processo de compra de casa com o meu namorado (noivo, omg) e, se tudo correr bem, não só vou mudar de casa como também de cidade.
Sobre o meu livro, estou a planear publicar um post (como este) como fiz na altura em que estava a escrever o “Licenciei-me… e agora?”, com os livros que inspiraram a escrita do meu.
E, de uma forma bastante resumida, é isto!
Vistas bem as coisas, tenho muito para celebrar, muito para escrever e muito para partilhar sem ser apenas de uma forma visual e imediata como faço no Instagram.
Por isso… esperem novos posts em breve aqui pelo blog! ❤️
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