Esta nossa viagem à descoberta da Beira Baixa remonta a Abril, mas até agora só vos tinha falado (e mostrado) a parte das paisagens bonitas e do trekking, mas nunca vos mostrei onde ficámos. E oh, se vale a pena ver! A não ser que não achem piadinha nenhuma às lindas e tipicamente portuguesas aldeias do xisto (whaaat??).
Em Portugal, existem quatro regiões principais de aldeias do xisto: Serra da Lousã (12 aldeias), Serra do Açor (5), Zêzere (6) e Tejo-Ocreza (4). A aldeia de Janeiro de Cima, onde fiquei alojada neste fim de semana à descoberta de mais um bocadinho de Portugal, situa-se no Zêzere.
O site Aldeias do Xisto descreve assim esta aldeia:
“Janeiro de Cima encontra-se na margem esquerda do Zêzere, numa zona quase plana, rodeada por uma extensa manta de terrenos agrícolas.
No núcleo antigo da aldeia, caminha-se sem pressas pelo emaranhado de ruas sinuosas em que as casas se encostam umas às outras revelando as suas características fachadas em xisto, ponteadas por seixos redondos e brancos.
É por aqui que se escondem segredos como a Casa das Tecedeiras, que reinventam tradições e nos fazem viajar no tempo.”
A aldeia de Janeiro de Cima é, à semelhança de muitas outras aldeias do xisto, pequenina e muito caricata. Acolhedora, sem ser claustrofóbica e com habitantes de uma simpatia de quem vive num meio calmo e onde o stress não é o prato do dia. E ainda bem que assim é, pois num só fim de semana, conseguimos ter uma pequena amostra da vida fora da cidade, rodeados de História, de natureza e de um silêncio que seria impensável em Lisboa.
Se nunca ficaram a dormir numa aldeia do xisto, não deixem de incluir esta experiência na vossa bucket list. Ainda que seja só durante um fim de semana, vão ver que vão regressar a casa revigorados para mais uma semana de trabalho, mas também com imensa vontade de explorar outras aldeias deste género.
Se a vossa escolha recair sobre Janeiro de Cima, fiquem com a sugestão de acolhimento que vos dou neste post: a Casa do Quelho.
Quelho significa beco ou viela, algo que eu desconhecia previamente. Visitando a Casa do Quelho é fácil perceber o nome: uma das saídas da casa dá para uma ruazinha estreita feita das mesmas pedras que o resto da casa e da aldeia. Durante alguma extensão, quase que nos sentimos como num pequeno labirinto de ruas de xisto. É lindíssimo e incrivelmente pitoresco.
A casa, em si, tem uma cozinha aberta para a sala e esta tem uma lareira (yay!) que nos deu imenso jeito nas duas noites que lá dormimos, pois na altura ainda estava bastante frio. Para além disso, uma lareira dá sempre aquele toque acolhedor a qualquer sala, não é verdade? 🙂
Nas fotos podem ver o nosso quarto de casal, que tinha WC privativo, mas a casa tem mais dois quartos, onde ficaram os nossos amigos. Lá fora, tem alguns detalhes engraçados, tal como o poço que vêem nas fotos. A outra entrada para a casa – a que não dá para o tal quelho -, tem uma espécie de terraço, onde se situa o poço também. Imagino que, no verão, seja um bom espaço para fazer churrascos e comer ao ar livre, por exemplo!
Não parece algo saído de um conto de fadas? 🙂
Portugal está mesmo cheio de tesouros e as Aldeias do Xisto são um perfeito exemplo de alguns desses tesouros. O nosso país pode ser pequeno, mas acreditem, há muito para descobrir.
Por falar nisso, têm alguma sugestão para mim? Que visitas cá dentro me aconselham? 🙂
Se estiverem interessados em explorar Janeiro de Cima e os pontos de interesse à volta, deixo-vos aqui as informações da Casa do Quelho.
Casa do Quelho
Para ver mais sobre a minha visita à Beira Baixa, vejam este post.
Outras viagens minhas pelo nosso país
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2 Comments
Maria
05/08/2016 at 11:39 AMAs fotografias estão fantásticas, como as que já tinhas mostrado do resto da viagem. E este local também parece ser lindo. As casas deste género – e basicamente quaisquer outras tipicamente tradicionais de uma determinada região – são super queridas 🙂
Sofia Silva
15/08/2016 at 1:08 PMQue lindas essas casinhas!
Bem cá por dentro aconselho-te a costa vicentina, e se fores fã de camping, aconselho o Parque de Campismo da Praia da Galé em Melides. É óptimo!
Beijinhos