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Crónica existencial #2: casais vs “casais”

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Durante aquela época que engloba os preparativos para a iminente boda, os casais são uns fofinhos. Lembram-de de nós, abraçamnos muito e falam-nos como se nada daquilo fosse possível sem a nossa ajuda e a nossa presença.

Após o enlace a coisa muda de figura. Aqui, já não sei se são eles ou se é apenas a minha percepção, mas após o casório, ou são eles que mudam ou somos nós que mudamos aos olhos deles.

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Não sei se existe uma sociedade ultra secreta para os casados ou se só agem como se existisse, mas a verdade é que acabam por nos tratar como se tivessem um segredo só seu, como se subitamente tivéssemos menos em comum do que antes.

Subitamente olham para nós com aquilo que parece ser uma ligeira pena. “Ohh tadinha, namora há tantos aninhos e não há maneira dele lhe meter uma anilha no dedo”.

Às vezes chegam a ser mais directos e falam do quanto as suas vidas mudaram – quase que por magia –  após tomarem aquela decisão e questionam-nos acerca do porquê de querermos continuar a ser “solteiros”. Aludem frequentemente a uma estabilidade que o contrato de casamento (embora não seja esse o nome que usam) conferiu às suas vidas e eu vejo que o sentimento de protecção é sentido e respeito-o.

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Porém, volto a insistir, para mim não iria mudar nada. Porque haveria a minha vida de mudar drasticamente após assinar um papel que simboliza um compromisso, se na minha mente e na minha intimidade já o assumi há tanto tempo?

Não sinto o mínimo apreço por qualquer instituição – ainda que não seja religiosa – para que considere o meu compromisso válido segundo os seus padrões. Por outras palavras, sou igual a outras pessoas casadas: caso e descaso quando eu quiser. A diferença é que, no meu caso, se quiser descasar, o processo será infinitas vezes mais fácil (e barato).

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Se eu quiser fazer uma grande festa para celebrar a minha relação um dia, porque não? Pode ser que um dia mude de ideias e faça um casamento só com as partes boas (para mim, entenda-se). Validação dispenso, tanto da parte da lei como da igreja (fora de questão).

Porque um contrato, seja ele de que natureza for, já significou muito mais do que aquilo que hoje significa. Um contrato não garante nada. Dá-nos alguns benefícios e é capaz de nos proteger até de muita coisa, mas não do seu término. Quando a vontade de cessar um contrato existe, há mil e uma formas de o fazer. E sim, estou a falar de empregos e de casamentos ao mesmo tempo.

Posto isto, espero que os apaixonados nunca se esqueçam do contrato mais importante: o sentimental. Os sentimentos não vêem descritos em cláusulas e são os alicerces mais importantes de cada relação.

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Apaixonem-se, casem-se e façam a festa da vossa vida. Convidem-me que vou adorar estar presente no vosso grande dia e vou estar super entusiasmada e feliz por vocês. Mas, por favor, entendam que não é para toda a gente e que muitos casais não casados, aos vossos olhos e aos da lei, são mais casados do que outros amigos vossos que o são oficialmente. E eu, sou muito feliz assim. 🙂

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7 Comments

  • Reply
    Inês Silva
    03/10/2014 at 8:50 AM

    Já revirei os olhos a tanta gente (amigos pouco mais velhos que eu especialmente) quando me mandam boquinhas dessas, tristeza <.<

    • Reply
      joan of july
      08/10/2014 at 3:06 PM

      É deveras desconfortável e desnecessário, Inês… :\

  • Reply
    Catarina
    03/10/2014 at 10:24 AM

    Cat, não imaginas como as tuas palavras correspondem exactamente àquilo que penso! Para mim é estranho as pessoas casarem pela ‘segurança’. Quando saí de casa e decidi ir viver com o meu namorado não estava a experimentar, estava a ‘casar’ e talvez porque muitos levem com pouca seriedade esse passo, o casamento seja inevitável para tornar definitivamente ‘séria’ a relação 🙂 mas lá está, casem-se todos! Não digam é que se não casarmos não temos o mesmo nível de compromisso. Que esse não se vê por qualquer papel assinado, vê-se exactamente pelos sentimentos, tal como dizes 🙂 *

    • Reply
      joan of july
      08/10/2014 at 3:07 PM

      Parece que estamos mesmo em sintonia, Cat! Tão bom. 😀
      É bom saber que existe alguém algures que pensa como eu sobre este assunto. Eu senti exactamente o mesmo quando fui viver com o meu namorado. 🙂

  • Reply
    Ana Couceiro
    05/10/2014 at 5:42 PM

    Confesso desde já que tenho uma imagem MUITO diferente do casamento. Do que é o casamento, daquilo que nos dá, daquilo que nos tira e naquilo que nos transforma (mais ou menos). Sempre quis casar e desde que tenho ao meu lado o homem da minha vida que a vontade triplicou 🙂
    Mas numa coisa eu concordo inteiramente contigo, não aguento a conversa de que todos os casais do mundo têm que casar e ter filhos! JURO QUE NÃO SUPORTO. Sendo tudo aquilo que mais quero na vida, casar e ter filhos, não suporto que a sociedade empurre todos os casais para o mesmo. O mais importante mesmo não é sermos felizes? Sejamos então nós próprios 🙂 Confiemos na nossa intuição e na intuição dos outros.
    Confiem na minha intuição para ser casada e ser mãe que eu confio inteiramente na intuição de pessoas como tu que não sonham assim tanto com o casamento mas que são apaixonadas e felizes. Isso sim é o importante 🙂

    • Reply
      joan of july
      08/10/2014 at 3:09 PM

      Parece-me que tens a cabeça no lugar, Ana, e que – mais importante- respeitas que o que é um sonho de vida para algumas pessoas, pode não ser o mesmo para outras. 🙂 E não seria tudo uma seca se quiséssemos todos o mesmo e tivéssemos todos os mesmos sonhos uns dos outros? Booooring. 😛
      Eu adoro que os meus amigos que querem casar, casem e que todos queiramos coisas diferentes. Acho as pessoas diferentes de mim muito mais interessantes.
      Espero que concretizes todos os teus desejos, querida. :)*

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